10 - Confissão

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Sábado, 02 de Maio

Melissa

Acordo muito suada e ofegante.

Que diabos de sonhos foi esse?

Eu nunca mais tinha sonhado com o Sal e quando acontece ainda tem que ser um sonho erótico.
- Mel? - Maya me chama. - Tá tudo bem? Você tá suando. - Ela pergunta e vem se sentar ao meu lado na cama.
- Tá sim, eu só tive um pesadelo.
- Vem cá. - Ela abre os braços para que eu possa abraça-la e é exatamente o que faço. - Quer me contar o que foi?

Nem pensar.

- Não, só quero esquecer esse pesadelo. Por favor.
- Tudo bem. Vou ficar aqui e dormir abraça a ti igual como éramos mais novas.
- Nunca pensei que fosse dizer isso, mas obrigado por dormir aqui. - Maya dá um sorriso imenso.
- Não há de que. - Nos deitamos e viramos de frente uma para a outra. Pela janela dá pra ver que ainda é de madrugada. - Mel? - Ela me chama de novo, mas dessa vez baixinho.
- Oi.
- Você gosta do Sal? - Engoli em seco.

Só falta eu ter falado o nome dele.

- Gosto quando ele não me perturba, mas porque a pergunta?
- Curiosidade. Hoje no café quando falarmos que vocês ainda iam se casar, tu só faltou ter um treco e agora quando eu vim do banheiro e já estava me deitando, tu ficou chamando o nome dele várias vezes.

Pronto. Tô lascada.

- Mel, aconteceu alguma coisa entre vocês que fazendo com que sempre agem assim perto um do outro? - É melhor eu conta logo. Ela é minha melhor amiga.
- Eu tive um sonho erótico com o Sal. - Digo e vejo ela arregalar os olhos e abrir e fechar a boca várias vezes. Então continuei. - E eu amo o Sal. Só apaixonada por ele desde o ano passado. - Acho que era melhor ter ficado calada porque no momento que eu fechei a boca, a Maya caiu da cama. - Maya! Amiga, tu tá bem? - Corri para ver ela.
- TU É APAIXONADA PELO SALVATORE E NUNCA ME CONTOU??? - Ela grita levantando do chão.
- Xiu, fala baixo. Sim, eu sou apaixonada por ele.
- E porque tu nunca me contou sua vaca? - Ela se senta na cama e cruza os braços.
- Eu fiquei com medo tá. Não sabia qual seria tua reação. Não sabia se ia aceitar.
- Amiga, eu tô amando a ideia dos meus melhores se amando.
- Se amando? - Maya arregalou os olhos e percebeu o que tinha dito.
- Eu e minha boca grande. Mas sim, o Sal é apaixonado por ti desde quando te conheceu, ele brinca com isso, mas é a mais pura verdade. - Ela diz e me abraça. - Olha eu quero ser a madrinha do casamento, ouviu? - Diz com a voz seria.
- Ouvi sim. - Digo rindo.
- Mas e aí, quando tu vai contar? - Ela diz me soltando.
- Eu não vou contar.
- E porque não?
- Porque não posso.
- E porque? Vocês se amam, fazem um casal lindo. O que impede?
- O Sal é pai. - Era para ser um segredo, mas eu precisava conversar com alguém sobre isso.
- Como? - Ela pergunta de olhos arregalados de novo.
- Tu parece uma coruja com esses olhos. Lembra da Jessica? A última namorada do Sal?
- Lembro.
- Ela ficou grávida e diz que o filho é do Sal. Ninguém sabe, somente eu e agora tu. Ela tá voltando pra Belém pra falar com ele e se caso for preciso, eles fazerem um teste de DNA.
- Mel, tem certeza que o filho é do Sal? Todo mundo sabe que a Jessica era uma vadia. Não seria nenhuma novidade se ela estivesse fazendo isso de pra pegar uma pensão gorda dele.
- Eu pensei nisso. Mas ela me mandou uma foto da criança. Ela é toda parecida com o Sal.
- Ok. Digamos que isso seja verdade. O que isso tem haver com vocês ficarem juntos?
- O Sal vai ter ficar com ela pra criar a criança. Ser uma família de verdade... - Eu ia continuar, mas fui interrompida pela Maya.
- Você é anta ou fingi ser?
- Como é?
- Amiga, nem que a Jessica fosse a última mulher da face da Terra, o Sal ficaria com ela. É claro que se o filho for dele, ele vai assumir e ajudar a criar, mas eu tenho certeza que ele não vai ficar com ela. Ele é responsável, mas não é trouxa. Ela meteu chifre nele durante 5 meses e nem saberíamos disso se não fosse pela festa de aniversário da irmã dela.
- Verdade. Se não fosse a Janaína, não saberíamos até hoje.
- Vou perguntar de novo. - Ela diz e se senta nas duas pernas de frente para mim. - O que impede vocês de ficarem juntos? - Abro a boca para falar algo, mas não tenho nenhum argumento. - Eu sabia. Amiga, vocês se ama, o Sal nunca escondeu que é apaixonado por você e agora ele é correspondido, pensa na felicidade que ele vai ter quando souber que a mulher que ele ama, também o ama?
- Ficaria imensamente feliz.
- Sim. Se declara e vão viver esse amor.
- Você está certa. Vou fazer isso, mas só depois do teu aniversário. Quando voltarmos, vou me declarar pra ele.
- Assim que se fala. - Diz se levantando da minha cama e se deitando na dela. - Agora vamos dormir porque amanhã, temos Bungee Jumping na Stratosphere Las Vegas. Boa madrugada.
- Boa madrugada amiga. - Não demora muito acabo dormindo.

