Parte 12

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Eram quase duas da manhã quando cheguei em casa. Antes de subir as escadas, tirei meus sapatos para fazer o menos de barulho possível e então segui em passos lentos até o meu quarto. Porém, assim que eu entrei a luz do abajur se acendeu.

- Aonde estava a essa hora da madrugada Gabriel? - Edgar questionou, ele estava sentando em minha cama.

- Você me assustou cara - Respirei fundo enquanto pensava em alguma desculpa - Me senti um pouco mal e... e fui lá em baixo tomar um ar.

- E pra isso precisava ter chamado o seu amigo riquinho?

- Do que tá falando?

- Eu vi quando você desceu da moto dele, o mesmo menino que te vi no dia em que cheguei - Ele disse e em seguida se levantou, caminhando em minha direção - Gabriel, você curte caras? - Edgar perguntou sem rodeios.

- Eu não sei do que você tá falando... de onde tirou isso agora? - Tentei disfarçar, porém, eu tinha muita dificuldade com isso e em meu rosto estava estampado o nervosismo.

- Cara, não tem problema nenhum se você for gay, isso até me faz lembrar de quando éramos mais novos... você me chupava tão bem - Ele sorriu e então deu um leve aperto no seu volume na cueca.

- Tá louco? Quer que minha mãe ou a vovó acabe escutando essas besteiras? - Sussurrei - Isso é passado Edgar, agora se me dar licença, eu preciso ir dormir para acordar cedo amanhã - Eu disse e em seguida tentei passar, porém ele me puxou pelo braço colando nossos corpos.

- Você não ainda não respondeu a minha pergunta priminho - Edgar indagou, me fitando de uma forma diferente.

- Eu não tenho nada pra te dizer... cuida da sua vida beleza? - Me soltei do Edgar e então deitei em minha cama, me cobrindo dos pés a cabeça.

Na manhã seguinte, acabei acordando atrasado por conta do horário que eu havia deitado para dormir. Apenas tive tempo de tomar um banho rápido, me arrumar e sair. Assim que eu coloquei os pés fora de casa, avistei a Dora sentada em frente a residência dela enquanto mexia de forma impaciente no celular... certeza que eu iria ouvir umas poucas e boas.

- Finalmente belo adormecido! Sabe que a gente vai chegar atrasado para aula de química né? - Dora resmungou, guardando o celular na bolsa.

- Foi mal, é que eu fui dormir bem tarde ontem - Respondi, tentando segurar o riso.

- Opa, o que aconteceu? Que cara é essa? Eu ia perguntar se você tava inspirado com as poesias, mas tá nítido que a sua noite foi muito melhor que isso - De repente a Dora se calou por alguns instantes, ficando pensativa - Não! Não me diga que você e o seu primo...

- Xiu! Não foi nada disso... Quer dizer, realmente rolou o que você tá pensando, só que não foi com o Edgar - Naquele momento me veio as lembranças daquela noite incrível com o Vini.

- Amigo do céu! Você transou com o Vinicius?!

- É... e foi incrível Dora, ele preparou uma surpresa para mim na biblioteca do colégio, disse que nunca tinha sentindo por alguém o que estava sentindo comigo, foi o dia mais feliz de a minha vida.

- Nossa Gabe, tô tão feliz por ti... enfim perdeu a virgindade em? E vou te confessar uma coisa... tô começando a acreditar que o Vinicius está de fato se descobrindo com você, e que ele possa realmente está querendo algo sério.

... 

Vinicius 

Durante a aula, eu não conseguia de forma alguma me concentrar. A verdade é que desde ontem a noite o Gabriel não saia de meus pensamentos, eu precisava ver ele, senti-lo por mais uma vez em meus braços e tudo aquilo estava me assustando. Era como se aquele plano idiota dos meus amigos só tivesse servido como base para que eu encontrasse o meu verdadeiro eu. Eu já havia transando com diversas meninas, tudo por prazer e diversão, só que com ele foi completamente diferente... era notório a química incrível que exalava em nós dois, o nosso encaixe era perfeito e aquele menino que para muitos não passava de um nerd esquisito... Me atraia de todas as formas possíveis.

Restam-me as Flores (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora