Era um jardim bonito, diversas plantas e flores, além de um gramado verde. Uma boa vista da cidade, chão macio. O céu ainda estava nublado, havia parado de chover, mas o dia ainda estava cinza, tão cinza quanto qualquer outro. Com a visão periférica, consigo sentir diversas pessoas correndo atrás.
Eram rápidas, como deveriam ser, mas estavam para trás, eu a frente. Corro gastando tudo de mim. A armadura ajuda a manter a velocidade constante, empurrando o corpo para frente. Movia de maneira veloz, tão rápido quanto uma moto em aceleração. Aquela era a diferença de nossos corpos, junto com as armaduras, garantíamos aceleração imediata, além de constância.
Via outros guardas também de armaduras a circundarem o terreno, estratégia básica, interceptar. Mas, pelo que aparentava, o invasor parecia veloz demais. Coloco mais esforço, sinto os músculos a tensionar. A bomba no peito a expandir o alcance do sangue. Mais e mais.
De longe, distingo o vulto do invasor. Sua capa preta esvoaça ao vento. Ele era rápido, aquilo não se negava. Eu já o mantinha em meu campo de visão, não o perderia de vista. Corro, me esforçando ainda mais.
Gritos. Vejo soldados norte-americanos a se aproximarem do invasor. São dois, esbanjam suas armaduras cinza. Levantam suas armas, o inimigo estava em mira. Sorrio, pelo jeito não precisarei me esforçar. Foi uma reação motora, diminuo minha velocidade, poupo esforço.
Era dia ainda, o céu escuro não diminuía a visibilidade. A cena é clara. A arma brilha em uma luz dourada, os clarões iluminam o gramado. A cena é clara, imagino o invasor a ser perfurado e jogado contra o chão em uma explosão. Furos a cortarem seu manto e a lhe prenderem no chão para sempre. Esse é o esperado, sempre esperamos algo, mas raramente acontece.
Ao ver os soldados, ele se abaixa. Se prepara e se lança quase como um míssil contra o primeiro deles. Sua capa e roupas pretas criam a imagem de um vulto que se descola do verde e se lança em pleno cinza contra a barriga do pobre homem a sua frente. Mesmo com armadura, ele foi perfurado por algo, era perceptível.
O chão onde ele estava a alguns segundos explode em uma nuvem de poeira e terra. Grama se espalha pelo ar. Nos meus olhos, toda a ação parece ocorrer em câmera lenta. Ele passa entre as gramas que flutuam, enquanto ele ainda está no céu, duas linhas prateadas voam com ele seguindo sua imagem. Essas linhas, depois compreendidas como facas, se movem nas mãos do vulto como raios cortando o céu em direção do solo.
Em seu pulo, o nosso alvo acerta o peito do guarda. Este não tem velocidade o suficiente para levantar e mirar sua arma. A linha passa por seu pescoço, depois um chute no queixo e o soldado estava no chão.
A corrida continua, mais guardas corriam de longe. Passo pelos guardas caídos. Na minha mente, foi tudo lentamente, porém, na realidade, durou segundos. Ele simplesmente previu os tiros contra si, desviou antes que eles atirassem e rendeu derrotando dois soldados norte-americanos de elite. Aquele não era um simples invasor qualquer, era um assassino treinado e preparado. Ele invadiu uma zona restrita, invisível não foi visto por nenhum dos drones, soldado ou sistema de vigilância e atirou contra o presidente e o secretário-geral. Por sorte, ou erro, não acerta o presidente. Então, mira no secretário, erra por milésimos e por meu pulo.
Volto a acelerar, ele ganha espaço entre nós. Vejo na frente um muro, era alto e firme. Ótimo, assim ele perderia tempo para pular e eu poderia me aproximar. A casa branca toda estava em alarde, sinais sonoros brandiam em sirenes. O meu alvo chega ao muro, espero que ele tente escalar, entretanto, somente pula. Um único salto e ele estava no topo do muro, pulando para o solo em seguida.
Ele sai de meu campo de visão. É rápido de maneira impressionante. Chego ao muro. Preparo minhas pernas, sinto os músculos quase como molas a se tensionarem. Pulo, meu corpo descola do chão arrancando grama. Sinto o ar prender o corpo no lugar em uma vã tentativa de obstruir a movimentação, a gravidade a ser contrariada. Em milésimos de segundos, passo por cima do muro, não tenho a necessidade de me segurar no topo para um segundo pulo.
Trisco o solo, era um caminho de asfalto, carros estavam estacionados. Era uma espécie de morro. No chão, uns 5 guardas estavam jogados no chão. O homem agora trocava socos com uma unidade clone. A arma do clone estava jogada no chão. As lâminas prateadas cortam e fatiam em uma tentativa de acerta o oponente. Era visível, ele estava em pé de igualdade com um soldado de elite clone.
Porém, diferentes dos guardinhas que anteriormente enfrentara, agora encontrou um inimigo a altura de suas habilidades. Os dois lutam em um combate corpo-a-corpo. Suas facas brilham em linhas de prata e aço.
Ele não parece recuar diante do clone, em contrapartida, até mesmo o soldado clônico se via em um combate apertado. Era perceptível que estava em desvantagem. Corro para o ajudar. O soldado recua um passo. Seu erro.
A bainha da faca acerta o capacete da armadura, em seguida, um golpe da faca no pescoço e o soldado-clone está no chão. O invasor olha para mim, fica parado e levanta suas facas. No rosto possuía uma máscara que lhe cobria o rosto. Branca, sem detalhes nenhum. Somente espaço para os olhos, que também eram cobertos por vidros dando uma coloração vermelha. Com certeza, aquela máscara possuía sistemas de respiração, além de visores de dados.
Ele exibia uma roupa de couro, a semelhança de assassinos medievais. Ele levanta suas mãos em posição de combate. Fica parado e me espera para a luta. Me preparo e ataco.
Paro no meio do caminho.
Suas roupas pretas se mancham de sangue. Quatro furos. Manchas de sangue aparecem. Ele cai. Seu corpo no chão mancha o asfalto. Atrás dele, comandante Raegan abaixa a arma e se aproxima. Sem nenhum tipo de hesitação, ele finalizou o problema, sem novas ordens, somente eliminar.
Nos aproximamos e tiramos a máscara. Prendo a respiração. O pior cenário possível. Era um assassino chinês.
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Crise de identidade
Science Fiction#1° Lugar na categoria ação no concurso anjos e fadas. Crise mundial, tensões políticas, guerra. Esse foi o cenário de nosso surgimento, viemos como um exercito para manter a paz na terra, a lâmina da ONU. Clones feitos para a guerra, aprimorados ge...