O resto da semana foi longa e cansativa, começei a trabalhar na JYP. Estava dividida em olhares simpáticos e olhares atravessados dos funcionários de lá. Jackson e Yoora me falaram que em alguns dias as coisas ficarão normais. Aliás Yoora ta sendo uma grande amiga, me ajudando a lidar com as coisas na empresa. Pena que nas ruas eu não tinha ajuda...
Todos esses dias não vi Jackson e nem os meninos, a não ser por vídeo chamada. Eles estavam muito ocupados trabalhando para nosso namoro não atrapalhar em nada, os meninos nos apoiando intensamente.
Em toda minha vida eu nunca briguei físicamente com alguém. Sempre fui bem sentrada e quando alguém me provocava eu me afastava e ignorava, o mesmo quando eu me exaltava, sempre me afastava. Meu pai me educou assim, ele é tão calmo, sempre coerente e carinhoso. Minha mãe é o oposto, ela é exaltada e adora ter razão, não é muito de demonstrar carinho, mas ama infinitamente. São o par perfeito, sinto saudades deles todos os dias. Também tenho saudades da comida brasileira, principalmente da minha mãe, ela é chef há 20 anos, em um restaurante de comidas típicas brasileiras, talvez seja por isso que ela não é muito carinhosa, ser chef é dureza.
Então decidi procurar um restaurante brasileiro e tentar saciar minha vontade, tinha um no meu bairro, então fui andando mesmo. Confiando no GPS segui a direção que ele mandava, entrando em alguns becos que tinha bares lindos e outros que era só de lojas mas estavam todas fechadas e deserta, foi aí que percebi um grupo de 5 garotas me acompanhando.
-Ya!- uma delas falaram me chamando a atenção.
Eu olhei pra trás e elas vieram em minha direção me empurrando contra a parede.
-Hey! Qual o seu problema?- falei tentando me esquivar delas e sair dali, mas me impediram.
Elas começaram a gritar mas tudo em Coreano e as únicas palavras que entendia era "vadia". Tentei me afastar delas novamente, mas me puxaram com força pelos cabelos e a mais alta delas tentou bater no meu rosto mas me esquivei do seu tapa, então as que acompanhavam me seguraram pelos braços e puxando meus cabelos contra a parede e a louca volta a me bater dessa vez me acertando.
Eu gritava sentindo meu rosto arder, a rua estava iluminada, porém deserta. Toda vez que tentava gritar por ajuda para alguém aparecer ali ou tentar me soltar, um tapa acertava meu rosto trocando o grito por um gemido de dor.
Perdi as contas de quantas vezes elas me bateram, sempre falando algo que eu não entendia.Me sentindo já fraca e tonta, a que segurava meus cabelos me jogou com força contra o chão, o piso áspero e molhado chocou contra a pele da minha mão e braço, ardendo instantâneamente. Tentei me levantar e sair dali mas voltaram a segurar meus cabelos.
-Volte para o seu país de merda!- a mais alta finalmente fala em inglês.
Ela pega uma tesoura na bolsa e se aproxima de mim, me encolho para me proteger do que ela iria fazer com aquilo.
-Sua puta de merda, pensa que ele ainda vai te querer?
-Do que você está falando?- digo entre lágrimas.
Para minha salvação, um ruído alto de uma porta de ferro abrindo faz elas me soltarem correrem para longe de mim, fugindo. Olho em volta em busca de alguém, mas só tinha uma mulher saindo da sua loja, mas não me vê ali no chão. Ela anda para o lado oposto a mim, então eu crio forças para seguir ela e sair dali antes daquelas loucas voltarem.
Entro em uma rua mais movimentada, as pessoas passam e me olham preocupadas. Percebo a causa disso tudo... Meu namoro com Jackson. Portanto ligo pro senhor Park me buscar o mais rápido possível, o que não demora muito.
Quando ele chega e me ver encostada na parede, corre até mim com uma cara aflita misturando coreano com inglês. Meus olhos lacrimejaram quando eu vi aquele senhor que tanto me ajudou nessa cidade, vindo me socorrer de novo.
-Senhorita! Você está bem?
-Vamos sair daqui, Sr.Park.
-Hospital?
-Não!!! Eu to bem.- digo com a voz trêmula.- Só me leve para casa.
Entro no banco de trás do carro, onde eu nunca sento quando estou só com senhor Park, sempre sento ao seu lado, mas hoje eu só queria me esconder, não queria que ele me visse daquele jeito. Minhas mãos tremiam dificultando ao colocar o sinto de segurança, ainda traumatizada com o que havia acontecido.
Sentia a palma mão que me apoiei na queda arder, atrás do meu braço também, mas não me atrevi a olhar se sangrava ou não. Só queria chegar em um canto sem ninguém, só queria me esconder.Sr. Park tentou me perguntar algumas coisas durante o caminho, mas eu só mantia meus olhos fechados respirando fundo tentando não desmoronar ali na frente dele.
Chegando a entrada do meu prédio estava lotada de fotógrafos, todos atentos esperando minha chegada, então pedi para me levar pro apartamento de Jackson. A entrada pelo estacionamento subterrâneo seria mais seguro e não teria mais pra onde ir.A rua do prédio dele estava movimentada, várias pessoas nas calçadas como se estivessem esperando alguém. Felizmente a entrada da garagem não havia muita gente, entramos e paramos na vaga, eu crio forças do além para sair daquele carro e conseguir ir pro elevador, sem agradecer ao Sr. Park e simplesmente fui sem explicações.
Todas lágrimas que eu segurava, toda angústia guardada e toda tristeza foram liberadas assim que entrei no apartamento. Parecia que não tinha chão, as imagens do que havia acontecido passavam na minha cabeça, o quão absurdo era, realmente a maldade estava em todos os cantos do mundo.
Sentada no chão perto da porta de entrada, olhei para minha mão que estava molhada de sangue, junto com meu braço sujando o chão, fiquei um pouco tonta mas me levantei e fui em direção ao banheiro da sala, lavei o sague que estava em mim, cada ardência na pele mais eu chorava.
Mas no fim, para me derrubar de vez, foi quando me olhei no espelho, meu rosto pálido estava vermelho dos tapas e um corte abaixo do meu olho. Tocando nele e sentindo o quanto estava dolorido, uma mecha curta do meu cabelo chamou minha atenção. Passei a mão nele e só acompanhou até o ombro.
Elas cortaram meus cabelos!
Me desesperei ainda mais, chorando alto, não conseguia conter meus soluços. Sem forças sentei no chão encostada na parede, abraçando minhas pernas e rezando para que aquilo fosse um pesadelo, que em alguns instantes iria ouvir o meu despertador e me acordar.
Mas só ouvi vozes no apartamento, era Yoora, ela falava em coreano com alguém, aparentemente numa ligação. Não queria ver ninguém e não queria que ninguém me visse daquele jeito, tranquei a porta para ela não me achar, lidar com seu espanto e perguntas era o que eu menos queria. Mas meus soluços eram incontroláveis, logo ela chamou meu nome.-Vanessa, você está ai???- tentou abrir a porta.- Você esta bem? Por favor abra a porta para eu te ajudar.
Sem minha resposta ela continuou a falar.
-Querida... Eu já fiquei sabendo o que aconteceu, ok? Só quero ver como você está.
-Me deixe sozinha, por favor.- consigo dizer em meio às lágrimas e soluços.
-Deixe eu ver se você está machucada.
-Eu quero ficar só!- não queria gritar com ela, só queria um pouco de paz.
-Ta bom, quando você quiser eu vou estar aqui fora, ok?
Não respondo, durante os minutos seguintes não escuto nada além dos meus soluços alto. Quando me acalmo mais ouço a voz de Jackson adentrando o apartamento, e falando com Yoora.
-Cadê ela?
-Está trancada no banheiro, não deixou eu entrar.
Ouço seus passos se aproximando e logo uma tentativa de abrir a porta.
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Quem é viva sempre aparece! 😁😁😁
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Vv. ❤
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Don't Lose Your Focus || Jackson Wang
FanfictionCaminhos que mudam seu mundo. Foi isso que aconteceu quando comecei a namorar um idol. Meu mundo virou de cabeça pra baixo só por que eu amei Jackson Wang... E não pude evitar as consequências.