Horas depois...

"Estamos eu e o Sal correndo atrás de uma garotinha linda que deve ter entre 1 ano e meio e 2 anos. Ela é linda, pele morena de cabelos lisos e olhos negros. Tanto eu quanto ela estamos com um vestido azul com flores branca e o Sal está com uma blusa azul. Estamos num jardim lindo. Depois de um tempinho conseguirmos pegar ela."

Esse sim é um sonho lindo. Acho que a Maya tem razão, tenho que me declarar para o Sal, independente se ele é ou não o pai do pequeno Oliver. Se ele me ama como diz, vai ficar comigo e não com a aquela vaca desgraçada da Jessica.
- Pai? Como assim pai? - Ouço a voz incrédula da Maya.
- Pelo menos é o que a Jessica me disse. Ela me ligou agorinha dizendo que eu tenho um filho de 3 meses com ela e que tá indo pra Belém pra fazermos os exames de DNA se eu quiser. - Ouço a voz do Sal e decido continuar ouvindo a conversar ao invés de acordar.
- Tô assustada, mas o que tu vai fazer?
- Primeiro o teste de DNA pra ver se essa criança é meu mesmo, e se for confirmado, vou assumir né. Não posso fazer mais que isso.
- Você vai ficar com a Jessica se for confirmado? - Maya pergunta e eu começo a ficar nervosa.
- Mas nem se ela fosse a rainha da Inglaterra. - Ele diz debochado e eu sinto o coração mais calmo.
- Mas não é só isso que tá te deixando assim. O que foi? - Fica um silêncio até a Maya voltar a falar. - É a Mel né? - Lá vou voltar a ficar nervosa de novo.
- Sim. Eu tava com tudo esquematizado na cabeça como eu ia me declarar pra ela segunda-feira, comprei até um presente pra ela, mas agora tem essa história. - Ouço ele suspirar. - Não posso me declarar agora, não sem antes saber se o Oliver é mesmo meu filho.
- Não entendi.

Mas eu sim.

