Azul Oceano - Barbarena

O Resgate I

Postando agora porque não vou ficar acordada até de madrugada para postar depois da meia-noite. E já que ele ficou pronto agora, vamos postar agora. Não me matem, por favor. Podem me xingar se quiserem, eu vou merecer. 

Boa leitura

Beijos, Anna

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Narradora

O oceano pode ser calmo e bonito de longe na maioria das vezes, mas por dentro e mais a fundo, é assustador, escuro, há criaturas que nem sabemos da existência. É tortuoso e misterioso. 

A mente de Macarena estava sendo igual a um oceano neste momento. Quem a via de longe, via ela calma e pouco nervosa. Mas, se você entrasse em sua cabeça, ela estava apavorada, estava assustada e no escuro do canto da sua mente, agachada, encostada nas paredes frias e solitárias de seus pensamentos. 

Já se passara uma hora desde sua descoberta, ela estava em choque, em pânico. 

A delegacia toda trabalhava à todo vapor para descobrir o paradeiro de sua filha sequestrada, mas nada encontraram até agora. Para ela, tudo estava em câmera lenta. Seu cérebro não conseguia acompanhar todas as informações impostas para ele processar em tão pouco tempo. Tudo estava tão calmo e normal horas antes e agora... Agora tudo estava o mais fundo de todos os oceanos. 

Ela olhava o seu reflexo no espelho sujo da delegacia, e não se reconhecia. Olhos vermelhos e cabelo bagunçado. Macarena nem sabia por onde começar a procurar sua pequena filha, não tinha ideia de onde ir ou o que fazer. O seu treinamento na academia nunca lhe dissera o que fazer caso a desaparecida fosse sua filha. 

O som alto da porta sendo aberta abruptamente trouxe Macarena de volta para o mundo real, o mundo onde seus pensamentos eram reais e seus medos, piores do que em sua cabeça. 

- Eu vim o mais rápido que eu pude. - E ali, naquele caos em forma de realidade. Ali, Macarena viu algo calmo, por mais que estivesse assustado. Bárbara estava ali, ela a ajudaria a acalmar sua mente e assim poderia por fim, conseguir fazer algo para achar sua filha. Os braços de sua namorada a rodearam de forma confortante e preocupada. Macarena parecia inerte em seus pensamentos e Bárbara sentiu isso, não foi preciso palavras para ela descobrir tal coisa. 

- Eu... Eu não sei o que fazer. - Foram as palavras que seu cérebro conseguira formar. Os braços de sua namorada se apertaram mais ainda em si, como se quisessem a proteger de tudo o que acontecia na parte externa daquele banheiro. 

- Nós vamos achá-la. - Os olhos azuis estavam perdidos, e olhando o seu reflexo no espelho ainda sujo, foi quando ela viu a primeira lágrima cair de seu olho. E elas não pararam, continuaram a cair e cair como chuva que bate na janela em uma noite fria. Aquelas noites onde você pensa nas coisas boas da vida, e quando seus pensamentos a levaram para esta lembrança, ela chorou mais. Uma das coisas boas de sua vida, estava perdida por algum lugar. 

Seu peito estava doendo de uma forma inexplicável,  palavras ela não conseguia encontrar nem para tentar descrever o que sentia. 

- Eu não sei nem por onde começar a procurá-la... - Um soluço a interrompeu de continuar a frase, os dedos de Bárbara se perdiam na sua nuca entre as mechas de seu cabelo na tentativa de acalmá-la o máximo que ela conseguiria naquele momento. 

- A perícia já foi na sua casa e não encontraram nada. A porta foi arrombada e a cama dela estava fora do lugar, ela provavelmente se escondeu em baixo. Estão procurando as filmagens de segurança das ruas e eu estou aqui para ajudar. Vou usar todos os meus materiais para achá-la. Então, você bem que podia dizer que colocou um chip nela quando era pequena. - Macarena olhou para a mulher em seus braços e a única coisa que conseguiu pensar foi na sua filha sendo arrancada de debaixo da sua cama. E então voltou a chorar. - Ah, amor...