Catagan, Hoof black e Lumios

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Era uma estrada bem extensa e cansativa, e o silêncio que pairava sobre os quatro tornava a viagem ainda mais entediante.

— Olha, eu não entendo muita coisa sobre a atual situação em que Catagan se encontra, não tive contato algum com as coisas aqui em baixo, poderia me explicar? — perguntou Aygon para sua acompanhante de viagem.

Helen por alguns segundos olhou para trás, porém continuou calada, deixando as palavras de Aygon jogadas ao vento.

— Entendi, nada de conversa não é mesmo — murmurou Aygon sem graça.

— Catagan está aos poucos se alto destruindo — respondeu a mulher seriamente.

— Se alto destruindo? —Eu pensei que ela fosse a maior nação já construída!

— E é a maior.  Qual é o seu nível de conhecimento garoto?

— Eu só ouvi falar de Catagan nos livros que tínhamos na aldeia, e das histórias que meu mestre contava, porem só isso.

— Bom que seja, essa viagem é longa então vou te contar algumas coisas.

— A um tempo atrás as 3 grandes nações de Holow ( Catagan, Hoof black e Lumios ) viviam cravando batalhas em busca de recurso. Porem foi a 20 anos que a guerra entre eles chegou ao ápice. Todos os homens de cada vila e aldeia foram obrigados a irem para a guerra, então Catagan e seu exército gigantesco conseguiu conquistar Hoof black e pouco tempo depois Lumios. O rei de Catagan então nomeou um novo Lorde para cuidar de Hoolf black e um outro para Lumios..

— E assim Holow viveu em paz com todas as grandes nações controladas pelo Rei de Catagan. Mas a paz não durou muito, oito anos depois da grande Guerra ter acontecido um exército gigantesco veio para lá do grande Mar, em centenas de barcos. Ao chegarem em terra firme foram invadindo todas as vilas que encontravam. Lumios que era a nação mais próxima enviou seu exército para impedir os invasores, porem foram massacrados e logo em seguida tiveram seu reino tomado.

— O rei de Catagan ao saber da invasão e do Massacre sobre Lumios, convocou uma reunião com os Invasores afim de formalizar um acordo.

— A decisão do rei não agradou seus lordes, Generais e muito menos a população, que queriam vingança e justiça sobre o povo massacrado de Lumios. Porém mesmo com a insatisfação de todos a reunião aconteceu, os invasores exigiram ter Lumios oficializada como pose legal deles e também manter um comércio ativo com as demais Nações e aldeias. O rei aceitou os termos e oficializou Lumios que veio a ser chamada de Croasi, como terras oficias dos invasores.

— Todos ficaram revoltados com a escolha do Rei. Hoof black declarou independência e Croasi traiu o tratado de paz começando a atacar pequenas vilas das redondezas. 

— Bom, bem resumidamente é isso o que aconteceu, devida a falta de atitude do rei de Catagan, vamos presenciar a queda da maior nação construída.

— Eu conheci uma pessoa de Croasi — disse Aygon, ao relembrar de Jason.

— Que azar o seu, são pessoas horríveis e impiedosas.

— Nada disso, ele foi a pessoa mais educada que já conheci — Mas então no atual momento Croasi continua atacando aldeias e Catagan não faz absolutamente nada para evitar isso? — questionou Aygon

— Dizem que uma importante reunião está acontecendo entre o Rei de Hoof black e o Rei de Catagan, afim de decidirem o que irão fazer.

— Uma guerra parece ser algo inevitável — afirmou o jovem.

Após a conversa terminar o silêncio tomou conta novamente, e todos continuaram suas jornadas, naquela noite clara devido a lua cheia. 

[...] 

Haviam se passado horas desde que começaram a cavalgar, os quatros já estavam cansados, e aquela imensa estrada estreita parecia nunca ter fim.

— Já estamos chegando? — perguntou Arthur já impaciente.

— Você poderia não dirigir a palavra a mim? — retrucou Danjo.

— Você não cansa de ser estúpido não?

— Da para vocês pararem com isso? — Interrompeu Helen.

— Olha nem tive tempo de perguntar, mas de onde vocês conhecem minha mãe? — questionou Aygon.

— Rapaz não faço a mínima ideia de quem seja sua mãe — respondeu Danjo.

Aygon olhou para Arthur desentendido e quando menos esperavam, foram surpreendidos em uma curva na estrada se deparando com seis guardas montados em seus cavalos. Todos possuíam armaduras prateadas e ao vê-los foram em suas direção.

— Boa noite senhores... E senhorita — disse um dos guardas enquanto olhava fixamente para Helen.

— Boa noite — responderam.

— Ah se bem que daqui a pouco já irá amanhecer, devo dizer então Bom dia? — Quer saber pouco me importa — comentou o homem com enormes cabelos escuros e um sorriso amarelo estampado em seu rosto.

— Acho que Bom dia seria o termo correto então — disse Arthur, desviando o olhar.

— O que disse seu bostinha? — falou o homem, enquanto descia de seu cavalo branco.  Sua armadura assim como os dos demais possuía a inicial C escrita de vermelho

— Nada não, desculpe — murmurou Arthur.

— Meu nome é Elfredo Kurt, líder e responsável pelo esquadrão de impostos. E o que estão fazendo essas horas vagando por aqui? — perguntou o homem, enquanto sinalizava com sua mão direita para os demais companheiros aguardarem.

— Estamos indo para Catagan — respondeu Aygon.

Danjo e Helen mal conseguiam conter o nervosismo, seus corpos estavam paralisados.

— Eu não perguntei para onde vocês vão, perguntei que porra vocês estão fazendo na estrada do rei— exclamou Elfredo.

— Mas a resposta não seria a mesma? — alfinetou Arthur com a voz bem baixa.

— Você se acha esperto, não é? Fale mais uma palavra e em nome do rei corto sua língua — disse Elfredo apontando sua espada para Arthur, fazendo-o com que se escondesse mais atrás de Danjo, ainda montados no mesmo cavalo.

— Só queremos seguir viagem — respondeu Aygon descendo do cavalo — O senhor poderia deixar a gente passar?

O guarda se aproximou e olhou Aygon de cima para baixo.

— E o que um mero plebeu encardido quer fazer em Catagan? — Ah quer saber, pouco me importa, eu deixo vocês passarem, mas a garota fica com a gente — disse o guarda olhando para Helen de maneira repulsiva.

Ao ouvir as palavras ditas o sangue de Danjo se aqueceu ferozmente e sem pensar duas vezes desceu de seu cavalo e caminhou em direção a Helen.

— Minha esposa vai seguir viagem comigo — respondeu o homem, parado em frente ao cavalo de sua amada.

O líder assobiou para seus companheiros que rapidamente desceram de seus cavalos e sacaram suas espadas.

— Como podem ver, meus homens estão muito cansados, eles estão recolhendo impostos o dia todo, não acha que merecem um pouco de diversão?

Danjo observava, todos os homens presentes, e o olhar repugnantes estampado em seus rostos o irritava cada vez mais.

— Ei, não precisa esse alvoroço todo, apenas deixe a gente passar e cada um segue seu objetivo — disse Aygon.

— Única coisa que irá seguir é o percurso de minha espada atravessando sua cabeça — falou Elfredo que sem hesitar começou a correr na direção de Aygon e sem piedade atacou o jovem com sua espada.


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Regressão: A quebra do espelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora