Capitulo 27

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Deixo a música alta da festa me controlar e começo a dançar com as minhas amigas, o lugar está cada vez mais cheio, daqui a pouco não vamos ter mais espaço para dançar.

Entre uma música e outra, os donos da festa começam a servir doses para todos no lugar, e eu como caloura, não posso recusar nenhuma. Isso não é um problema para mim hoje, quero beber até esquecer toda a raiva que estou sentindo.

— Sophie, certo? — O garoto que Luan me mostrou no começo da festa diz, ele está dançando do meu lado, tentando se aproximar de mim.

— Pode me chamar de Sol. — Tento ser educada, porém não estou muito afim de paquerar hoje.

— Noah, muito prazer. — Sorrio, até o nome dele parece de galã de filme americano. — Atrapalho? — Acho que ele percebeu minha falta de interesse, me sinto mal por ser curta com ele, então sorrio e digo:

— Claro que não! Vamos dançar. — ele se aproxima mais de mim, e começa a puxar assunto, o que me fez ter que dançar coloca com Noah, já que a música estava muito alta.

— Sol. — Sinto alguém colocando a mão em meu ombro e eu me afasto de Noah. Com um sorriso tímido, vejo Eduardo atrás de mim, esperando que eu falasse alguma coisa. Eu acabei me esquecendo totalmente de Eduardo pro estes dias, estava com tanta coisa na cabeça que não tirei nem um minuto para mandar mensagem ou fazer uma ligação.

— Edu, você sumiu. — O abraço meio tímida, e ele retribui do mesmo jeito.

— Você quem sumiu. — Eduardo olha para Noah que sorri fraco e estende a mão.

— Prazer, Noah.

— Eduardo. — Os dois apertam as mãos e começam a se olhar, eles também olham para mim. Eu simplesmente não sei o que fazer, eu deveria falar alguma coisa? — Eu vou indo, a gente se vê. — Concordo com a cabeça e o vejo sumir na multidão, meu corpo se alivia por algum motivo. Me sinto péssima, estou o dia todo reclamando que só me envolvo com homens que não prestam, quando eu estou ignorando o único garoto legal que eu já me envolvi.

— Quer mais cerveja? — Noah pergunta, concordo com a cabeça e ele pega meu copo. A música do momento começa a tocar, é um funk animado que fala sobre a bunda de uma menina, pego meu celular e gravo as pessoas dançando quando o refrão começa, olhando todos assim até parece que ninguém tem problemas, e que a única preocupação é dançar até cair.

Olho pelo meu relógio as horas e me espanto ao percebe que já são mais de 3 da manhã, o tempo passou muito rápido, quase não percebi o passar das horas, eu estava mais concentrada em dançar e conversar com o Noah.

Minhas pernas começam a falhar e o suor desce pelo meu pescoço, preciso sentar por um minuto.

— Vou lá fora pegar um ar.

— Quer que eu vá com você? — Noah é um fofo, mas eu realmente quero pegar um ar e não perdê-lo nos seus beijos.

— Não precisa, eu já volto. — ele concorda com a cabeça e eu vou até a saída da república, tem algumas pessoas aqui fora, a maioria beijando alguém loucamente.

Na frente da república tem uma pracinha com alguns bancos, eu decido me sentar la, já que há várias pessoas no lugar.

Olho minhas mensagem no telefone e me assunto ao ver um direct de Romeu, MERDA, esqueci de bloquear ele no Instagram.

— Você me bloqueou? — Me assunto ao escutar aquela voz conhecida falando isso atrás de mim. Me viro e vejo Romeu em pé atrás de mim, ele se senta e eu automaticamente me levanto. — Eu não mordo Sophie.

— Eu tenho que voltar pra lá. — começo a andar até sentir meu braço sendo puxado por ele. — Romeu me solta. — sou levada até um lugar mais afastado e escuto. — o que você quer? Eu ter te bloqueado já não deixou claro que eu não quero mais nada com você.

— Eu sei o que você esta pensando, e você está errada.

— Romeu, isso não é problema meu.

— A menina na foto é minha ex, nos não estamos mais juntos a alguns meses. — as suas palavras me aliviam, estava odiando o fato de ter feito isso com outra mulher. — Eu não sou do tipo que trai Sol.

— Como eu já disse, isso não é problema meu. — Romeu revira os olhos e finalmente solta meu braço.

— O que você quer? De verdade?

— Distância de você. — grito as palavras em sua direção. — Mesmo você não namorando eu não quero mais contato com você.

— Tem certeza?

— Absoluta. — A palavra sai mais forte na minha boca que na minha cabeça.

— Tudo bem, não vou mais te procurar, e peço que você também não faça.

— Acredite, eu não vou. — Romeu concorda com a cabeça e sai andando até sumir pelas ruas. Merda, chuto uma pedra no chão com o maximo de força que consigo.

— Tá tudo bem? — Noah olha para mim confuso, o coitado nem imagina o que está se passando pela minha cabeça agora.

— Na verdade não, acho que vou embora, já está bem tarde. — Noah concorda com a cabeça.

— Quer que eu vá com você?

— Não precisa, eu moro descendo o morro. — Um silêncio constrangedor paira entre nós, e eu não consigo me mexer.

— Posso pegar seu telefone?

— Claro. — anoto meu número no aparelho e sorrio sem graça. — Eu vou indo, me liga.

— Pode deixar. — Dou um último tchau com as mãos e começo a descer a ladeira que me levará até em casa.

Quando chego na porta coloco a mão no meu bolso e meu coração para, eu não estou com a chave, não consigo acreditar que fui tão burra a ponto de esquecer da única coisa que eu tinha que levar. Ótimo, agora vou ter que subir esse morro todo outra vez só para pegar a chave. Meu dia não pode piorar.

Começo a subir devagar aquele morro que parece eterno, o que eu fiz para merecer isso? Parece que nada está dando certo para mim.

— O que uma gata dessa está fazendo sozinha a essas horas? — Meu corpo gela e eu paro de andar por um momento, quando me recupero começo a andar mais rápido pelo morro, porém escuto os passos de alguém atrás de mim. — Porque está correndo linda? Eu não mordo. — Minha respiração está cada vez mais acelerada, me recuso a olhar para traz, foco em andar o mais rápido possível. — Vem aqui Puta. — ouço o homem começar a correr e eu faço o mesmo, porém não tenho sucesso, e o sinto puxar meu corpo tão forte que acabo caindo no chão. — Peguei você. — o homem que me segura é velho e pelo visto está muito bebado.

— Me solta. — tento afastar o homem de mim, mas não tenho sucesso. Ele consegue me colocar de pé e me agarra pela cintura. Grito, como nunca gritei na vida, alguém precisa me escutar. O senhor da um tapa na cara e tapa a minha boca, meu rosto já está encharcado de lágrimas.

— Cala a boca. — tento gritar outra vez, sem sucesso, a sua mão abafa qualquer som que eu tenho fazer para chamar a atenção de alguém. — Eu não vou te matar, ou sequestrar, calma. A gente só vai se divertir um pouco. — tento lutar contra o homem, me debato o máximo que posso, mas isso não o impede de começar a me direcionar a um canto escuro.

DANGEROnde histórias criam vida. Descubra agora