- Quero resolver primeiro esse problema, pra depois me declarar pra Mel. Quero poder dizer tudo o que sinto sem ter que esconder essa história dela.
- Então tu vai fazer primeiro o teste e depois do resultado tu vai contar é?
- Sim. É o certo a se fazer. Pelo menos eu acho.
- Bom, na opinião, tu devia se declarar pra ela antes do teste, porque assim tu teria um apoio nisso tudo, mas se essa é a tua decisão, tem meu apoio.
- Obrigado Maya. Mas agora preciso ir. Tenho que ligar pra mamãe, preciso conversar com ela.
- Tá bom. Manda um beijo pra ela.
- Pode deixar. Tchau. - Ouço a porta fechando. Fica um silêncio no quarto, penso que a Maya entrou no banheiro, mas logo esse pensamento vai embora quando um mamute, quer dizer, ela pula em cima de mim.
- Acordar Mel. Acorda. Acorda. Acorda. - Ela fala e faz a cama de cama elástica.
- Sai Maya. - Finjo uma voz rouca.
- Não, acorda. Daqui a pouco os meninos vem chamar a gente pra irmos pular de Bungee Jumping.
- Aaaah, já disse que te odeio?
- Eu sei que tu me ama isso sim. - Ela diz saindo de cima de mim.
- Pelo menos agora eu posso respirar de novo.
- Eu nem peso. Sou leve com uma pluma.
- Vai sonhando. - Me levanto rindo. Decido que é melhor me levantar antes que ela me deixe louca. Escolho um short jeans e uma blusa azul marinho com uma rosa desenhada. A Maya optou por um short jeans também, mas com a blusa amarela, colocamos nossos tênis e decidimos por fazer rabo de cavalo no cabelo. Sairmos em direção o quarto dos meninos.
- Não precisar bater. O Bruno mandou uma mensagem dizendo que estão nos esperando no restaurante.
- Vamos então porque estão faminta. - Digo e ela revira os olhos. Descermos e encontramos os meninos já comendo.

É sério isso universo?!

Acreditem ou não, mas os meninos estavam de bermudas jeans, o Bruno de camisa amarela e o Sal de camisa azul marinho.
- Acho que se tivéssemos combinado, não tinha dado tão certo. - Digo me sentando ao lado do Sal. Os dois para de comer e olham para nos duas.
- A gente tá parecendo casais assim. - Bruno diz rindo.
- Vamos comer que é melhor isso sim. - Maya diz rindo. Tomamos café conversando, mas o Sal quase não falava. Fiquei o olhando durante um tempo.
- Tá me achando bonito Mel? - Pergunta ele rindo.
- Vai te catar. - Digo tentando fingir brava, mas acabo por ri também. - O que aconteceu contigo hoje, você tá quieto e não me perturbou ainda. Tá tudo bem? - Pergunto e vejo ele suspirar.
- Não muito, mas vai melhorar.
- A gente pode viver como cão e gato, mas qualquer coisa tô aqui tá bom. - Digo e pego na mão dele.
- Obrigado. - Ele aperta a minha mão.
- Bruno, acho melhor a gente ir embora e deixar os pombinhos sozinhos. - Maya diz rindo.
- Concordo. Bora embora. - Diz rindo também.
- Vão se catar. - Digo rindo e solto a mão do Sal.
- Eu vou indo na frente pro Stratosphere Las Vegas, preciso ligar pra minha mãe. Tchau pessoal. - Diz se levantando.
- Tchau. - Dizemos juntos.
- O Sal tá estranho. - Digo preocupada. Pelo jeito o assunto dele ser pai deve está realmente mexendo com ele.
- Também achei, mas ele não quis me dizer o que é. Seja o que for, é algo grave, se não ele não ligaria pra tia Sol. - Bruno diz e isso me faz ficar ainda mais preocupada com ele. O Sal só procura a mãe quando algo realmente grave acontece. Acabamos de tomar o café e formos a caminho de Stratosphere Las Vegas pular de Bungee Jumping. Só a Maya para me convenceu a fazer isso.

Loucura em Las VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora