Olá, antes de mais nada gostaria de avisar que criei uma playlist no spotify para a fanfic, e caso vocês tenham pensado em alguma musica que combine com a história e não esteja aqui, e só avisar. (O link está na bio do meu perfil). Boa leitura!
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É manhã, mas o quarto está escuro, as cortinas fazem um bom trabalho em extinguir qualquer resquício do sol que nasce do lado de fora. Lalisa sai do banheiro e caminha na penumbra sem fazer barulho, vestindo apenas uma calça formal larga e nada cobrindo o tronco, de modo que seus seios, sua clavícula e a barriga ganham destaque pelos meus olhos.
O cômodo cheira a sabonete de hotel, sexo e vinho seco, a garrafa vazia jaz dentro da tigela de metal, o gelo totalmente derretido. A televisão está ligada em um canal antigo, no mudo, a luz do televisor lança sombras pelo quarto enquanto Charlie Chaplin continua com movimentos repetitivos, vez ou outra, a tela fica preta e o diálogo aparece: "Oh my! Someone will die!" ele exclama e eu gargalho, mesmo não entendendo nada do filme.
Meu calcanhar coça mas não consigo alcançar, então o esfrego nas cobertas, a seda escorre entre meus dedos como água, nunca de fato acabando com a coceira.
Lalisa seca os cabelos com a toalha e a joga nos pés da cama, finge que não me vê nua, presa e totalmente aberta — em todos os sentidos — na cama. Há algo na maneira como ela age quando não precisa ser professora que me fisga de primeira, na comparação mais chula é ver um palhaço tirando a maquiagem no fim da apresentação, como se ali, com nós duas e o escuro, ela não precisasse ser boa.
É uma camada que me sinto privilegiada em ver, em como seu sorriso toma um ar diferente do habitual e seus dedos finalmente me mostram do que são capazes, a forma como ela habilmente tem tudo calculado como se o prazer estivesse em estar no controle. Ela observa, toca, experimenta e está pronta para fazer isso quantas vezes quiser, no meu momento de mais êxtase, me imagino dividindo-as em duas. A Lalisa professora é certinha demais, é preocupada com ética, moral e bons costumes, é carismática, tem seus preferidos, é feita para agradar. A Lalisa que eu gosto está pouco se fudendo pra isso.
Como se lesse meus pensamentos ela sorri, aquele meio sorriso maldito que me faz abrir ainda mais as pernas. Lalisa coloca uma pasta ou creme nas mãos, está escuro para enxergar corretamente, e esfrega o produto na palma.
— Está com pena do que fez comigo? — pergunto, fazendo um biquinho ressentido.
Lalisa para o que está fazendo e me olha por com os lábios franzidos. Ela não caí mais em nenhuma das minhas tentativas de tentar persuadi-la — está sempre esperando um sentido oculto em tudo que eu falo — vem até mim e se inclina, a centímetros do meu rosto.
Sinto o cheiro dela de uma só vez, como um tapa na cara, e devagar, ela encosta o nariz no meu, me observando sem piscar. Seus olhos queimam minhas bochechas quando fecho as pálpebras, respirando profundamente pelo nariz e expirando pela boca, sentindo cada parte do meu corpo se arrepiar com aquele mínimo contato.
— Está doendo — digo, baixinho.
Ela ri.
— É isso que acontece quando você age daquele jeito, na minha sala.
As algemas são dolorosas, a cada pressionar do metal na minha pele, cortando a minha carne, mais sinto minha buceta ficar molhada. Lalisa ainda me observa, ela não acredita quando digo que doí, não acredita no crucifixo que carrego no pescoço e nem nas minhas lágrimas quando faço esforço para chorar.
Ela espera pacientemente que eu me canse de fazer cena — e depois de alguns minutos eu realmente canso — e mudo meu semblante choroso para um risonho. As lágrimas ainda escorrem pelas minhas bochechas, mas diferente de antes, estou sorrindo.
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O segredo do seus olhos
FanficJennie Kim está fugindo do seu passado e encontra na faculdade de música uma forma de recomeçar. Entre o ódio que sente pelo mundo e uma amizade inesperada, ela acaba conhecendo Lalisa Manoban, uma mulher de olhos cativantes e misteriosos, e se apai...