THE UNIT • jikook

treze

J I M I N

Eu não podia deixar Jungkook esperando por muito tempo, mas queria raciocinar direito antes de abrir a porta.

Acabei cedendo e apenas andando até ela, sem digerir bem o que eu tinha acabado de ter coragem pra falar.

Jungkook
[ quer que eu vá?
[ seja sincero

eu
quero... ]

Girei o trinco, encontrando Jeon descabelado e já usando pijama.

Cocei a nuca, olhando para baixo, envergonhado por ter feito ele sair do conforto de seu quarto apenas para me ajudar em minha insônia.

– Foi aqui que pediram um Jungkook-canção-de-ninar?

Não estava tão tarde para termos que sussurrar, mas também não estava cedo. Sendo assim, quando uma gargalhada escapou do fundo da minha garganta, eu tampei minha boca para que não ecoasse pelos corredores.

Toquei minha barriga, que doía pelas risadas. Ainda segurando a porta, dei espaço para que ele entrasse no meu quarto.

Ele viu minha cama bagunçada, onde eu estava deitado segundos antes. tirou os chinelos que usava e se jogou na cama de casal gigantesca.

Sem questionar, eu me joguei também, pousando ao seu lado, ambos fitando teto.

– Tá ansioso assim por estar longe da sua família, adivinhei? – o moreno virou a cabeça para o lado, deixando de olhar o teto, direcionando o olhar para mim.

E eu fiz o mesmo.

– Eu sou previsível, não sou?

Ele fez que não com a cabeça, fechando levemente os olhos.

– Acho que – bocejou – Eu meio que aprendi a conhecer você.

Se meu coração já estava batendo forte ao abrir a porta, ao ouvir aquelas palavras de Jungkook ele quase escapou de minha garganta.

O moreno parecia cansado, talvez pela tarde cheia de andanças nossas e pelo treino na academia.

E poderia ter ignorado minha mensagem, ter ido dormir e agir normalmente no dia seguinte.

Poderia simplesmente... Não se envolver nos meus problemas. Mas ele sempre estava disposto a me ajudar no que era preciso.

E o Jimin nervoso em seu primeiro programa de rádio nunca imaginaria que aquele era o verdadeiro Jungkook, por debaixo da carcaça dura e emburrada.

– Kook-ah – eu não pensei antes de anunciar minha pergunta – Você não gostava muito de mim no começo, gostava?

A pergunta o pega desprevenido, e o moreno abre os olhos rapidamente, encontrando os meus.

– Como assim?

– Você não parecia feliz, no começo – e sorri ao perceber o que eu estava prestes a dizer – Agora parece. Mas não parecia.

Ele levou alguns segundos para pensar e respirar direito, ainda com os olhos castanhos presos aos meus.

– Eu não gostava do projeto – começou a explicar – Não me sinto bem quando preciso sair da minha zona de conforto – coçou a cabeça – Por conta do meu estresse, eu devo ter acabado descontado em você em algum momento...

– Não é isso – o interrompi – Eu só... Sentia que você estava desconfortável.

– E eu estava... E quando eu vi que, no tempo em que estive inativo, tinham novos artistas incríveis pra caramba, meu cérebro decidiu que todos eram inimigos – ele virou o corpo, para assim deitar de lado, de frente para mim – E você estava na lista. Tão talentoso e bonito, que me senti ameaçado.