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Volto para casa pensando no teste de farmácia e no exame junto com a ultrassom no banco de carona, com uma única coisa que grita em minha gente

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Volto para casa pensando no teste de farmácia e no exame junto com a ultrassom no banco de carona, com uma única coisa que grita em minha gente.

O que foi que eu fiz? Como vou cuidar de quatro crianças? Oh meus Deus...

Óbvio que esse bebê será bem vindo, mas eu estou surtando porque não estou preparada para ter um bebê agora, logo agora que a Allison chegou em nossas vidas. O que vou fazer agora? E minha faculdade?

Enquanto dirijo pelas ruas sem um rumo, penso nos meus bebês que mal tem dois anos. Não quero voltar para casa agora, não quero que Demétrio me veja chorando. Estou com medo, muito medo para dizer a verdade. Mas sei que isso não vai adiantar em nada, não é como se fosse minha primeira gravidez, na primeira eu surtei quando vi o resultado do teste de farmácia, e quando fiz a primeira ultrassom surtei ainda mas por saber que era  gêmeos. Eu só preciso me concentrar em não criar um acidente, e ir para casa, mas não agora preciso me manter calma.

No relógio digital do carro mostra que são quase cinco da manhã, quando sai de casa ia dar onze da noite. Dirigi por cinco horas? Meus Deus. Porquê meu celular não tocou? Encosto o carro e procuro ele dentro da bolsa, quando acho ligo o ecrã mas ele não acende. Forço o botão até que ele liga, não lembro quando desliguei. As notificações de chamadas perdidas e mensagens logo aparece, 23 chamadas perdidas de Demétrio, sem esperar muito volto a dirigir para casa antes que ele mande a polícia atrás de mim.

- Onde porra você se meteu? - ele grita assim que cruzo a porta, todos estão na sala com caras de preocupação. - Você enlouqueceu? O que porra estava fazendo até agora?

Suspiro fingindo não ligar para os gritos dele e estendo o envelope do exame para ele, que me olha confuso mas mesmo assim pega.

- O que é isso? - pergunta, continuo olhando.

- Se você fosse um pouquinho mas calmo, eu poderia sentar e contar o que está acontecendo. Mas você prefere gritar, não vou gritar de volta, não vou e não posso me estressar. Vou apenas pedir uma coisa, depois que ver o que tem aí dentro não venha atrás de mim, me deixe em paz. Não quero te ver.

Antes que ele abra a boca subo as escadas e sigo para o quarto dos meus filhos, tem um sofá, tiro o sapato e pego um manta no closet deles e me deito.

  [ . . . ]

Acordo e noto que estou em uma cama, não estava aqui quando deitei no sofá. Demétrio deve ter me trazido, isso me faz lembrar da gravidez. Gravidez... Puta que pariu, mas um bebê. 

Respirando fundo, levanto e sigo para o banheiro, entro no box e ligo o chuveiro deixando a água quente tirar toda a tensão do meu corpo. Depois de alguns minutos assim começo a tomar banho, faço isso de forma automática e devagar não estou com a menor vontade de descer e encontrar alguém lá embaixo. Sei que uma hora ou outra vou ter que encarar Demétrio, mas estou irritada e chateada por ele ter gritado comigo, ele nunca fez isso e sequer me deixou falar alguma coisa antes de sair gritando. Entendi que estava preocupado, tenho culpa também porque desliguei o celular, mas isso não significa que ele deva sair gritando comigo.

Meu Bilionário DesaparecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora