Capítulo 0.01

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Às vezes a vida nos reserva muitas surpresas, vi situações acontecendo com várias pessoas, mas nunca imaginei que um dia uma dessas pessoas seria eu

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Às vezes a vida nos reserva muitas surpresas, vi situações acontecendo com várias pessoas, mas nunca imaginei que um dia uma dessas pessoas seria eu. Sou mexicana, mas moro na Califórnia desde os quinze, tenho vinte e dois anos, sou mãe de dois lindos seres de madeixas ruivas, dois lindos pares olhos coloridos maravilhosos sem contar no sorriso perfeito que me lembra sempre do desgraçado do pai.

Pai esse que não vejo há mais de dois anos.

Eu estava prestes a fazer vinte anos quando o conheci, foi bem inusitado, eu trabalhava em uma cafeteira, precisava ajudar nas dispensas de casa já que meu pai, infelizmente, tinha falecido há três meses. Foi uma perda da qual não estávamos preparadas e sequer esperávamos. Mas tínhamos que ser fortes, afinal era só nós três. Foi assim que conheci ele, eu estava frágil e trabalhava no automático. Um dia, ele apareceu na cafeteria, era lindo, tinha os olhos azuis, o cabelo estava preso em um coque frouxo era castanho e encaracolados. Ele notou que eu estava triste e disse "uma garota tão linda não deveria estar tão triste." O que ele não sabe é que aquilo melhorou um pouco meu dia. Eu até dei um meio sorriso. E foi aí que tudo começou.

Depois daquele dia ele apareceu várias vezes, às vezes ele aperecia sozinho, outras com outro cara que mais tarde descobrir ser seu amigo. Começamos a sair, ele era além de lindo, amoroso e gentil. E como a morte do meu pai estava recente, eu me apoiei nele, alguns meses depois começamos a namorar. Até que chegou o dia do meu aniversário, então vi uma oportunidade perfeita para conhecer minha mãe. Ela o adorou, ela viu o quão bem ele me fazia. Ele nunca falou da família, e quando falava era muito pouco. Informações razas na verdade. Sempre foi muito reservado, mal falava de si mesmo, de seus sonhos ou com o que trabalhava.

Sei que sou culpada, afinal passei meses namorando uma pessoa que mal conhecia, porém naquele momento eu estava mais preocupada em cuidar da casa e de toda responsabilidade que não via problemas em saber sobre ele. Achava que ele era o típico homem rico, que estava se rebelando contra a família por alguma coisa, então eu só deixava pra lá e tentava seguir em frente.

Em uma das inúmeras vezes que dormimos juntos, eu engravidei. Não usamos proteção nenhuma. Descuidada? Com certeza.

Lembro que nesse dia chorei muito no colo da minha amiga que considero uma irmã, ela disse que eu deveria dizer a ele e foi o que fui fazer, liguei dizendo que queria falar uma coisa séria, ele disse que me encontraria na cafeteria depois do meu expediente.

Mas o que eu não sabia, é que naquele dia ele iria sumir sem deixar rastros.

Eu o procurei por todo os lados possíveis, eu não sabia seu sobrenome, quem era seus pais, seu amigo também sumiram. Todo mundo sumiu sem deixar rastros.

Quando disse a minha mãe sobre a gravidez ela surtou, falou um monte de coisas ruins e jogou a culpa toda em mim. Resumindo, disse que eu era uma vadia. Me expulsou de casa, disse que não era pra eu pôr os pés na casa dela, disse que meu pai teria vergonha da mulher que me tornei. Então desde esse dia que eu não a vejo, ela nem sequer foi ao hospital quando dei a luz aos meus gêmeos. Achei que com o tempo ela iria voltar a falar comigo, que iria ao menos ver os netos, mas ela nunca apareceu.

A única pergunta que eu tinha na cabeça era: Era realmente minha culpa? Era minha culpa ele ter sumindo, quando ao menos disse o assunto da conversa?

Nunca entendi o motivo para ele sumir, ele não poderia ter sumido só por causa da conversa que teríamos, poderia? Eu só falei que queria conversar com ele, não teria como ele adivinhar o assunto.

Então porquê?

- Pare de pensar nele! - Anne fala me tirando dos meus pensamentos, ela sabe que sempre que fica calada por muito tempo é porque estou pensando. Pensando nele.

- Desculpa. - murmuro baixo suspirando.

- Não peça desculpas, é normal você pensar nele depois de tanto tempo. Principalmente por causa dos meninos.

- Principalmente por eles.

Anne foi a única pessoa de toda minha família que me ajudou, vim morar com ela depois que minha mãe me desprezou, minha mãe me tratou como um lixo. Anne já morava sozinha e é um ano mas velha que eu.

- Eu podeira dizer que eles são só meus filhos, mas eu seria egoísta demais pra isso. Porquê eu não sei qual foi o motivo do sumiço dele.

- Eu sei que digo isso sempre mas, você é uma guerreira. - ela me dá um beijo na testa. - Não vá dormir tarde.

Ela vai para o quarto, são nove da noite, deve está cansada do trabalho. Ela é enfermeira.

- Eu te amo. - sou muito grata por tudo o que ela tem feito por mim e meus filhos.

Ah, meu filhos, só de pensar já sorrio toda boba, são as pessoas mais preciosas que eu tenho. As minhas jóias raras. Foram feitos de amor, pelo menos eu acho que foi, da minha parte com certeza foi amor. Ele sempre falou de filhos, sempre falou que queria ter pelo menos uns cinco. Eu só fazia rir da cara dele, ele adorava crianças. Talvez ainda adore. No fundo, eu acho que não passei de uma diversão pra ele,  talvez ele tenha desaparecido por causa disso, eu liguei nervosa dizendo que queria conversar sério. Ou talvez não, afinal a gente namorava, ele conhecia minha mãe.

Para não chorar eu decido sair do sofá e para o quarto, já que amanhã preciso ir trabalhar. Ao passar pelo corredor que dá aos quartos, entro no quartos dos meus anjos, Luigi e Theo. Ele sempre gostou muito desses nomes, então quando eu soube que seriam sois meninos os primeiros nomes que me veio à mente foram esses.

Luigi tem heterocromia, os olhos dele são de cores diferentes, um é castanho e outro é azul. Iguais aos do pai. O Theo nasceu com um probleminha de peso, teve que ficar na encubadora por um mês até pegar o peso ideal. Foi horrível ver meu bebê tão pequeno e indefeso cheio de fios dentro daquela coisa. Chorava horrores mesmo com todos a minha volta dozendo que ele estava bem, que sairia daqui logo. Me sentia sozinha, abananda de todas as formas possíveis, mesmo tendo Anne e sua mãe ao meu lado me ajudando com tudo, ainda me sinto sozinha.

Foi em homenagem a eles que fiz minha terceira tatuagem, eu já tinha uma na coxa direita que sobe em direção ao meu quadril e outra é bem entre meus seios.

Depois de dar um beijo neles, vou para o meu quarto.

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