vinte e oito

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J U N G K O O K

Por várias semanas, Nayeon nos defendeu e protegeu como se fosse uma mãe e nós seus filhotes indefesos.

Depois de um tempo curto, eu e Jimin morarmos no mesmo apartamento não era mais uma quebra de regra. Era A regra. Tecnicamente, voltou a ser a regra.

Nós nem cogitamos a ideia de levar tudo de volta para o apartamento da empresa. Estávamos tão acostumados a ficar no meu, que eu já nem considerava mais meu, e sim nosso.

Pedimos com carinho e ela cedeu, passando um paninho básico para que pudéssemos continuar onde estávamos.

Não tínhamos ideia como seria nossa carreira em dupla. Mas ainda assim devíamos morar juntos.

Mas quando Jimin trouxe suas coisas de vez, abriu um espaço em meu guarda roupa para suas roupas, pendurou sua toalha no box do banheiro e espalhou seus pertences pelo apartamento inteiro, eu tive uma sensação diferente.

Nós não éramos artistas que moravam juntos pelo trabalho. Estava mais para um casal de namorados que mora junto e que, por pura coincidência, trabalha com a mesma coisa.

Era essa a sensação. Casal de namorados.

E aquilo começou a me enlouquecer com o tempo. Era tão óbvio. Desde sempre.

Apelidos, toques, conversas, e tudo que tínhamos passado...

Só faltava um pedido oficial.

Minha cabeça doía ao pensar naquilo. Era o momento certo? Meu coração dizia que eu estava atrasado, e meu cérebro que não era nem pra cogitar a ideia.

Mas não fazia sentido ignorar a situação. O relacionamento existia e estava mais forte a cada dia que se passava. Só não era confirmado.

Ainda.

Por desatenção da nossa parte. Provavelmente se não tivéssemos tido tantas distrações e problemas para serem resolvidos, já estaríamos nos denominando namorados fazia tempo.

Será que alguma vez ele tinha pensado no assunto? Será que achava uma ideia horrível? Ou queria aquilo fazia tempo?

Talvez nem tivesse cogitado a ideia, ou não quisesse que se tornasse oficial.

Eu só descobriria pedindo e recebendo sua resposta.

Mas o problema principal era que eu estava realmente perdido. Nunca tinha feito algo do tipo com alguém.

Por isso, pedi socorro para o meu querido amigo, Google. E depois para o Youtube.

E fiquei horas e horas lendo sobre, assistindo vídeos de pedidos super elaborados ou bregas até demais. Não fazia meu tipo, e nem o de Jimin, e isso me deixava desesperado ainda.

Tudo só serviu para me deixar mais confuso, sem saber o que fazer.

Eu estava assistindo mais um vídeo, dessa vez um com dicas para saber se a pessoa está realmente apaixonada por você. Nunca se sabe, Jimin é imprevisível as vezes.

Mas depois de assistir o vídeo, tive uma certeza: Eu estava apaixonado mesmo por ele.

Eu estava na cama, com meus fones de ouvido, e já fazia um bom tempo que estava assistindo aquele tipo de conteúdo, não deixando que Jimin olhasse para a tela do meu celular.

As luzes do quarto estavam apagadas, com o abajur do meu lado a cama aceso.

Jimin já estava cochilando ao meu lado, virado de costas para mim. Quando já tinham se passado bons minutos e eu nem dava demonstração de querer desligar meu telefone e dormir, ele interrompeu seu cochilo, se enlaçou em meu braço, e com os olhinhos inchados disse:

THE UNIT • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora