CAPÍTULO XXXIII

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— Quanto vamos ganhar trabalhando com costura? — Naeun perguntou ainda arredia com a ideia. Estavam em mais uma reunião secreta no quarto de Jimin para organizar os planos.

— Dez, cinco ou até três réis, qualquer valor que de para comprar leite, pão e o que faltar em casa. — Eu já fui ao patronato hoje, aceitaram minha inscrição para o treinamento de futuros auxiliares de enfermagem da Santa Casa de Misericórdia. — O ômega sorriu contente.

— Que bom, mas se sua mãe descobrir esse plano de costura vai matar nós três. — Naeun alertou mais uma vez.

— Eu sei, minha prefere que nós passamos o dia inteiro sentados na sala esperando o pão cair do céu. Mas eu não, tia. Papai sempre dizia que não era nenhuma vergonha ter que trabalhar e até incentivava Seokjin.

— Para os alfas não, mas para ômegas de nossa classe é um vexame. — A tia expôs os pensamentos arcaicos da aristocracia.

— Pois está na hora de mudarmos isso, eu já me cansei de ficar de braços cruzados sempre dependendo de alguém. Quero ser independente, tia. Eu sempre quis ser útil em alguma coisa, essa é a hora perfeita para começar a ser dono da minha própria vida.

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O hospital estava lotado, muita gente padecia de febre alta, dor de cabeça, náuseas vômitos e diarreias. Um surto de epidemia de tifo havia acometido o povoado vizinho e os afetados haviam sido transferidos para Haedong.

A doença não era só transmitida pela picada do piolho e pulgas, mas também ao entrar em contato com as roupas, locais e pessoas contaminadas. Por isso os funcionários do hospital estavam cobertos dos pés à cabeça, apenas com os olhos de fora.

O tratamento era feito com uma fórmula a base de cremor tártaro e potassa, e os doentes precisavam ficar numa ala isolada para não contaminar os outros.

Jungkook fazia plantões cada vez maiores no hospital, estava há semanas longe da fazenda, comia e dormia na casa de seu padrinho. Em uma manhã mais calma, o alfa foi até o inspetor da cidade, solicitar a queima dos barracos onde havia começado o surto.

— O tifo epidémico geralmente ocorre em locais com más condições de salubridade e higiene. Ordene que isolem a região afetada, se não quiser que o parasita contamine as outras comunidades.. — Jeon o alertou.

— Mas essa gente vai morar aonde se queimarem o pouco que tem? — O inspetor argumentou.

— Darei um jeito de conseguir material para ajudar na reconstrução de suas casas, falarei com o prefeito dos povoados vizinhos para ajudarem. Eles também têm interesse em eliminar o surto. Agora faça o que eu pedi. — Jungkook falou antes de ir fazer mais um plantão.

Quando voltou ao hospital, o alfa ordenou que queimassem todas as roupas dos pacientes recém chegados e os vestissem com as roupas hospitalares. À noite, Padre Min foi até o local para dar um pouco de conforto as famílias que esperavam notícias de seus parentes.

— Que tragédia, meu filho. — O sacerdote se aproximou do afilhado.

— Sim, padrinho. São o resultado da guerra, miséria e desigualdade. — Jeon respondeu.

— Boa noite! O inspetor cumprimentou. — Acabo de vir do povoado vizinho, queimamos os barracos e informamos a população para não chegar perto. Ficamos sabemos que há duas semanas alguns militares passaram pelo lugar e pareciam doentes, devem ter sido eles os transmissores da doença.

— É muito provável.

— As pessoas tem medo, senhor Jeon. O senhor acha que é possível controlar o foco? — O homem questionou.

Amor Real 🌈 JJK & PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora