J I M I N
O dia anterior havia sido tão cheio, repleto de pequenos detalhes e coisas para raciocinar que acabei não raciocinando nada.
Foi depois que eu e Jungkook chegamos em casa - e ficamos desanimados por não termos nossos gatos conosco - que eu tomei um banho, passei um bom tempo conversando com ele sobre o show, e então me deitei.
A intenção era dormir. Mas meu cérebro decidiu pensar.
Eu revivi, fitando o teto, cada coisa que acontecera no dia.
E foi bom, juro. Nada desesperador pensar em milhares de pessoas me vendo performar. Nada desesperador em pensar que foi meu primeiro show. Nada desesperador pensar que haveriam outros.
O que foi desesperador foi pensar no que tinha acontecido na sala onde eu e minha dupla esperávamos.
O que foi aquilo?
Eu simplesmente toquei o peito dele e quase deixei que minha boca dissesse que, quando eu tocava ali, eu pensava nele sem camisa.
O que foi que passou na minha cabeça naquele momento?
Certas vezes não conseguimos segurar nossa língua, e essa foi uma dessas vezes.
Bati forte em minha testa ao lembrar de outra coisa.
O corpo de Jungkook colado ao meu, depois do tombo.
O garoto estava desesperado quando se tocou do que havia acontecido. Procurou sinais de dor no meu rosto e se aliviou quando não encontrou nada.
Porra, as pernas grossas dele estavam sendo apertadas contra as minhas.
E se eu pensava que era um inferno tirar da cabeça a cena que vi de Jeon saindo do banheiro sem camisa, seria ainda mais difícil esquecer do que havia acontecido ontem.
Droga, droga, droga.
Pelo menos nada havia ficado esquisito entre nós dois, já que estávamos conversando normalmente.
Até o peguei no flagra tirando uma foto de mim quando eu cochilei no caminho de volta para nosso apartamento.
Não me responsabilizo pelos tapas dados em seu braço, logo depois disso.
Estava tudo dando certo, e o melhor era que eu não precisava me esforçar pra isso. Ele, tampouco.
As piadas internas surgiam sem nossa permissão, eu me sentia confortável em compartilhar minhas angústias, escutava e ria de suas piadas idiotas que ele soltava em momentos aleatórios.
E era tão bom saber que tudo que tinha pra dar errado não deu...
E então o dia seguinte chegou. Foi uma correria sem igual, já que decidimos ensaiar arduamente pela parte da manhã.
Hoseok parecia tão exausto quanto nós.
Mas quando me dei conta, eu já estava maquiado, vestido e bem preparado, esperando a contagem regressiva terminar, para entrar no palco.
Jungkook estava fazendo muito bem o trabalho como minha dupla, me ajudando nos momentos em que meu corpo surtava, me fazendo ficar ansioso mais do que o normal.
Foi mais uma noite mágica, cheia de gritos, aplausos, luzes, sorrisos e, não nego, lágrimas.
Na manhã seguinte, após o segundo show, era quarta-feira, eu e Jeon comemos torradas de café da manhã, Jungkook encostado na geladeira, e eu sentado na bancada.
- Só tem críticas positivas, Jimin-ah - ele comentou, lendo comentários de um tweet - A única reclamação é que passou rápido demais.
Engoli um pedaço de torrada e tomei um gole de meu café preto, sem leite.
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THE UNIT • jikook
Romance[CONCLUÍDA] Jeon Jungkook era o queridinho do povo coreano, mas por passar tempo demais sem lançar nada, foi perdendo lugar no pódio, e agora está disposto a recuperar. Park Jimin quer viver de música. Só não esperava que seu primeiro lançamento se...