Capítulo 22

368 45 16
                                    

   Estou sentada no sofá esperando as meninas se arrumarem. Essa é a pior parte de morar com varias mulheres, todas querem o banheiro, o espelho, o ferro de passar roupa... ao mesmo tempo.

-- Estou pronta. -- Rebeca diz sentando ao meu lado. -- Você esta linda Sol. 

-- Obrigada, você também. -- Ela sorri, mas não parece muito feliz. -- Aconteceu alguma coisa? 

-- Não, esta tudo bem. -- Conheço Rebeca, e pelo seu tom de voz sei que estava chorando. 

-- Eu não nasci ontem. -- Revira os olhos e respira fundo. 

-- É  o Luan, ele estava me pressionando para ter alguma coisa mais seria, e eu disse que não. 

-- Por que você fez isso? 

-- Eu só não quero estragar as coisas colocando um rotulo idiota. -- Seus olhos se enchem de lagrimas e ela continua. -- Ele disse que não queria mais ficar só por ficar. Eu disse que sabia que se a gente namorasse, uma hora ou outra, íamos estragar tudo. Então ele terminou tudo. 

-- Parece que não precisou começar a namorar para estragar tudo. Você já se encarregou de fazer isso. -- Rebeca me olha incrédula, mas no fundo ela sabe que estou certa.

-- Muito obrigada pelas palavras de apoio, era disso que eu estava precisando. 

-- As vezes a gente precisa escutar a verdade Beca. 

-- Quer falar sobre verdades Sophie? Vamos começar por você, que acha uma boa ideia trepar com o professor. 

-- Beca, eu sei que você esta falando isso porquê esta magoada. 

-- Pode ate ser, mais isso não torna mentira. Eu ate entenderia pegar o professor uma vez, antes de conhece-lo. Mais você trepou de novo, e de novo, e de novo... 

-- Para. 

-- Não meu amor, as vezes é preciso escutar a verdade, e a verdade é que você é uma vagabunda que ama o pênis do professor. -- Antes que eu pudesse falar alguma coisa, todas as meninas saem do quarto e nos chamam para ir. -- Ate que enfim. Preciso de uma cachaça. 

  Vou o caminho todo em silencio, Rebeca e eu nunca brigamos, então estou me sentindo mal. Talvez eu tenha sido uma idiota. Eu devia ter oferecido um ombro amigo, não uma critica.

-- MAMACITAAA. -- Um menino diz quando chegamos a porta da festa. -- As mulheres mais bonitas de Ouro Preto. 

-- Me mostra o bar Japa. -- Rebeca diz em tom de brincadeira e o menino aponta para a esquerda. 

-- E o Luan está perto do palco. -- A vejo concordar com a cabeça e correr para o bar.

-- Meninas. -- Falo quando Beca já esta longe de nós. -- Estatua não está bem hoje, problemas do coração, vamos ficar de olho. -- Elas concordam com a cabeça. 

   Sinto uma mão me puxando pela cintura e o perfume pelo perfume percebo que é Eduardo. 

-- Você está maravilhosa Sol.   

-- Puxa saco. -- Me viro e olho para ele. Esta maravilhoso, blusa preta e calça azul marinho. Muito sexy. 

-- Vamos beber alguma coisa. -- Concordo com a cabeça e quando Eduardo sai da minha frente vejo Romeu me observando, ele sorri e pisca para mim. -- O que foi? 

-- Nada. -- Me olha confuso e eu vou para o bar, peço uma cerveja e volto para a pista de dança. 

   Vou para a roda com as meninas e começo a dançar. Eduardo dança comigo eu rio dos seus movimentos, ele é um péssimo dançarino. 

-- Você tem que me ensinar alguns movimentos. 

-- Tudo bem. -- Faço um tutorial básico de quadradinho. O vejo tentando cada movimento... e falhando miseravelmente. 

   Não consigo parar de rir, mas ele não desiste, e tenta fazer cada movimento. 

   -- Tenho que ir trabalhar na barraca de bebida, mas já volto ta bom? -- Concordo com a cabeça. 

-- Treine durante o trabalho. -- Concorda com a cabeça e sai rebolando, o que me faz rir muito. 

   Quando olho pra frente vejo Luan beijando uma garota. Meu olhos automaticamente procuram Rebeca, e eu a vejo, olhando a cena incrédula, seus olhos estão cheios de água. Droga. Ela sai correndo e eu vou atras. 

-- Beca. -- Seguro em seu braço e ela logo se solta. 

-- O que foi Sophie?

-- Eu vi o Luan. -- Ela revira os olhos. 

-- Ele faz o que quiser, não estamos juntos. 

-- Rebeca eu sei que você não esta bem com isso. 

-- Estou ótima. 

-- Não faz isso. -- Ela sai andando outra vez, mas eu não vou deixa-la fazer isso. -- Para. -- Corro ficando na sua frente e Rebeca me empurra. Bato com toda força na parede e meu ombro doí. 

-- Me deixa ir na porra do banheiro em paz. -- Sai correndo. 

-- Ta tudo bem Sol? -- Luan diz chegando perto de mim. Concordo com a cabeça. -- O que deu nela? 

-- Ela viu você beijando a outra. 

-- Droga. -- Ele parece arrependido. -- Eu não queria Sol, a menina que veio pra cima de mim e me beijou, foi um beijo bem curto. 

-- Você não precisa se explicar Luan. 

-- Eu não queria isso, eu amo ela. -- Ele engasga com a palavra "amo", acho que é a primeira vez que fala isso. -- Mas mereço mais que ser o passatempo de alguém. -- Concordo com a cabeça. -- Tudo bem com o braço? 

-- Sim, foi só um susto. 

-- Otimo, ate mais Sol. -- Luan se afasta e eu vou ate o banheiro. Rebeca não esta la como eu suspeitava. 

   Meu braço esta latejando muito, Beca deve fazer muita academia para ter essa força toda. 

   Vou ate o bar e Eduardo sorri para mim 

-- Eu estou treinando professora. -- Ele rebola e começo a rir. 

-- Perfeito. 

-- Cerveja? -- Concordo com a cabeça e quando estico o braço quase grito de dor. -- Tudo bem com o braço? 

-- Na verdade não? A rebeca me empurrou na parede e eu bati, esta doendo mais do que eu imaginava. 

-- Se quiser pode pegar um remédio para dor no meu quarto. Segundo andar, terceira porta a esquerda, em uma caixinha prata em cima do criado mudo. 

-- Vou la pegar, obrigada. 

   Pelo caminho procuro Rebeca, sem sucesso, onde essa menina se enfiou? 

   O quarto de Eduardo é muito bem arrumado, na parede vejo algumas fotos de família e medalhas de primeiro lugar em natação. Isso explica os músculos. 

   Escuto a porta ser trancada atras de mim e um sorriso aparece nos meus lábios.

-- Veio atras de mim Eduardo. 

-- Errou feio Sol. -- Me viro assustada e engulo em seco ao ver Romeu me olhando e mordendo os lábios.

DANGEROnde histórias criam vida. Descubra agora