Capítulo 8

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Enola 

Algumas semanas se passaram, eu já estou me habituando a viver aqui. Conheci muitas pessoas agradáveis, que me fizeram mudar meu modo de pensar em relação aos Índigos. Fiz amigas aqui, como Rispa, Samira e Elaya, irmã de Caspian. Geralmente passo as tardes com elas conversando ou caminhando pelo território. 

Quando saio, Tokai sempre manda vários soldados me acompanharem, não sei se ele tem receio de que eu tente fugir novamente ou se teme um ataque de seu povo contra mim ou de outros. Ainda existe alguns Índigos que desaprovam a união de seu líder comigo, eles desconfiam de qualquer outra raça, eu os entendo, pensava assim também e sempre esperava o pior daqueles que eram diferentes de mim. Mas estou mudando essa concepção, me pego várias vezes tentando ganhar a confiança deles e muitos até me dedicam sorrisos discretos.  

Mas tem uma pessoa aqui que não consigo ficar a vontade quando estou perto dela, é Delane. Ela é muito bonita, é filha de um dos anciãos e descobri que eles pretendiam casá-la com Tokai. Ela está sempre ao redor dele, com a desculpa de trazer mensagens do pai ou quando ele visita os anciãos, ela está lá servindo bebidas e sendo “prestativa”, tenta se passar por amável e santa, mas ela não me engana. Sinto um ciúme incontrolável quando ela está por perto e ficarei de olhos bem abertos, observando cada passo dela. 

Espero ansiosamente todas as noites, sempre são maravilhosas… Tokai sempre me possui com uma paixão que me deixa plena e feliz. Sempre fala palavras vulgares, que me deixam mais excitada ainda e me proporciona muito prazer. Às vezes me pego com uma vontade louca de dizer que o amo, mas me seguro no último momento.

Hoje é o dia que os meus pais e Lauren virão me visitar, já devem estar chegando. Tokai enviou alguns soldados para escoltá-los até aqui. Estou aqui na sala, ansiosa para vê-los!

-Minha filha! - gritam meus pais ao entrarem na sala acompanhados de Tokai. Me abraçam calorosamente, minha mãe chora um pouco e meu pai me observa detidamente com um olhar preocupado.

Vejo Lauren entrando e me olhando com lágrimas nos olhos. Corro para abraçá-la e ela fala baixinho no meu ouvido “me desculpa pelo que aconteceu…”. Eu respondo do mesmo jeito que não foi culpa dela e dou um sorriso para tranquilizá-la. 

Descubro o boato que se espalhou sobre mim lá na comunidade norte, que eu fugi para me casar com um Índigo. Meus pais acham que vim de boa vontade para cá. Olhei na direção de Tokai e ele ficou bem desconfortável, e se retirou me deixando sozinha com minha família.Pode não ter sido ele que começou o falatório, mas ele enganou os meus pais. 

Não tenho coragem de desmentir, isso daria uma confusão muito grande, não arriscaria a vida da minha família…. E, sendo bem sincera comigo, posso ter sido obrigada no início, mas agora estou aqui por escolha, quero estar aqui, e admitir isso é libertador.

-Filha, sentimos tanto a sua falta. Você realmente está bem? - pergunta minha mãe olhando dentro dos meus olhos.

-Estou mãe, estou muito bem e sou bem tratada aqui. - ela e meu pai ainda me olham observando minha expressão e depois suspiram como se estivessem aliviados de saber que estou bem.

-Senti sua falta amiga! Mas poderemos matar a saudade. Tokai disponibilizou uma casa aqui próximo para ficarmos uns dias aqui - diz Lauren. 

Eu fiquei surpresa, ele não tinha me falado nada sobre isso. Já estava com raiva por ele ter enganado meus pais, mas amoleci um pouco com esse gesto delicado da parte dele. Além de ver que ele ajudou bastante minha família. Durante a conversa fiquei sabendo que eles estão muito bem, com o investimento certo e a contratação de trabalhadores, as plantações estão frutificando. Meu pai está podendo descansar mais ao lado da minha mãe, que não tem mais que passar as madrugadas costurando roupas para sobreviver. E com um empregado na banca da feira, Lauren pôde finalizar seus estudos. Meu pai até está fazendo viagens para comercializar seus produtos e vender os animais de qualidade que está criando agora. Isso me deixou muito feliz, ver o bem estar da minha família. 


Vou dedicar dois capítulos inteiros para Lauren e Caspian. Eles merecem!

O selvagem que me consquistouOnde histórias criam vida. Descubra agora