Ela tem olhos dos céus mais azuis
Como se eles pensassem na chuva
Odeio olhar para dentro daqueles olhos
E ver um pingo de dor
☆☆☆
Quando eu acordei eu já estava no meu quarto, que estava completamente vazio, procurei pela minha filha e não a encontrei, será que aconteceu alguma coisa com ela?
Demorou mais ou menos uns vinte minutos até a Magda vim me ver ela entrou sorridente no quarto.
-Julie deu tudo certo, a sua filha nasceu saudável, a enfermeira já está trazendo ela, ela á fez todos os exames, vai faltar apenas as vacinas que no caso é você quem tem que leva-la.
-Sem problemas.
-E em relação a certidão de nascimento dela... bem, como você é mãe solteira, você mesma quem tem que registra-la.
-Eu tenho que ir agora?
-Não, consegui falar com o pessoal que administra isso, eles te deram até amanhã.
-Obrigada Magda.
-Nada Julie, eu gostei muito de te acompanhar durante esses meses, agora você tem que ver uma pediatra para a sua filha – Eu sorri.
-Ela já tem um ótimo, mas ele não pode ser porque ele é lá do Brasil.
-Que pena.
-Pois é, você tem alguma indicação?
-Tenho sim querida, depois eu te passo pelo Whatsapp ok?
-Ok.
-E você vai...
Ela parou de falar assim que a enfermeira entrou no quarto com a minha filha, meus olhos encheram d'água e eu a peguei em meus braços.
-Depois a gente conversa Julie, vou deixar você aproveitar a sua filha – Eu apenas assenti e ouvi a porta ser fechada.
-É a primeira vez que você vai amamentar? – A enfermeira me perguntou.
-Sim.
-Então vou te ajudar – Ela disse ajeitando a Alícia – Olha pode doer um pouco porque seus seios deve estar sensíveis.
-Tudo bem, já passei por vinte horas de trabalho de parto, acho que nada mais me abala.
A enfermeira riu e ajeitou a cabeça da Alícia de um jeito que ela não engasgasse.
Assim que ela pôs a boca no me mamilo e puxou, eu fui no céu e voltei.
-Puta merda! – Praticamente gritei.
-Calma, já vai passar a dor – A enfermeira tentou me acalmar.
Meu Deus como dói!
A Alícia estava amarradona mamando como se não houvesse amanhã quando enfim abriu os olhos e olhou para mim.
Ficou olhando fundo em meus olhos, nem sequer piscava.
Foi como se o tempo parasse.
Seus olhos.
Azuis como o céu no verão.
Como o mar.
Como os de seu pai.
Comecei a chorar feito uma condenada e a enfermeira se desesperou achando que era por causa da amamentação.
E quando eu percebi, já não estava mais doendo.
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Hora Errada
RomanceJulie é uma menina comum como todas as outras do nosso Brasil, ela tem apenas 16 anos e em geral não é de sair muito, tem poucos amigos, mas os poucos que tem são verdadeiros, como é filha única é muito apegada aos seus amigos. Mas Ju terá que pass...