Tiros começam a ser disparados, nos jogamos contra as paredes em busca da mais simples proteção. Os soldados continuam a atirar e a avançar lentamente em nossa direção. Provavelmente o mesmo acontecia com as outras unidades que, piores que nós, não tinham a proteção do armazém.
Ferris, que estava abrigado em uma coluna, mira a sua arma e atira freneticamente, enquanto ele faz isso, Cody se aproveita da pausa e corre para perto de mim, escondido na parede lateral do armazém.
— E agora, capitão, o que faremos?
Ele segurava firme sua arma, era visível que respirava pesadamente por baixo de seu capacete. Olho para a tela azul na minha frente, exatamente onde deveria estar seus olhos e não respondo. Não por ser um grosso, mas simplesmente por não ter uma resposta. Aquela era a pior situação possível.
Paro e tento pensar. Do outro lado da grande porta aberta, Ferris já parara de atirar e tentava se abriga dos tiros que se seguiam. As linhas douradas no meio da escuridão voavam e se chocavam contra as colunas que se explodiam em nuvens de poeira.
— Capitão? — Cody insiste em uma voz de alerta.
Respiro e me preparo para alguma resposta pessimista totalmente apropriada para a situação. Porém, não tenho essa oportunidade. Escuto passos na escada, mais inimigos vindo de cima. Imediatamente, elevo a minha arma e sem nem se quer pensar, atiro em direção a escada do outro lado do armazém.
O tiro é certeiro, com um grito se seguindo ao projetil dourado. Cody percebendo a situação, pula contra uma outra coluna e se prepara para atirar contra os novos inimigos.
— Me deem alguns segundos para pensar— Digo para meus companheiros.
Tento olhar para a área campal e ver a real situação. No meio de incessantes disparos, consigo ver o arranjo do campo. Ao que parece, eles tinham feito buracos dentro da terra de onde sairiam para nos atacar. Eram dez na nossa frente, talvez mais nas laterais. Aquilo tudo não passava de uma armadilha, uma emboscada bem planejada. Eles sabiam que atacariam e fizeram seu lance.
Nosso melhor abrigo era aquele armazém que estava a ser perfurado, o que não era realmente uma grande defesa. Porém, nem se quer isso tínhamos, já que mais soldados vinham por cima dos andares superiores. Cody fazia questão de retarda-los, mas em pouco tempo estaríamos sem nenhuma proteção tendo que lutar contra inimigos superiores numericamente em dois pontos diferentes.
Tento respirar fundo, sempre me sinto encaixotado dentro desse capacete. Meu rosto estava totalmente ensopado. Minha respiração, normalmente lenta, estava acelerada, combinando com o coração que insistia a martelar o peito com batidas fortes e frenéticas.
Ao meu redor, explosões de tiros se seguem, mais e mais por todo lado ecoando por todos os lugares, até por minha mente. Martelando na cabeça, a qualquer momento, um daqueles tiros poderia ser em nós. Era como um grande relógio, com seus tiques a suprimir a esperança e nos garantir o fim. Fim? Não.
— Cody e Ferris, preparem-se para a ação — digo olhando para eles. Ao meu redor, mais poeira e cimento explode pelos tiros. Eles balançam a cabeça em concordância. Hora de agir.
— Ferris, lance uma cortina de fumaça. Cody, também quero uma aqui dentro. Agora!
Ferris balança a cabeça levemente levando sua mão a um pequeno compartimento em seu cinto, tirando de lá algumas pequenas bolas de metal cinza. Ele as encaixa na sua própria arma e mira atirando em seguida. Seu tiro sai em uma parábola no meio do céu. Uma linha curvada que explode ao se chocar contra o chão em uma fumaça cinza e densa. Ele repete a mesma ação mais três vezes.
Em minutos, toda a frente estava coberta por uma nuvem de fumaça quase solida. Enquanto isso, Cody faz o mesmo procedimento dentro do armazém. Entretanto, invés de atirar, somente lança as pequenas esferas no solo. Fazendo com que todo o armazém se encha da mesma massa cinza.
Dos andares superiores saem agora diversos tiros sem mira, mas perigosos. Agora eles estavam temporariamente cegos, por pouco tempo. Hora de atacar.
— Cody, cuide dos caras ali de cima. Ferris, quero portas nos dois lados dessas paredes, junte os nossos esquadrões dispersos. Vou dá a distração que precisam.
Creio ter escuto Cody falar um tem certeza ou algo do tipo, porém não paro realmente para prestar atenção nisso. Simplesmente corro saindo da minha proteção a adentrar na fumaça. Aperto um botão no capacete ativando visão térmica e avanço. Graças a proteção no meu rosto, não preciso me preocupar com a fumaça.
Todos o meu corpo se concentra em correr no meio da escuridão. Um vulto no meio das inúmeras cortinas, porém, um dos poucos a enxergar, o que era o bastante. Paro, miro no mais próximo e atiro. Uma linha dourada se projeta da arma acertando o alvo. Sem se quer pensar, me jogo no chão. O local onde eu estava a segundos e cortado pelas setas do inimigo, tiros e mais tiros que se sobrepõem. Minha respiração é pesada, dura.
Ao meu redor, todo o ar é tenso, quase como se eletricidade cortasse todo o perímetro em descargas intensas. Mesmo com o capacete, era difícil respirar naquela massa de poeira, fumaça e clarões.
Do local onde estou escuto a primeira explosão forte vindo do depósito. Começou. Infelizmente, não posso permanecer parado. Levanto em um salto e continuo correndo. Me preparo para acertar outro, arma em punho, levanto-a. Atrás de mim uma segunda explosão ecoa, seguida imediatamente de disparos surdos. Depois silencio. Não paro para pensar nisso. Concentro e disparo dois tiros seguidos em alvos distintos. Eram 10, faltam 7.
Os gritos deles voam pelo céu escuro, pulo em direção do chão. Porém, antes que eu possa me abaixar o suficiente, meu ombro explode em faísca amarelas e vermelhas. Meu corpo é imediatamente jogado para trás em um coice forte. Caio sem ar sentindo o ombro a arde e todo corpo a lhe acompanhar em formigamentos e dores.
Trinco os dentes a resistir a vontade de gritar, a armadura em meu ombro havia sido amassada. Meu ombro arde, meu corpo doí. A armadura garante proteção e distribuição do impacto por sobre todo o corpo, diminuindo a intensidade, o que garante melhor proteção.
Porém, nada é impenetrável diante de um tiro rápido e curto. Não tenho tempo, não ainda. Agarro a arma no chão que caíra a poucos metros de mim. Me preparo para levantar, isso até perceber, a poucos metros do meu rosto, o cano de uma arma apontada.
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Crise de identidade
Science Fiction#1° Lugar na categoria ação no concurso anjos e fadas. Crise mundial, tensões políticas, guerra. Esse foi o cenário de nosso surgimento, viemos como um exercito para manter a paz na terra, a lâmina da ONU. Clones feitos para a guerra, aprimorados ge...