O DIA HAVIA AMANHECIDO DIFERENTE. Pelo menos para mim. Talvez porque eu tenho esperado por isso a semana inteira, meu corpo provavelmente reconheceu que o tal dia que não parou de passar na minha cabeça finalmente chegou. Tenho enlouquecido sozinha, por pensar demais, acho que realmente preciso de terapia, mas não é meu foco no momento. São duas e meia da tarde e não sei quantas vezes já troquei de roupa nos últimos trinta minutos. Sempre me perguntando o porquê de estar me arrumando para ver a pessoa que vejo todos os domingos desde criança.
Deve ser porque você não beijou essa pessoa nenhum desses domingos, dur? Meu subconsciente me alerta, me fazendo bufar. Como sou patética.
Depois da festa de domingo passado meio que eu e Noah continuamos nossa vida normalmente. Mesma rotina de sempre, ligação quando estávamos entediados, mensagens todos os dias e brigamos no Twitter, o normal da nossa vida... É como se de certa forma nós ignoramos o que aconteceu no fim de semana e tocamos a vida. A regra foi seguida: não afetar nossa amizade. Talvez eu estivesse ficando louca por nada.
Por fim, após mais algumas brigas comigo mesma resolvo com que roupa vou sair. Acabo escolhendo um short jeans mais largo e uma camiseta que cortei na altura da costela. O mesmo tênis de sempre, com os mesmos colares e a mesma pulseira de sempre. Ok, me sinto normal o suficiente para sair na rua e não ficar me julgando a cada vez que ver meu reflexo, afinal eu só iria fazer a mesma coisa de sempre.
Como, graças a todos os deuses existentes, estou de férias da faculdade, não tenho hora pra voltar pra casa. Não que eu tivesse quando se trata da casa dos Urrea, mas eu poderia passar a semana lá que certamente meus pais não se importariam. Digo isso por experiência própria. Como trabalho desde os 16 anos, agora na biblioteca da faculdade, o que quer dizer: férias do trabalho também, comprei meu primeiro carro, com pouca ajuda dos meus pais, assim que fiz meus 18 anos. Não tão caro quanto a BMW de Noah, mas mesmo assim um bom carro.
Meu Deus, como eu sou tagarela.
Enfim, tempo de férias: meus pais estão num cruzeiro. Meu irmão não faço a menor ideia de onde está e eu estou saindo. Após pegar minha carteira e minhas chaves entro na garagem, pegando meu carro e demoro 40 minutos, contando a parada para comprar um café até chegar em Orange, na casa de Noah. Como sempre, deixo meu carro na frente, e já estou na frente da casa, ligando para o garoto, esperando ser atendida. Cinco minutos se passam e lá está ele, com a cara amassada.
— Bom dia... São quase quatro horas da tarde – digo, entrando na casa.
— Sim, e eu estava dormindo – ele fecha a porta, andando atrás de mim até seu... quarto/garagem/estúdio.
— Eu te avisei ontem que viria mais cedo. Você sabe que eu odeio ficar sozinha – me jogo na cama logo após tirar meus tênis.
— Aham. Eu vou voltar a dormir, boa noite – ele se enfia debaixo das cobertas e no meio dos travesseiros, ignorando minha presença.
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one shots 𓆜 noah urrea
Ficção Adolescentehistórias elaboradas [as vezes não] com o cantor, ator, modelo, compositor, produtor, musicista, dançarino e rockstar, noah urrea. • a tobeslonely original fanfiction • 19rd, december, 2019 •