The Tale of the Cat Princess

O torneio

O dia do torneio finalmente chegou e Felina estava plenamente preparada, pois passou os últimos meses treinando incessantemente para garantir sua vitória. A gata já estava habituada às duas armas que usaria: um chicote que lançava ataques físicos e mágicos e uma rede que servia como escudo mágico de proteção e poderia também ser usada para imobilizar seus adversários.

Karsi ainda estava agindo de forma estranha, sem explicar os motivos, e sempre que alguém mencionava o torneio em sua presença a menina aparentava ficar mais ansiosa e incomodada, mas sem revelar o porquê. Foi decidido que seria melhor ela permanecer na Ilha, sob os cuidados dos funcionários do castelo, pois lá ficaria protegida e não desviaria a concentração de suas mães para o grande evento.

O local do torneio seria em um estádio pequeno, mas belo e imponente, onde aconteciam normalmente campeonatos esportivos. As arquibancadas naquele dia estavam lotadas, pois lá não estavam apenas as famílias nobres, mas também a população local, que estava exaltada para ver quem seria o vencedor naquele dia. Geralmente os habitantes não se importavam tanto com quem seria o herdeiro do trono, aquele assunto não os interessava tanto, mas a possibilidade de assistir um grande batalha com os melhores lutadores de sua espécie os deixava em êxtase, loucos para se deleitar com um grande espetáculo de violência e agressividade, ainda que com certas limitações e regras. Uma delas era que ninguém da arquibancada poderia invadir o centro da arena, não sendo impedido apenas pelos seguranças, mas por uma grande barreira mágica que impedia todo o público de adentrar fisicamente no ringue. Ali apenas era permitida a entrada dos candidatos e do árbitro dentro do tempo estabelecido. Essa era a grande preocupação de Adora, pois mesmo que quisesse não poderia ajudar Felina de forma alguma, ela teria que agir sem qualquer auxílio externo. Felina por outro lado não estava nada aflita com isso, na verdade estava radiante, pois essa seria a sua chance de provar sua capacidade para todos sem haver a interferência de She-ra. Aquele seria um evento decisivo para a sua vida.

Enquanto se preparava para entrar na arena, a gata relembrava as recomendações que Gridan deu para cada um de seus concorrentes, sendo eles Grirruf, Sabir e Grisman. Inicialmente existiam mais candidatos, mas aos poucos quase todos foram se convencendo de que Felina era a herdeira legítima, principalmente quando souberam de sua proposta de ampliar o acesso a magia para a população comum. Sua semelhança com sua mãe se tornava cada vez mais evidente com o passar do tempo, o que começou a convencer uma parcela dos nobres de Lua Minguante. Dessa forma, restavam apenas três adversários, dois estavam ali porque a tradição obrigava que participassem do torneio, e um deles, que nem sequer teria direito a algo na linha de sucessão, participava por sua crescente ganância e ambição. Para Grisman não bastava ser nobre, ele queria estar acima de todos. A respeito das especificações de cada adversário, cada um tinha um ponto forte e um ponto fraco. Grirruf era extremamente forte e bruto, então não seria possível vencê-lo com força física, mas era também lento e ineficiente para se defender de ataques ágeis e furtivos. Esse seria um adversário comum para Felina, pois mesmo sem qualquer treinamento a gata conseguiu derrotar Tung Lashor na Terra Vermelha com apenas um chicote. Sabir era a mais poderosa em magia e apesar de sua fraqueza física, aproximar-se dela seria uma tarefa extenuante, pois sua magia protetiva era muito difícil de ser superada. Apesar de Felina ter treinado muito para combatê-la, reconhecia que essa seria a adversário mais difícil de derrotar. Já Grisman não tinha grandes qualidades, pois suas técnicas de luta geralmente eram artimanhas e truques ilusórios. Não seria difícil derrotá-lo, pois o rapaz era fraco tanto em força física quanto em poderes mágicos, o maior risco seria a possibilidade de ele trapacear, visto os boatos diziam que essa era sua maior técnica em brigas. A sua maior fraqueza era a distração.

Os quatro lutadores adentraram a arena e o árbitro tocou a trombeta. Após o soar da trombeta não era permitida a entrada de qualquer outro indivíduo até que o árbitro a tocasse novamente, quando o torneio acabasse. As batalhas seriam organizadas da seguinte forma: Os quatro candidatos lutariam entre si em duplas separadas e quem tivesse o maior número de vitórias ganharia. Caso ocorresse algum empate o conselho avaliaria o vencedor analisando detalhes técnicos, como a habilidade ao usar as armas e magia e a resistência aos ataques dos opositores. Felina, contudo, não contava com isso, para ela só existia uma possibilidade: a vitória.