17 - Declaração

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Terça, 05 de Maio

Bruno

Chegamos hoje de viagem e decidir que de hoje não passa. Hoje vou procurar a Maya e me declarar para ela. Depois de acordar e tomar banho, vou ao guarda roupa e escolho uma bermuda de algodão vermelha com uma camiseta branca e desço para o café encontrando só minha mãe.
- Bom dia minha rainha. – Digo me sentando ao lado dela.
- Bom dia filho.
- Cadê o papai e a Helô? – Perguntando botando café e pegando uma torrada.
- Helô foi pro cursinho e o seu pai pro escritório. E você, porque tá acordado antes das 11hs?
- Vou sair. Ainda tenho hoje e amanhã de folga, quinta eu vou pro trabalho.
- Quer companhia?
- A senhora não vai para a salão? – Pergunto estranhando minha mãe não ir para o trabalho. Minha mãe abriu um salão de beleza há 15 anos e faz muito sucesso até hoje.
- Hoje não. Tô com preguiça.
- Então, vamos fazer um passeio de mãe e filho. Faz tempo que não saímos juntos. Vamos ao cinema.
- Vamos. Deixa só eu pegar minha bolsa. – Diz e sobe. Termino meu café e pego meu celular, minha carteira e minhas chaves e vou para a garagem atrás do meu carro: Renault Sandero na cor quase dourado. – Cheguei. – Diz entanto no carro. Saímos em direção ao shopping. Passamos o dia juntos, a gente viu filme, lanchamos, compramos algumas coisinhas e a noite, voltamos para casa, tomei banho, escolhi uma roupa simples: uma bermuda de algodão azul marinho e uma camisa amarela, criei coragem e fui atrás da Maya, que nesse horário deve está no restaurante dos pais. Depois de alguns minutos, paro em frente ao restaurante do tio Arthur e já sinto o cheiro familiar da comida da Maya.
- Boa noite Bruno. – Diz a recepcionista Carla.
- Boa noite Carla. A Maya tá aí?
- Tá na cozinha, quer que eu chame ela?
- Não, eu vou lá. Tchau.
- Tchau.
Vou até a cozinha, antes se de bater a porta ouço as duas conversando e nesse meio meu nome. Sei que é feio ouvir a conversa dos outros, mas se tem meu nome no meio, preciso saber.
- Foi estranho aquilo acontecer comigo perto do Bruno. Quando eu vi, já tava quase pra passar minha mão no rosto dele, fazer carinho nele.
- Filha, você não acha que pode está se apaixonando pelo Bruno?
- Eu não sei mãe.
- Pelo que você me disse, posso até tá errada, mas acho que a amizade de vocês está se transformando em amor.
- Será?
- Pode sim, meu amor. Agora me diz, você ficaria feliz de tá gostando dele? – Diz tia Regina e depois ficar um silêncio. Agora eu fiquei curioso, será que eu me declaro ou não?
- Sinceramente? – Pergunta depois de um tempo.
- Sim.
- Eu iria gostar sim. Ele é um cara legal, divertindo, simpático. Então sim, eu ficaria feliz? – Diz e agora mais do que nunca, eu tenho certeza que vou me declarar. Volto um pouco e bato na porta.
- Olá mademoiselle Regina e mademoiselle Maya. – Digo entrando na cozinha.
- Oi cavalheiro nem sempre educado. – Diz Maya e eu boto a mão no peito e faço cara de ofendido.
- Que horror. Eu sendo super cavalheiro e você sendo ingrata. – Digo e tia Regina começa a rir. – Tá vendo isso tia?
- Vocês dois são malucos isso sim. – Diz tia Regina e nos todos rimos. – O que tá fazendo aqui, Bruno?
- Vim saber se a Maya pode conversar comigo. – Digo e olho para ela.
- Não fiz nada.
- Não sei né.
- Bruno. – Diz Maya rindo.
- Brincadeira. Agora é sério, posso falar contigo?
- Claro. Mãe? – Olha para a mãe.
- Pode ir. A Cecília dá conta, não é Cecí? – Pergunta para a cozinheira chefe.
- Com certeza. – Responde sorrindo.
- Então vamos Maya?
- Vamos. – Diz tirando o avental. Saímos de lá e fornos até a praça mais próxima.
- O que tu quer comigo? – Pergunta Maya se sentando no banco ao meu lado.
- Eu queria te dizer uma coisa que já deveria dizer a muito tempo.
- Pois fale. – Diz e eu me ajeito no banco a olhando.
- Maya, sei que nossa amizade é antiga, há 12 anos pra ser mais exato, mas já tem um tempo que eu não te vejo mais só como minha amiga. No começo eu pensei que eu tava ficando louco, mas com o tempo o sentimento só ia aumentando. – Peguei nas mãos dela e a olhei nos olhos. – Maya, eu tô apaixonado por ti. – Digo e vejo a surpresa nos rosto dela. – Desde dos meus 17 anos que eu não te vejo apenas como minha amiga. Eu sei que é tudo complicado de entender agora, mas eu só peço que a nossa amizade continue, não normal como antes, mas que continue. – Termino e ela fica calada. – Fala alguma coisa por favor.
- Meio que eu não sei o que dizer pra ti. Ainda tô digerindo isso.
- Eu imagino.
- Porque tu não me disse antes?
- Eu fiquei com medo de tu não querer me ver mais.
- E porque agora tá contando?
- Porque eu não consigo mais esconder. Há 6 anos eu escondo, não conseguiria fazer isso por mais tempo.
- Bom, dá minha parte não vai mudar nada em relação a nossa amizade, você continua sendo o meu melhor amigo e quem sabe um dia eu não acabe me apaixonando também né.
- A esperança é a última que morre. – Digo e rimos. – Eu posso te pedi uma coisa?
- Claro.
- Me dá um abraço?
- Claro seu bobo. – Diz e me abraça forte. Tenho que admitir que eu estou bem mais tranquilo depois de dizer isso a ela e mais feliz de saber que ela não vai se afastar. – Tenho que volta para o restaurante, mas se quiser me esperar, podemos tomar uma pizza, que acha?
- Ótima ideia. – Digo e a levo de volta para o trabalho dela. Quando deu 00:45hs ela sai do serviço.
- Pizza de que? – Pergunto a ela.
- Queria comer pizza de brigadeiro.
- Então pizza de brigadeiro. – Estico o braço para que ela passe o dela e assim vamos a pizzaria mais famosa de Belém, Pizzaria BocaLoca. Comemos e conversamos bastante, conversamos sobre eu gostar dela, sobre como seria de hoje em dia, se um dia a gente contava a todos do casamento, sobre os nossas trabalhos, etc. Foi uma noite incrível. Depois da pizza, a deixei em casa e fui para a minha. Cheguei e minha mãe estava deitada no sofá vendo TV.
- Ainda acordada, minha mãe. – Dou um beijo na testa dela.
- Tava vendo um filme que terminou agora. Seu pai tá roncando muito no quarto. – Diz e rir. – E você onde tava para chegar essa hora em casa?
- Tava com a Maya. Mãe, eu preciso lhe dizer uma coisa.
- Pois diga.
- Eu tô apaixonado pela Maya e hoje me declarei pra ela. – Digo logo de uma vez e ela se senta rápido.
- Como é Bruno? Você tá apaixonado pela sua melhor amiga?
- Sim.
- Há quanto tempo?
- 6 anos. – Digo e ela joga o travesseiro em mim.
- E me escondeu esse tempo todo?
- Calma mãe. – Digo rindo. – Eu mesmo tava tentando esquecer ela, mas não consegui. Então hoje criei coragem e me declarei.
- Meu filhote tá amando. – Diz minha mãe vindo me abraçar.
- Não começa mãe. – Digo e ela rir. – Bom, vou dormir. Boa noite. 
- Boa noite filho.
Subo para o meu quarto, tomo um banho, visto apenas uma cueca e me jogo na cama pensando no dia de hoje.

Será que um dia ela realmente vai me amar?

E com esse pensamento, adormeço.

Loucura em Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora