Parte 24 - PENÚLTIMO CAPÍTULO

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- Olá, será que você poderia me ajudar rapidinho? - Falei em tom suave e logo aquele menino se virou em minha direção. Aquilo só podia ser um sonho ou talvez... pesadelo, aquele funcionário que estava diante de mim... era ninguém mais ninguém menos que Vinicius. 

Eu não conseguia acreditar no que estava diante dos meus olhos, era como se eu estivesse tendo uma espécie de alucinação ou coisa do tipo... afinal, o que um riquinho mimado feito o Vinicius estaria fazendo ali? Porém, aquilo mexeu tanto comigo que após alguns segundos corri de volta para o carro. Eu estava suando frio, era como se minha alma tivesse saído de meu corpo por alguns segundos.

- Meu amor, tá tudo bem? Parece que viu um fantasma - George questionou me fitando.

- Quase isso, acho que as minhas paranóias estão voltando com força - Respondi, ainda em choque - Vamos embora daqui, por favor!

Vinicius 

Corri até a porta da floricultura mas já era tarde, não havia mais ninguém ali. Por alguns minutos, eu tive a sensação de estar diante do Gabriel... aquele olhar penetrante me desestruturou por inteiro. Porém, tinha outro cabelo, roupas mais estilosas e havia saído dali em um carrão do ano.

- Vinicius, no que tá pensando? - Meu patrão disse, se apaixonando de mim com um buquê nas mãos.

- O senhor... o senhor conhecia bem o Gabriel né? - Perguntei.

- Claro, o meu melhor estagiário... ele amava muito tudo isso aqui. Porquê?

- Eu acho que era ele o cara que acabou de sair daqui!

- Aquele com pinta de rico? Não, aquele garoto não tem nada haver com o Gabriel simples que eu conheço.

- É... o senhor tem toda razão, talvez seja coisa da minha mente fértil - Forcei um sorriso e então voltei ao trabalho. 

Gabriel 

Ao chegar na casa da Dora fui recebido de maneira única, nos abraçamos fortemente por cerca de um minuto e as lágrimas foram inevitáveis. Apresentei o George, conversamos um pouco e em seguida dei um jeito de puxa-la até a cozinha para falarmos a sós.

- Aí Dora, eu preciso te confessar uma coisa... pensei que todo esse tempo tivesse sido o suficiente para eu esquecer de uma vez por todas o Vinicius. Mas foi só eu pisar aqui que todos os sentimentos meio que despertaram, entende?

- Amigo, normal... vocês viveram algo muito forte.

- Acredita que eu fui até a floricultura comprar flores para minha mãe e enxerguei o Vinicius como atendente? Preciso de uma ajuda profissional urgente!

- É... amigo, você não tá louco. De fato o Vinicius está trabalhando na floricultura! - Dora proferiu, me deixando boquiaberto.

- Do que você tá falando? O Vinicius não precisa daquilo Dora.

- Não precisava! Aconteceram algumas coisinhas desde que você foi embora daqui, o Vinicius teve alguns desentendimentos com pai e foi expulso de casa.

- Nossa... o que levaria o pai dele a uma atitude assim, não me diga que o Vinicius se assumiu...

- Não é isso. Bom amigo, e tem mais uma coisa que você precisa saber... Mas antes eu peço que não fique chateado comigo, promete?

- Tá me assustando Dora... porque eu iria ficar chateado contigo, tava morrendo de saudades de ti - Naquele momento, trocamos mais um abraço apertado.

- Bom, o Vinicius tá morando aqui em casa com o filho dele, parece que o pai queria se livrar da criança e ele não concordou.

- Puts, quando eu penso que já tô entendendo tudo... Então a diaba da Lorena tava falando a verdade, essa criança de fato existe, não é?

Restam-me as Flores (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora