DANGER

Capítulo 5

Chego já sendo fuzilada por Rebeca

-- O que foi? – Digo tímida.

-- Deve ter sido animal, você até amarrou o cabelo.

-- O que? – Pego no meu cabelo e percebo que ele está amarrado em um rabo alto, eu fiz isso involuntariamente? Devo estar bêbada, nem sei onde arrumei um elástico.

-- Pode ir cotando tudo! – É a primeira coisa que escuto quando saio do banho, eu torturei Rebeca o caminho inteiro sem contar nada para ela.

-- Contar o que? – Me faço de desentendida.

-- Não sei, quem sabe a história de como você sumiu da festa com aquele cara maravilhoso e foi parar na cama dele. – Fico toda vermelha, como eu fui corajosa, e se esse cara fosse um assassino?

-- Eu conheci ele na festa e nós acabamos ficando, foi muito bom e decidimos ir para um lugar mais reservado. – Ela abre o maior sorriso. – Como você sabe que ele é maravilhoso se nem sabe quem é?

-- Eu vi vocês dois se comendo no bar, quase grite "arranjem um quarto", mas vocês não precisaram da minha dica. —Eu começo a rir. – E ai, ele te fez gritar?

-- Você chegou antes que ele pudesse tentar.

-- Foi mal, mas eu precisava vir.

-- Eu sei, está tudo bem.

-- Animada para a aula amanhã?

-- Muito, mas também estou morrendo de medo.

-- Normal, o boy é calouro de qual curso?

-- Sabe que eu nem perguntei. – Rebeca fica boquiaberta e me joga uma almofada – O que foi? – Digo entre risadas.

-- Você nem perguntou as coisas básicas para o menino e foi sentar nele.

-- Na hora eu não tava pensando direito. – Ela coloca as mãos no rosto e sorri.

-- Pelo menos o nome você sabe? – Dessa vez eu jogo a almofada nela.

-- Claro que eu sei, é Romeu.

-- Que nome sexy, ele deve fazer bem. – Reviro os olhos e Rebeca ri. – É bom você colocar um fone de ouvido. – Diz olhando o telefone.

-- Porque? – A campainha toca e ela morde os lábios. – Sua piranha, parou a minha transa para vir transar.

-- Chama o boy, vai pro quarto que ninguém dorme, e vai gritar. – Puta que pariu, agora que percebi que não tenho o número do cara, merda. – Você não tem o número dele, não é? – Faço um não com a cabeça – Caralho o boy dele ser um tesão mesmo pra você esquecer de perguntar o básico.

-- Abre logo a porta Estatua. – É a voz de Luan na porta.

-- Tenho que ir, até amanhã.

Me deito na cama e pesquiso o nome de Romeu, mas claro que eu não acho. Ótimo, agora um cara que eu provavelmente nunca mais vou ver na vida está com uma calcinha minha. Uma das minhas melhores calcinhas. Tento mais uma vez procurar o nome dele e não aparece absolutamente ninguém parecido, como eu nem perguntei o sobrenome? Eu sou uma idiota mesmo.

O despertador toca as 6, eu vou até a padaria comprar pão e quando eu volto todas estão acordadas. Tomamos o café juntas, não apenas nos, mas 3 meninos que vieram com as meninas ontem.

Depois do café eu tomo meu banho e vou direto para o ponto de ônibus, ajeito a minha calça outra vez e me sento. Hoje é meu primeiro dia de aula, eu lutei tanto por isso, nem consigo acreditar que consegui chegar até aqui.