Capítulo 11

2.9K 232 8
                                    

Enola

Meus pais foram embora esta manhã, após firmarem o acordo de casamento entre Caspian e Lauren. Minha amiga estava um pouco perdida com a situação, mas percebi que ela não era contrária a decisão de união com Caspian, apenas aconteceu tudo muito rápido.

Eu dormi sozinha esta noite, houve um problema na fronteira com os Afrogs, e como Caspian estava em sua primeira noite de casados com Lauren, Tokai não o chamou, organizou um destacamento de soldados e saiu pela madrugada.

Eu desci, tomei meu café da manhã e fiquei conversando com Rispa e Samira na cozinha. Mas confesso que estava preocupada com Tokai, ainda não tinha notícias dele. Os empregados já estavam acostumados com essas situações, pois esses desentendimentos com os Afrogs aconteciam com certa frequência, como me explicaram.

À tarde, eu decidi dar um passeio pela floresta para tentar desanuviar minha mente, as caminhadas me deixavam mais tranquila. Eu saí sem que os guardas vissem, queria ficar sozinha, e caminhei apressadamente na direção da cachoeira. Sentei com as pernas dentro da água e fiquei sentindo o vento balançar meus cabelos… 

Eu o amava! Estava com medo que tivesse acontecido algo com ele. O pai dele havia morrido num confronto com os Afrogs, como Rispa me contou. E eu temia o mesmo destino para ele.

Enquanto estava perdida em meus pensamentos, ouço uma comoção e quando olho para trás, vejo Tokai com uma expressão tempestuosa vindo em minha direção. Ele estava sujo de sangue, com sua camisa rasgada e alguns cortes em seu braço esquerdo, que pareciam ter sido feitos por lâminas. Atrás dele estavam os soldados que faziam minha guarda, alguns com expressões de alívio e outros de temor. 

-O QUE VOCÊ VEIO FAZER AQUI SOZINHA? PORQUE VEIO SEM OS GUARDAS? - falou Tokai com uma fúria contida. Seus olhos estavam negros e sua respiração irregular. Pude ver raiva em seu olhos, mas tive a impressão que também vi medo. 


-Eu apenas saí para caminhar… O que foi que aconteceu? - falei com medo de sua reação, mas também preocupada em saber o que tinha acontecido e se ele estava bem.

-SAIAM! Espero que da próxima vez cumpram minhas ordens corretamente e façam seu serviço direito!! - gritou Tokai com os soldados. E depois olhou para mim - Venha comigo! - e saiu como um furacão, enquanto eu tentava segui-lo.


Entramos em casa, Tokai seguiu direto para o  quarto e eu, sem saber direito o que fazer, continuei seguindo ele. 

-PORQUE SAIU SOZINHA? NÃO AVISOU A NINGUÉM AONDE IA! ESTAVA PENSANDO EM FUGIR NÃO É? EU SABIA QUE NÃO PODIA CONFIAR EM VOCÊ… NÃO IMPORTA O QUE VOCÊ QUEIRA, VAI TER QUE FICAR AQUI COMIGO!  SAIBA QUE EU IRIA ATRÁS DE VOCÊ ATÉ NO INFERNO! VOCÊ É MINHA, OUVIU?  - Tokai gritava andando de um lado para outro. Depois parou em minha frente, segurou em meus braços e começou a me sacudir com violência. 


Eu não consegui segurar as lágrimas, fiquei com medo, ele já havia gritado comigo antes, me assustado, mas não dessa forma. Estava até machucando meus braços dada a força com que me segurava.

Ele pareceu cair em si e me soltou, se afastando de mim, me olhando com dor nos olhos. Eu continuei chorando, passando as mãos em meus braços. Então, reuni coragem e realmente falei tudo que tinha vontade.

-Eu não estava tentando fugir! Apenas fui caminhar, só isso, queria ficar sozinha para pensar. Você não tem o direito de me tratar dessa forma! Você me obrigou a ficar aqui, mentiu para os meus pais, praticamente me comprou da minha família, não sou um objeto, sou um ser humano. Você não é meu dono! Eu deveria querer sair daqui, me afastar de você, não estaria errada em querer isso! Mas… mas… mas eu te amo, droga! Eu te amo! Estava preocupada com você, com medo que tivesse te perdido, que estivesse machucado… - e chorei mais ainda depois que deixei meu coração exposto daquela forma.

O selvagem que me consquistouOnde histórias criam vida. Descubra agora