19 - Lara

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Um mês depois...

Quinta, 04 de Junho

Maya

Já se passou um mês do meu aniversário. Algumas aconteceram nesse meio tempo. O Sal assumiu o filho com a Jessica e a mesma assumiu um namoro com um rapaz de onde ela morava antes, ele até se mudou para Belém, o nome dele é Tálio, diferente né. A Mel acabou sendo demitida do trabalho, a empresa do Gaspar faliu depois que ele apostou todo o dinheiro no jogo e bebidas. Ele e o Sal estão na mesma, mas o mesmo já disse que vai pedir ela em namoro mês que vem. O Bruno pegou o primeiro caso grave e se saiu muito bem, o pai dele está super orgulhoso dele, a nossa relação às vezes fica estranha, mas estamos bem. E eu acabei resolvendo fazer um curso de especialização em comidas exóticas e sobremesas, uma coisa que parece que vai ser difícil, já que tem uns dias que eu não consigo nem sentir o cheiro de morango. Estou cortando os tomates quando minha mãe entra. Já faz um mês que eu escondo dela que sou uma mulher casada, está sendo difícil, toda vez que ela pergunta sobre Las Vegas eu digo a mesma coisa: “Foi muito legal.”
- Filha, aconteceu alguma coisa? Quer conversar? – Pergunta um pouco preocupada e só então percebo que estou cortando os tomates, estou esmigalhado eles.
- Sim e sim. Preciso falar com a senhora. – Largo a faça em cima da tábua e me encosto na pia.
- Pois fale.
- Lembra quando o Bruno veio falar comigo? – Ela assenti. – Então, ele se declarou pra mim. Ele disse que é apaixonado por mim há 6 anos.
- Nossa filha. E você como está com isso?
- Eu ainda estou tentando acreditar que meu melhor amigo é apaixonado por mim. Eu já havia lido sobre isso, mas nunca pensei que passaria por isso. – Digo e suspiro.
- Mas pela sua carinha não é só isso que está lhe deixando cabisbaixa.
- Sim. Tava pensando se eu realmente estiver me apaixonando por ele vai ser bom, amor recíproco, mas e se eu me apaixonar por outro homem? Eu não quero magoar o Bruno. – Digo e minha mãe vem até mim, segura minhas mãos e diz:
- Filha, se vocês se apaixonarem, isso é lindo, eu mesmo do ficarei feliz, você sabe que eu queria ele como meu genro. – Mal a senhora sabe que ele é seu genro, penso. – Mas se você amar outro, ele vai entender. Claro vai doer nele, mas se ele te ama mesmo, vai ficar feliz por você. A gente não manda no coração, Maya. Não mandamos nas nossas escolhas. Então fica calma e deixa o tempo fazer o serviço dele, tá bom? – Pergunta passando a mão na minha bochecha.
- Tá bom. Obrigada mãe. Mas agora nós precisamos voltar ao serviço, é horário de almoço.
- Sim. Falando nisso, tenho que preparar um mousse de morango. – Faço cara de nojo só de ouvir essa palavra. – Pega o morango pra mim?
- Claro. – Vou pegar a vasilha com os morangos na geladeira, o cheiro está horrível. – Acho que esses morangos estão estragados. – Digo entregando a ela a vasilha.
- Não estão não, estão bonzinhos. – Diz cheirando eles.
- Tem certeza? – Digo me abanando.
- Tenho sim. – Diz e rir.
- Qual a graça? – Pergunto confusa vendo ela virar de costa para fazer mousse.
- Você assim, parece uma mulher grávida com enjoo de morango. – Diz rindo e nesse momento tenho certeza que estou da cor de um papel.

Grávida?

- Se eu tivesse um namorado, poderia até ser, mas eu não me relaciono com ninguém a tempos. -  Digo e então lembro do único rapaz com quem eu deitei.

Não. Não. Não. Não. Não. Não.

Eu não posso está grávida do Bruno. Como eu deixei isso passar. Acordei sem roupa ao lado dele e nem me lembrei de tomar a pílula do dia seguinte. Preciso de uma desculpa urgente para sair.

Mel.

- Mãe, preciso sair. Lembrei que a Mel me pediu pra acompanhar ela no shopping e como eu vou lá, vou comprar logo um presente pra Liz.
- Meu Deus, o aniversário da tua irmã tá chegando. E eu não comprei o presente dela. – Diz me olhando surpresa. Minha mãe nunca esqueceu de comprar o presente de alguém da família. – Amanhã você pode cuidar do restaurante pra mim e pro seu pai irmos comprar o presente dela?
- Claro mãe. – Digo e dou um beijo nela. Antes que eu saísse, a Cecí entra.
- Maya, a Mel está aí atrás de ti. – Minha desculpa virou verdade. Quem diria em.
- Obrigado Cecí. Tchau. Tchau mãe. – Digo e saiu. Aí chegar na entrada, vejo uma Mel muito nervosa e pálida. – Oi amiga, o que foi? Você tá pálida, aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu, mas acho melhor nos duas irmos para outro lugar. E a propósito, tu também tá pálida. – Diz e saímos. Chegamos no carro dela e encontro o Sal no motorista.
- Sal?
- Oi Maya.
- O que tu tá fazendo aqui?
- Viemos te buscar. Nós precisamos conversar no meu apartamento. – Diz e entramos no carro. Pouco depois paramos no condomínio que ele mora e subimos o elevador, ao chegamos, me deparo com o Bruno na porta do apartamento do Sal.
- O que tá acontecendo?
- É melhor entramos. – Diz Sal.
- Sal? – Ouvimos uma voz feminina e vemos a Larissa, vizinha do Sal e mãe da Lara, preocupada que corre para abraçar ele.
- O que foi que aconteceu? – Sal pergunta ainda abraçado a ela que começa a chorar.
- A Lara Sal.
- O que tem a Lara? – Pergunta preocupado e se separa para olhar para ela.

Que nada tenho acontecido com ela.

- Ontem uma amiguinha dela, a Melanie, pediu pra mim deixar ela dormir lá e eu deixei como sempre. Ela já tava acostumada a ir, mas eu não sabia que o tio da Melzinha tá passando um dias na casa dela e eu nunca gostei dele e hoje eu soube o porque. – Diz Larissa ainda chorando.
- O que aconteceu? – Ele pergunta com um pouco de raiva e eu já entendo o porque. A Larissa só chora. – Larissa, olha pra mim. – Pede e ela olha. – Não me diz que ele... – Ele não completa e ela concorda com a cabeça e chora ainda mais. Eu levo minha mão a boca sem surpresa e já estou quase chorando também.
- Sim Sal, o tio da Melzinha abusou da Lara. – Diz e chora. Pronto, foi a gota d’água para o Sal. Todos sabemos que ele ama a Lara como se fosse filha dele.
- EU VOU MATAR AQUELE FILHO DA PUTA. – Sal grita com raiva. – COMO ELE PODE FAZER ISSO COM UMA CRIANÇA.
- Cadê o Cássio, Larissa? – Pergunta Mel chorando também.
- Ele foi pra delegacia com o pai da Melzinha. Eu tô indo pro hospital, a mãe da Melzinha levou a Lara pra lá pra ver o médico. – Diz controlando um pouco o choro.
- Eu vou pra delegacia encontrar com eles. – Diz Sal um pouco mais controlado.
- Eu vou contigo. – Diz Mel.
- Não, tu e a Maya vão com a Larissa pro hospital, o Bruno leva vocês.
- Com certeza. E depois eu vou pra delegacia encontrar tu e o Cássio. – Diz Bruno e Sal assenti.
- Vamos então. – Digo me controlando para não chorar mais. Formos para o hospital e ao chegamos, Larissa vai até uma moça de cabelos loiro presos num coque.
- Camila.
- Larissa, eu peço perdão pra ti. Eu nunca imaginei que ele iria fazer isso com alguém. Eu peço milhões de desculpas pra ti e pro Cássio. -  diz a tal Camila chorando.
- Eu te desculpo sim, Camila. Tu e o Marcelo não tiveram culpa. Ninguém imaginou que ele iria fazer uma monstruosidade dessa. Mas cadê a minha filha?
- Tá lá dentro sendo examinada pela minha mãe. Ela é médica aqui. Vem eu te levo até ela. – Larissa olha para mim e Mel.
- Nós te esperamos aqui. – Diz Mel e ela assenti. Nós duas nos sentarmos no sofá. – Eu não acredito como um monstro desse pode fazer uma coisa dessa com uma criança.
- Esses tipo de caras não ligam pra isso. Não ligam se você é criança, adolescente, ou adulta. Não querem saber que cor tu tem ou que roupa você tem no corpo. Ele só querer usar o nossos corpos como se fossemos um pedaço de chiclete, que eles comem e depois jogam foram. E o pior Mel, é saber que a Lara só é mais uma vítima das muitas que existe no mundo. – Digo e suspiro.
- Só espero que o Sal e o Cássio não percam a cabeça e acabem presos por assassinato.
- Eles são dois malucos, mas ele não fariam isso. Mas pode ter certeza que ele vai ter justiça. Ah se vai. – Digo firme a ela. Era por volta das 15hs quando a Larissa disse que poderíamos ver a Lara. Quando chegamos no quarto dela, ela estava deitada encolhida. Não queria falar muito, a Larissa nos disse que ele não chegou a tirar a pureza da nossa baixinha por que o Marcelo, pai da amiguinha dela, foi acordar as meninas e entrou no quarto na hora que ele iria fazer a brutalidade. Ela disse que ela está bem fisicamente, mas que teria que ver uma psicóloga duas vezes na semana até ter uma vida quase normal. Ficamos com as duas até umas cinco horas quando o Sal, o Cássio, o Bruno e um homem de cabelos castanho claro que suponho ser o Marcelo, chega. Eles nos disseram que o cara vai ficar preso por um bom tempo, pois nas duas últimas cidades que ele morou, ele também abusou de duas garotas e quase matou um rapaz atropelado e fugiu do local. Formos para casa já a noite, mas dissemos que qualquer coisa, eles podiam nos ligar.
- Coitada da nossa baixinha. – Diz Mel triste.
- Ela vai ficar bem, Mel. E todos nós vamos ajuda-la. – Digo a ela.
- Eu tive uma ideia. – Diz Sal sorrindo.
- Qual?
- Surpresa pra vocês também.

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Coitada da nossa ruivinha😢
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Nunca a culpa é sua

#NÃOÉNÃO

Loucura em Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora