Capítulo 12

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   Assisto todas as minhas aulas na parte da manhã e depois volto para casa.

A única pessoa na casa é Rebeca, já que só tem aulas na parte da tarde, enquanto todas as outras ficam na faculdade o dia todo.

-- Como eu sabia que ia almoçar comigo, fiz lasanha. – Rebeca diz quando me vê entrando em casa.

-- Obrigada, estou morrendo de fome.

-- Como foi seu dia? – Pergunta com a boca toda suja de molho.

-- Até agora foi bom, tirei 10 em uma das minhas provas então estou feliz. E o seu?

-- Recebi meu café na cama, então meu dia começou muito bem. – Sorri de orelha a orelha.

-- Quando vocês dois vão se assumir? – Minhas palavras fazem Rebeca engasgar e tossir.

-- Está tudo tão bom, por que mudar? – Reviro os olhos.

-- Vamos ver até quando isso vai durar.

-- E a viagem com o professor Sol? – Diz mudado de assunto.

-- Em algumas horas.

-- Vai levar o que?

-- Apenas minha bolsa, vou ficar poucas horas.

-- Ia te falar para levar uma calcinha extra, em caso de emergência, mas ele deve levar para você. – Desgraçada, isso foi muito baixo.

-- Muito engraçado Rebeca, estou morrendo de rir. – Já havia me esquecido que Romeu ainda tem uma calcinha minha.

-- Tenho que ir. – Diz pegando sua mochila, quando chega na porta, olha para trás e sorri. – Não esquece um elástico de cabelo, camisinha. – Jogo uma almofada em sua direção, mas a porta fecha antes que possa acerta-la.

Começo a arrumar algumas coisas na bolsa para levar. Carregador, fone de ouvido, documentos. Coloco também uma calcinha, não pensando em segundas intenções, sempre tenho uma calcinha extra para emergências. Manteiga de cacau e um elástico de cabelo.

Paro um minuto para me lembrar onde Romeu mora, mas ao olhar o endereço é um lugar totalmente diferente do que ele me levou. Claro, ele é um professor, não faria sentido morar em uma república.

Mas então onde ele me levou? Aquela era a casa de quem?

Olho no relógio e vejo que já são quatro e vinte. É melhor eu sair agora para não me atrasar.

A casa de romeu não é tão longe da minha, apenas 20 minutos de caminhada e eu já estou na porta. Toco a campainha e ele me pede para subir.

Quando abro a porta fico encantada, a casa é maravilhosa, bem diferente do que eu imaginava. O estilo rustico e moderno ao mesmo tempo é visto nas vigas da sala, nos moveis, na decoração, é tudo perfeito.

-- Olá Sophie. -- Diz me assustando

-- Oi, sua casa é linda.

-- Obrigada. – Ele parece tímido. – Vamos? – Concordo com a cabeça e sou direcionada até a garagem.

-- Você tem um Jeep? –  fico boquiaberta ao ver aquele Jeep Wrangle Unlimited preto na garagem.

-- Entende de carros? – Romeu joga sua mochila no banco do passageiro, o carro está com o teto aberto.

-- Entendo de Jeep, sempre foi meu carro dos sonhos. – O carro por dentro é ainda mais lindo, e o banco extremamente confortável.

-- Você dirige?

-- Dirijo, mas ainda não tenho carteira de motorista.

-- Uma fora da lei. -- Sorrio e ele começa a tirar o carro da garagem. -- O carro chegou aqui ontem, então está bem novo. – Sei que esse carro não é nada barato, Romeu deve ser bem rico.

-- E já vai colocar ele na terra?

-- Ele foi criado para isso.

-- Parabéns pela coragem, se um dia eu conseguir comprar um carro desses, nem vou dirigir, vou deixar na minha garagem só para ficar admirando. – Romeu dá risada.

Depois de um temo andando já nem consigo ver ouro preto, as montanhas cobriram a cidade e só conseguimos ver um pôr do sol maravilhoso.

Quando saímos da estrada Romeu para o carro.

-- Aconteceu alguma coisa? – Digo e ele desce do carro.

-- Desce! – Fico preocupada, ele vai me sequestrar? me jogar dessa montanha? Desço tímida e ele senta no meu lugar no banco do passageiro.

-- Vamos ver se você sabe mesmo dirigir.

-- O que? – Fico boquiaberta. – Não, eu não posso.

-- Claro que pode, vai. – O medo me consome.

-- Eu não posso, e se eu bater o carro? Se a polícia aparecer?

-- Relaxa Sophie, o carro tem seguro, e a polícia não fiscaliza estrada de terra. – Fico paralisada por alguns segundos. – Desse jeito só vamos chegar em Ouro Preto no domingo. – Reviro os olhos e entro no carro, coloco o sinto e respiro fundo.

Ligo o carro e mordo os lábios, não acredito que eu vou dirigir meu carro dos sonhos.

Começo de vagar para pegar o jeito do carro mas logo me acostumo.

-- Acelera.

-- Eu já estou a 80 quilômetros por hora Romeu.

-- Ninguém passa por essa estrada, chega pelo menos em 150. – Observo a estrada e parece que ela é reta por muitos quilômetros, então eu começo a pisar.

90

100

110

130

150

Quando chego em 150 piso levemente no freio ate voltar aos 80.

-- E ai? – Me pergunta.

-- Que sensação maravilhosa.

-- Adrenalina. – Não consigo tirar o sorriso da boca, eu preciso de um carro desses.

Romeu guia o caminho por uma estrada de terra até chegarmos no chalé mais lindo que já vi na vida. A estrutura quase toda em madeira e as janelas de vidro me fazem suspirar.

-- Chegamos.

-- Nossa... – Saio do carro e vou em direção a casa, consigo ver que dentro tem uma lareira linda e uma cozinha moderna. – Você deve vir muito aqui.

-- Quase nunca. – Romeu abre a porta e dentro é ainda mais linda.

-- Deixa eu ver se eu entendi, você tem um paraíso desses a quarenta minutos de distância e nunca vem? – No quintal vejo uma piscina de borda infinita e a vista mais linda que eu já vi: uma cachoeira gigante e um rio que desaparece no meio das montanhas.

-- Não faz sentido vir sozinho.

-- Claro, deve ser horrível ficar sozinho nesse paraíso com essa piscina gigante. – Falo ironicamente.

-- Quando chove nenhum carro sobe o morro. Já fiquei preso aqui vários dias. – Estou vidrada nessa vista, uma casa como esta já virou meu objetivo de vida. – Vamos pegar as amostras? – Concordo com a cabeça e entro no chalé.

DANGEROnde histórias criam vida. Descubra agora