Eleven - The Dreams

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N/a: Voltei rapidinho dessa vez em? Não se acostumem. Hahahah.

Boa leitura.
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Em algum momento de um futuro — nem tão — distante.


O quarto branco de hospital estava silencioso e a garota dormia profundamente, na pequena conversa qual tivera com Michael no corredor, o homem explicou que a sedaram com remédios para aliviar a dor. O corpo pálido e intubado estava com machucados espalhados pelos braços e alguns arranhões no queixo, a cabeça enfaixada sugeria uma possível fratura na cabeça. A garota de olhos castanhos fechou os olhos.

— Me desculpe, mi amor. — Sussurrava baixinho enquanto passava a ponta dos dedos pela mão branquinha e imóvel. — Você não sabe o quanto dói aqui dentro imaginar que essa seja nossa despedida. — Murmurava chorosa enquanto deixava beijos pelas mãos, ombros, rosto. — Mas não tenho escolhas... eu não posso lutar contra ele, e-eu não consigo. — Respirou fundo, enquanto sentia pela última vez o cheiro daquela pele qual tanto amou beijar, arranhar. — Eu te amo. Para siempre.


E então ela se foi, para nunca mais voltar.
A vida real pode até começar com um 'Era Uma Vez, mas finais felizes nem sempre são possiveis.

E o conto de fadas de ambas as garotas parecia acabar bem ali.




Só parecia.












Nova Iorque, Estados Unidos da América. — Dias atuais (2020).


Nossos sonhos, o que os movem? O que os despertam? O que os encobertam? O que os fazem de fato serem esquecidos em a meio a rotinas e decepções? O ser humano em toda sua essência precisa de humanidade e também de sonhos. Nossos objetivos são movidos por desejos, nossas frustrações são consequências daquilo que planejamos em algum momento e acabou por não dar certo.

Lauren costumava pensar dessa forma enquanto criança, era normal sonhar com princesas e cavalos mágicos enquanto escutava uma de suas babás lendo contos de fadas. Costumava ser uma criança sonhadora, mas algo nesse sentimento se perdeu aos poucos, mofou, apodreceu. Até que renascesse em forma de músicas suaves e ensaios rígidos que tiravam por muitas vezes lagrimas de seus olhos. Quando adolescente, a essa altura já conseguia ter plena consciencia de que não bastava sonhar, você precisava ir lá e fazer por si só, e foi exatamente nesse momento que Lauren percebeu que sonhos doem, sangram e machucam. Alguns deles chegam a te atormentar no fim de seus dias, quando você se vê idoso e encarando a janela de um asilo silencioso com forte cheiro de rémedios.

Parecia morbido e friolento demais encarar as coisas daquela forma, mas era assim que aprendera a lidar com seus sentimentos e tudo de fora que os estimulava, sua vida fora tão perfeitamente planejada e compacta que mal conseguia enxergar as gravidades de tais rotinas.

Diante daquele contraditório dia 25 de dezembro, enquanto assistia Clara se jogar em cima do caixão lacrado do filho em lagrimas. Não obteve duvidas, apenas respostas: sim, os sonhos mofam e sim, o funeral não esta ali para celebrar o morto e sim o vivo. Não esperava e tão menos desejava passar por mais eventos turbulentos, o ato de ter sido abandonada em um colegio catolico diante da cura de seus pecados e o ato de Chris ter os abandonado bem no natal já era o suficiente.

E agora ali estava ela novamente, com o destino lhe presenteando mais uma desgraça.

Céus, seria aquele o momento em que se despediria do que mais amava na vida e que guardaria memórias boas na caixinha? Não era possivel. Aquele médico não podia ter nada de tão devastador dentro daquele envelope branco e leve, mas que ao mesmo tempo carregava um peso tão grande nas entranhas.

Me Ame Se For Capaz - Camren fanfic Onde histórias criam vida. Descubra agora