Alguns anos se passaram dede a derrota da Horda e Etheria estava passando por sucessivas mudanças. Os reinos se reorganizavam, os povos derrotados se reerguiam e novos ares de ascensão começavam a vir. Não era mais época de guerra, era momento de renovação e progresso. Os antigos membros da Horda e os clones de seu falecido líder foram recebidos por Entrapta, sendo ela a responsável por acolhê-los e ao mesmo, tempo, por controlá-los, caso fosse necessário conter um possível despertar de forças reacionárias contra a aliança das princesas. Esse acolhimento se tornara útil, na medida em que os novos súditos aceitaram colaborar com a exploração da tecnologia de ponta do Império derrotado e da descoberta de antigos registros tecnológicos dos primeiros. A partir disso começavam a surgir esperanças de que o Coração de Etheria poderia ser estudado, analisado e, a partir disso, ter sua magia canalizada para o bem, sem haver consequências destrutivas e irreparáveis como se imaginava antes. A ciência finalmente seria usada com bons propósitos.
Iniciou-se um período de paz e união entre os reinos, não era mais momento de luta, mas de exploração. A descoberta de novos planetas, novas constelações e talvez até mesmo novas galáxias entusiasmava toda a população e seus líderes, afinal, o que será que existe nesse vasto universo recém conhecido? Não se sabia, mas certamente alguém deveria descobrir. Essa era a missão do quarteto de melhores amigos de Lua Clara. Arqueiro, Cintilante, Adora e Felina viajaram em diversas expedições espaciais em busca de conhecimento, tecnologia e novos aliados. Durante sua jornada o grupo pôde observar e registrar várias culturas de diferentes povos até chegar na origem de Adora e sua família. De forma resumida seus antepassados pertenciam a Ethernia, um planeta também portador de magia e poder onde havia o Castelo de Grayskull, local onde originalmente fora forjada a espada da She-ra pertencente aos primeiros. A partir de muitas pesquisas e explorações descobriu-se que a frase "Pela honra de Grayskull" era na verdade uma senha de ativação dos poderes da princesa guerreira criada pelos primeiros, sendo essa ativação, entretanto, desnecessária após todos os acontecimentos, visto que a nova espada de Adora não era dos primeiros, mas da própria magia de Etheria. Também se soube que a família de Adora infelizmente já havia falecido há centenas de anos, pois o portal pelo qual ela passou não a transportou somente pelo espaço, mas também pelo tempo. Apesar de infelizmente não poder conhecer seus familiares, a guerreira se aliviou por poder ao menos saber quem eram seus ascendentes e preservar a memória de sua ancestralidade. Essa era a oportunidade perfeita para Arqueiro coletar os registros arqueológicos e paleontológicos para o acervo de seus pais, além de incrementar e desenvolver melhor suas invenções. Cintilante finalmente poderia viver novas aventuras com seus amigos, já que seu pai cuidava das questões burocráticas e administrativas de Lua Clara. Tudo estava perfeito. Ou quase. Faltava apenas um ponto que parecia estar em aberto.
Felina talvez seria a única que, apesar de estar feliz, sentia que era a mais deslocada do grupo. Sim, havia Adora, Scorpia, Cintilante, Arqueiro e as outras princesas. A principio, todos a perdoaram e esqueceram seus erros, mas a gata sentia que ainda ocorria um clima de desconfiança e desconforto em certos momentos, principalmente quando o assunto da conversa era a Rainha Angela. Apesar do perdão, as princesas nunca esqueceram os atos inconsequentes de Felina, resultando na sensação de que ela nunca seria totalmente acolhida nos eventos sociais. Felina sentia que os momentos de constrangimento nunca iam passar quando Cintilante se lembrasse de sua mãe, mesmo que fosse perdoada pelo que fez. A gata também se sentia excluída nos encontros e discussões de reconstrução dos reinos ou das festas e comemorações, a impressão maior era que não importava o quanto ela ajudasse as princesas e tentasse se redimir pelo seu passado, pois sua presença sempre seria um incômodo indesejável e que nunca existiria um lugar em que ela de fato fosse aceita. Essa impressão aumentou quando, em certo dia, o quarteto de melhores amigos começou a conversar sobre histórias de família e lembranças da infância. O maior problema para Felina não era sua ancestralidade ou origem, como foi no caso de Adora, mas o fato de que ambas passaram boa parte de suas vidas em um ambiente hostil com uma figura materna abusiva e cruel. Lembrar sobre os abusos cometidos por Sombria aumentou sua percepção de que ela nunca teve de fato um lar acolhedor que a recebesse de braços abertos sob qualquer circunstância. Felina nunca se importou com família, mas o assunto a deixava inquieta e desconfortável a ponto de seus amigos perceberem seu incômodo.
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The Tale of the Cat Princess
FantasyApós a derrota da Horda o grupo de melhores amigos finalmente pôde experimentar novas aventuras pelo universo desconhecido. O que eles não sabiam é que existe em Etheria um segredo sobre o passado de Felina: sua ascendência real a torna a princesa d...