A fotografia

1.3K 96 146
                                    


Bárbara López


Ao acordar do outro dia, sinto meus olhos encherem de água assim que os abro, porque assim que vou olhar o horário no relógio da cômoda, vi a minha foto com Mariana. Ao lado da foto havia um bilhete, torci para que fosse de Mariana avisando que já tinha saído de casa e que tudo aquilo não tivesse passado de um horrível pesadelo. Mas infelizmente não era dela, era de Macarena.


" Presumo que quando abrir os olhos não estarei aí, eu queria, mas não posso. Peço que você se alimente bem e tome bastante água, se quiser uma amiga nesse momento difícil, estarei aqui, mesmo achando que terei que adquirir sua confiança com o passar do tempo. Espero que melhore, e por favor peça para a Adisin avisar quando for falar comigo, enquanto eu procurava um papel quase morri do coração.                                                                                    

                                                                                      Beijos, sua mais nova amiga. "


Dobrei o bilhete novamente e o coloquei de volta na cômoda, sentei na cama e estiquei meus braços, mesmo com o corpo todo dolorido e sentir a casca que se formava em meu braço romper novamente.

- Adisin, pode desmarcar todos os meus compromissos para este mês ? - Estávamos no dia 04 de fevereiro, eu sei que seria muita coisa acumulada, mas eu realmente preciso de um tempo.

- Ficará muita coisa, Bárbara. - Adisin fala assim que eu chego na cozinha.

- Estou ciente da quantidade de trabalho que eu terei que assumir Adisin, faça. - Digo pegando o pó do café e o colocando na cafeteira enquanto a chaleira já esquentava. - E contate o Jhon, fale para ele que ele ficará na frente da empresa enquanto eu estiver fora. - Jhon era o braço direito do meu pai, ele que ficou todo o tempo à frente da empresa enquanto eu era menor de idade e continuou sendo o meu braço direito.

- Já lhe mandei mensagem, aguardo a resposta. - Assim que ela termina de falar eu coloco a água quente no recipiente da cafeteira e espero a máquina fazer o seu trabalho.Assim que pego a minha xícara de café já com a bebida quente dentro, me dirijo até o escritório e abro o notebook. Vou repassando tudo para os setores da empresa e informando que ficarei fora até o final do mês. Ao mandar a última mensagem me levanto e faço minha higiene, tomo um banho, escovo os dentes e coloco uma roupa inteira preta, querendo ou não eu estava indo para o enterro da minha irmã.

Como o Jullian simplesmente sumiu assim que o carro bateu, eu tive que ir com o Kássio, ele era um idoso com bigode feio, mas que para ele era a coisa mais bonita do mundo. Kássio foi o motorista que me buscou na noite que fiquei com Mariana no hospital. Depois da queda da aeronave que tirou a vida dos meus pais.

Pego meu telefone e começo a batucar com os dedos na capinha, olho para a mesma e ali estava o cartão de Macarena. O pego e vejo o número.

" Detetive Macarena Achaga.

Distrito 413, New York. "

Então a minha mais nova amiga é detetive, quem diria que a portadora dos olhos azuis prende criminosos e atira por aí. Disco o seu número e espero ela atender.

Ligação on

- Achaga. - Macarena fala do outro lado da linha, parece que foi tirado de um serial policial, onde todos os policias atendem dizendo seu sobrenome. - Quem é ?

Azul Oceano - BarbarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora