O fim

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O plano de Bryan e Dan era assustador.

Apoiei a cabeça nas mãos. Como tudo tinha dado tão errado em tão pouco tempo? Parecia que em questão de poucos dias o que era um sonho virou um completo pesadelo.

Bryan e eu estávamos bem, brincando, rindo e sendo um casal normal, depois tínhamos brigado e agora ele estava sob as garras daquele demônio por culpa minha.

Claro que Bryan jamais admitiria que era culpa minha. Ele diria que eu não tinha culpa da loucura do meu pai, que monstros são monstros independentemente do que façamos. Mas eu sabia que B sempre iria querer me confortar.

Mas, ao ouvir da boca de Dan tudo que os dois tinham planejado, eu soube que por mais que o amasse, eles eram completamente loucos.

Ergui os olhos para Tati.

— Ele não pode estar falando sério — eu disse, secando as lágrimas.

— Mas estou — o rapaz disse dando de ombros, desafiador e sua noiva deu um chute nele, inclinando a cabeça para o meu lado como se dissesse "não fala assim na frente dela".

Sofia pousou a mão de dedos longos e unhas bem feitas sobre o meu ombro, apertando-o com delicadeza.

— Yasmin — disse baixinho e ergui o olhar para seu rosto gentil. Era dificil acreditar que ela era quase trÊs anos mais nova que eu. — eu sei que é assustador, mas se você não envolver a polícia agora, vai viver a mercê desse cara para sempre.

Escondi o rosto nas mãos.

Ela não entendia. Nenhum deles entendia.

Bryan e todos que eu amava corriam perigo por minha causa. Minha. Como eu podia arriscar chamar a polícia com aquele lunático armado sabendo exatamente onde cada pessoa importante para mim morava?

— Mas e se ele fizer alguma coisa com o Bryan? Com a Barbie, a Hannah, vocês...? — desafiei com a voz trêmula.

— Ele não vai — Dan respondeu simplesmente.

Ergui o olhar para o seu rosto, do outro lado da sala espaçosa do seu apartamento que provavelmente tinha sido decorado por um profissional. Eu sabia que Dan não tinha culpa de ser rico, mas era injusto demais que ele tivesse acesso fácil àquela quantia absurda, que ele pudesse resolver todos os problemas com tanta facilidade.

Eu sabia que era irracional estar irritada por isso, mas raiva era tudo que eu sentia depois que o medo foi substituído pela culpa. Eu estava com raiva de Dan, de Bryan, de mim mesma e, principalmente, do meu pai.

— Como você sabe? — minha voz tremeu.

Dan Ricci se levantou e caminhou como um gato na minha direção, meio gingando. O tipo de andar que pessoas que nunca precisaram se preocupar ocm nada na vida.

Ele se ajoelhou e olhou dentro dos meus olhos, alcançando a minha mão entre as suas.

— Pessoas como o seu pai são covardes — ele disse pausadamente com a voz grave. — Eles não tem o culhão de ir lá e fazer, eles agem pelo medo, esperando que você se acovarde e faça o que eles querem.

Estremeci.

— Ele foi bastante corajoso para sequestrar o Bryan.

Dan negou com a cabeça e seus fios longos caíram sobre o olho. Ele afastou a mecha com um gesto elegante, usando dois dedos.

— Ele não sequestrou, o Bryan quis ficar depois que vocês foram atrás dele — esclareceu o que eu já sabia. — Acredite em mim, existe uma diferença imensa aí.

Rosas Azuis [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora