Sem nenhuma piedade Beric atacou o Aygon que conseguiu desviar por pouco, movimentando seu corpo para direita.
O general sem dar tempo já lançou outro ataque perigoso e outra vez aygon desviou se abaixando.
— Esse é o famoso general Beric, sobrevivente de várias guerras? — disse Aygon enquanto desviava de uma joelhada provida por Beric no momento em que o garoto se abaixou
— Me dê uma espada e vamos ter uma luta justa.
— Quando se tem uma vantagem jamais abra mão dela, esse é o segredo para sobreviver perante o caos — falou Beric que logo em seguida partiu com uma velocidade ainda mais rápida em direção a Aygon que estava a poucos metros de distância, Aygon conseguiu desviar da imensa espada que acertou a carroça ficando presa na madeira, porém foi surpreendido com um soco que vinha da mão direita de Beric acertando fortemente sua barriga e o derrubando ao lado da carroça.
Aygon foi se levantando lentamente do chão com extrema dificuldade de respirar, quando estava de pé sentiu as mão do general em sua nuca puxando sua cabeça para baixo e o joelho dele entrando com tudo em seu rosto, acertando seu nariz e fazendo-o perder a consciência no mesmo instante.
Beric ficou em pé em frente ao corpo do jovem enquanto retirava sua espada da carroça.
— Ei ei calma ai, não faça isso — falou Arthur com os olhos arregalados
Helen e Danjo estavam sem reação, não conseguiam pronunciar uma única palavra.
— Você não precisa fazer isso, eu faço qualquer coisa, mas poupe meu amigo — Suplicou Arthur se arrastando lentamente em cima da carroça.
— Não me leve a mal garoto, não sou muito religioso, mas em tempos de guerras e tristezas essa marca na mão de seu amigo é um mal presságio — disse o general.
— Mal presságio? — Me poupe, você nem o conhece — retrucou Arthur aumentando o tom de sua voz.
— E nem preciso, sinto muito garoto — disse Beric erguendo sua espada para o alto enquanto mirava na direção da cabeça de Aygon.
Arthur se jogou da carroça ainda com as mãos amarradas e se arrastou ao lado de Aygon.
— Vai ter que me matar também — afirmou o jovem com lágrimas nos olhos.
— Não precisa acabar assim para você garoto — murmurou Danjo.
— Cale a maldita dessa sua boca seu covarde — respondeu Arthur com um olhar de ira cravada em sua face — Se não fosse por Aygon mal se sabe o que aconteceria com sua esposa. E você retribui assim? virando os olhos para não ver a morte dele?
Danjo ficou em silêncio e sutilmente cerrou seus punhos.
— Você deveria escutar o homem, suba na carroça e seja julgado pelos seus atos em Catagan, quem sabe com um pouco de sorte você não é poupado — comentou o General.
A conversa é interrompida após o surgimento de cavalos brancos conduzidos por mais soldados de Catagan, que chegavam por trás.
Os guardas estavam escoltando uma enorme carruagem branca com detalhes vermelhos e dourados.
A carruagem assim como os soldados que a escoltavam pararam bem próximo a Beric, e não levou muito tempo até descer uma jovem com uma beleza estrondosa, seus cabelos loiros eram lisos em cima e iam se enrolando conforme chegava nas pontas.
Ela vestia um enorme vestido branco que ia se arrastando sobre aquela areia vermelha, conforme caminhava em direção ao general.
— O que está acontecendo aqui — exclamou a garota com tom de soberba.
Todos os guardas desceram de seus cavalos e se ajoelharam. Beric sessou seu ataque e também fez o mesmo.
— Era pra você ter me encontrado na rota comercial — disse a loira em frente ao general que ainda continuava a reverencia-la.
— Perdão princesa Aurora, houve complicações e tive que voltar — respondeu Beric com a cabeça baixa.
A princesa bateu duas palmas e foi o suficiente para todos se levantaram em silencio.
— Você sempre arrumando desculpas para fugir de seus deveres políticos, me diga qual foi a da vez — exclamou Aurora.
— Encontramos estes quatro na estrada, após eles matarem o primeiro esquadrão de impostos. Estava escoltando-os para serem julgados.
A princesa observou Aygon desacordado com o nariz sangrando e Arthur ao seu lado de joelhos.
— E por qual motivo você parou?
— Um dos jovens escondia isso em sua mão direita, iria executa-lo aqui mesmo — respondeu Beric apontando para a mão de Aygon.
Aurora arregalou seus olhos azuis e olhava cautelosamente aquele símbolo. Após observar bem, se aproximou do General e sussurrou em seu ouvido.
— Mas princesa você sabe dos problemas que isso pode gerar melhor que ninguém — falou o general.
Aurora franziu o cenho no mesmo instante.
— Eu não quero saber, isto é uma ordem!— exclamou friamente a princesa dando as costas para Beric e retornando para a carruagem.
— Sim senhorita — disse Beric.
[...]
Seus olhos estavam inchados e iam se abrindo lentamente, sua visão estava embaçada e seu nariz coberto por faixas
Ao abrir os olhos por completo Aygon se viu dentro de um quarto quase maior que sua antiga casa, deitado em uma enorme cama macia como penas, com tecidos vermelhos e almofadas brancas.
— Então você acordou — disse a princesa sentada em uma cadeira ao lado da cama.
— Quem é você? — perguntou Aygon assustado olhando ao seu redor.
Aurora se levantou e virou-se de costas para o jovem, então começou a descer seu vestido branco bem devagar.
Aygon arregalou seus olhos e sentiu seu rosto se aquecendo.
— Ei espera aí, eu nem te conheço — falou Aygon envergonhado, virando seu rosto para o lado — Não sabia que as coisas fora da aldeia eram assim.
—Olhe para mim — exclamou Aurora.
Aygon constrangido foi virando seu rosto devagar, até se surpreender por completo.
— Temos muito que conversar Aygon — disse a princesa de costa para o garoto, segurando seu vestido com metade das costas exposta.
O coração de Aygon quase saiu pela boca, e sem conseguir falar uma palavra ficou apenas observando o mesmo símbolo que tinha em sua mão cravado no centro das costas de Aurora.
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Regressão: A quebra do espelho
FantasíaAs pessoas necessitam de um propósito, pois somente assim conseguiram dar um sentido para suas existências. Aygon não se difere dos demais, um jovem que esconde um grande segredo, carregando em sua vida várias dúvidas e perguntas sem respostas. En...