Capítulo 10:

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       Naquela mesmo dia a tarde tivemos natação, e foi aí que deu merda.

- Olha senhor Rafael, você não é melhor que ninguém... - o professor estava irritado. - Vai para aquele vestiário, colocar sua sunga e entrar na piscina.

- Posso entrar de camisa? - encarei ele.

- Posso entrar com camisa. - ele ri. - claro que não.

- Então não irei participar dessa aula. - Sentei na arquibancada.

- Vou ser obrigado a dar falta para você. - ele anotou meu nome. - E vai ter que vir com um responsável amanhã.

- Tudo bem. - ele ficou irritado.

- Vomos começar a aula deixa ele aí professor, não quer fazer o problema é dele. - Sebastian gritou. - Tem gente que não nasceu com o dom dos esportes.

- Tudo bem. - o professor disse.

      Sebastian começou a conversar com ele durante a aula e fiquei ali apenas olhando os alunos fazer a aula. Ao terminar o professor veio até mim.

- Olha, não sei o motivo de não querer fazer a aula, fobia, trauma ou outro assunto. - ele disse. - mas pensei melhor e vou apenas manter a falta e depois passar uma prova sobre o assunto para não te prejudicar pois tem relatório da aula.

- Sério? - olho e para ele. - E o responsável?

- Precisa trazer não. - ele se virou. - mas não se acostuma não em.

      Fiquei bem intrigado com essa sua mudança de ideia, pela sua raiva comigo agora estar assim tá estranho.

- Vomos migo. - Mila me puxa.

      Notei que Sebastian estava olhando pela janela que dava acesso a quadra. Mila e eu fomos para casa, como ainda era segunda não tinha muitas coisas interessantes, terça, quarta, quinta.

     Hoje era meu último dia na semana que vejo Sebastian, mesmo depois de tudo não consigo tirar aquele idiota da minha cabeça.  Ele sentou no fundo ao lado da janela, ele ficou quase a aula inteira olhando para o lado de fora, ele não respondeu nem a chamada, olha que o professor chamou 3 vezes, um de seus amigos disse onde ele estava.

           Mila olhou para mim e depois para onde eu tanto olhava.

- Rafa. - ele segurou minha mão. - Está acontecendo algo entre você e o idiota?

- Não. - olha para ela. - apenas estava pensando em uma assuntos aí.

- Tudo bem.

  *****

   Na sexta feira não o encontro nem no corredor, Mila tinha faltado pois tinha que ir ao hospital.

- Oi gatinho. - Noah falou no meu ouvido.

- Não vai desistir né? - Sorri.

- Devia? - ele me deu aquele famoso sorriso safado. - Mas podemos fazer assim, você me dá uma beijo ou eu te dou um?

- Proposta interessante. - Sorri.

     Me levantei e fui para fora dos muros da escola, antes de virar na esquina ele me alcançou novamente.

- Isso foi um sim ou não? - ele me puxou.

     Levantei os ombros e ele sorriu, sem se importar com as pessoas passando pela rua, ele me apertou contra o muro da escola, ele me surpreendeu com um beijo cheio de desejo, sua língua explicava minha boca, seguro sua nuca e cintura, os hormônios estavam a flor da pele, ele beija muito bem, não tinha um por cento romântico, mas de desejo tinha cem.

     Assim que nos separamos ainda meio ofegantes, terminando em uma mordida em seu lábio inferior e selinhos.

- Tenho que ir. - começo a caminhar.

- Posso te ligar? - ele diz.

- Vou pensar. - Sorri.

        Ele sorriu e começou a voltar para escola, chego em casa indo direto para meu quarto. Tomo uma banho e acabo pensando em Noah, mas rapidamente minha mente da espaço para Sebastian.

        No fim das contas eu sabia que os dois mexiam muito comigo, Sebantian com certeza muito mais e era bom, mas Noah era um sentimento confuso que ainda não sabia se era bom ou ruim.

     Minhas resistências por Noah no começo era tipo espontâneo mas agora não é mais como antes.

     Desci para jantar para  com os meus "Pais". Quando cheguei na sala vi os dois sentados no sofá mas arrumados que o normal, olhei a mesa e Maria e outros empregados estavam colocando vários pratos.

- Para que tanta comida e prato assim?

- Puts... esqueci de te avisar. - Bruno riu. - Vomos receber visita hoje.

- Quem é? - Perguntei. - desculpe, são seus convidados.

- Tudo bem. - Leandra segurou minha mão. - É alguns amigos nossos e seus filhos.

- Assim, será que estou adequado? - Falei por causa da minha roupa simples de casa.

- Está sim. - Bruno disse. - É amigos de vários anos e você está em casa.

- Ok. - Me sentei no sofá olhando meu celular.

       Não demorou muito para o primeiro casal chegar. Bruno os recebeu e os casal apresentaram sua filha, ao ouvir o nome eu acabei falando na frente.

- Kamila!!! - Abracei ela. - Você não me contou que seus pais conheciam a família Costa. - Falei.

- Ela não sabia. - uma mulher parecida com ela disse. - Prazer Susana Abril. - Ela estendeu a mão.

- Rafael Cruz.

    Assim que apertei sua mão uma corrente de emoções percorreram meu corpo, imagens... a sensação de familiaridade.

- Sílvio Abril. - seu marido estende a mão e também o cumprimento.

- Bom, só falta mais uma família. - Leandra me abraçou.

- Posso conversar com sua filha senhor? - No fundo algo me dizia que ele era um tanto tradicional, seu jeito e expressão corporal dizia isso.

- Bem...

- Pode sim, vocês já são amigos não são? - sua mãe parecia a melhor pessoa do mundo, mas seus marido não gostou de ser interrompido.

        Os adultos ficaram conversando na sala e Mila e eu ficamos na outra parte que geralmente era usado para chá, tinha uma mesinha e alguns pufs, ficava um pouco afastado da sala principal.

- Então eles que decidiram te adortar ilegalmente se sua mãe saber? - Mila sorriu.

- Sim. - sorri. - São eles sim.

- Cara, se eu não soubesse disso diria que são mesmo seus pais. - ela riu.

     Ficamos ali conversando de vários assuntos aleatórios,  falamos sobre os pais de Mila e o quanto ela gostava de dua mãe, mas não se dava bem com o pai.

- Quem você acha que é a outra família? - Comento.

- Acho que já vomos descobrir, uma carro de luxo havia entrado na garagem, assim que os vimos...

- Só pode ser brincadeira. - Mila e eu falamos juntos no mesmo tom de surpresa.

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Olhos da Alma (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora