A enxurrada de adrenalina drenava de si todo o auto controle que sempre teve de forma invejável, era sufocante e desesperador sentir a pele de sua bochecha esquerda arder, enquanto as lágrimas escorriam de seus olhos. O reflexo de si mesma não deixava dúvidas de seu estado emocional abalado.
Relembrar os momentos ao lado de Clara era quase um martírio, doía sentir na pele o quanto a partida de Christopher afetou todas as estruturas que seguravam sua familia em pé.
Eram antes tão íntimas. O que havia acontecido com aquela relação de mãe e filha para que se tornassem tão estranhas uma para outra?
— Lauren, abra essa porta já. — As batidas frenéticas no banheiro fizeram-na fechar os olhos. Deuses, nunca haviam chegado aquele ponto antes.
— Me deixe em paz, Clara — recusou-se a chama-la de mãe, não conseguia, algo entre elas parecia ter se rompido bem ali, naquele tapa.
E não teria mais volta.
As batidas frenéticas cessaram-se, a ex bailarina não costumava ser do tipo que insistia — ainda mais quando se considerava a correta da discussão.
— Lauren, querida. — Escutou a voz a suave de Francesca no corredor alguns minutos depois. — Você tem visitas.
Engoliu o bolo na garganta, obrigando-se a conter a voz embargada.
— Já estou descendo, Fran. — Avisou num fio rouco, como se tivesse vergonha da voz embargada. Simplesmente odiava fraquejar na frente dos outros, assim como Clara.
Ao descer as escadas, não trombou a figura materna pelos corredores, agradeceu mentalmente por isso. E enquanto ajeitava os cabelos negros sempre sedosos com pequenas ondulações, pensou sobre quem a visitava naquele fim de tarde, não se lembrava de ter rebido mensagens de Normani.
— Olá Lauren.
A bailarina não pode deixar de exibir nos olhos a surpresa ao ver Camila parada bem ali, na entrada de sua casa, enquanto descansava os ombros cobertos por um sobretudo elegante no batente da porta.
— Camila? O que faz aqui? — O olhar esverdeado assumiu uma intensidade desconfiada, não conseguia acreditar no que via parado bem a sua frente.
Inacreditável.
— Você falta muito as aulas, fiquei com saudades. — A latina debochou com diversão, e ela não sabia daquele fato, mas foi a primeira a fazer Lauren rir naquele dia.
— Deixe de enrolação Estrabao. — Tornou a ficar séria. — O que veio de fato fazer aqui?
Camila suspirou, finalmente deixando que os olhos castanhos observassem a passagem lá fora. Era um fim de tarde bonito, onde as nuvens cinzentas misturavam-se com o sol apático de outono, ocasionando uma explosão de tons azuis e turquesa.
Parecia tão facil quando ensaiei com Dinah — Pensou descontente e incomodada, enquanto lembrava-se da conversa que tivera com a melhor amiga horas antes.
— Vim conversar. — Finalmente ocupou o silêncio com sua voz, enquanto as mãos já batiam frenéticas no bolso a procura de um cigarro, estava nervosa e odiou ainda mais aquela situação por não entender o motivo de tanto apavoro.
— Conversar?
— Podemos sair aqui fora? — Camila revidou já deixando a residência, levando Lauren a não ter escolhas.
Já nos arredores dos terrenos da familia Jauregui, a morena de olhos castanhos sentiu-se mais a vontade para acender um cigarro, esperava cegamente que aquilo a ajudasse em sua missão.
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Me Ame Se For Capaz - Camren fanfic
FanfictionMuitos dizem que os opostos se atraem, mas sejamos francos. Há algo de mais insuportável do que ver no outro os seus próprios defeitos? - Me Ame Se For Capaz. Seguindo algumas vertentes da Teoria do Caos - criada para fins matematicos, fisicos e e...