O selvagem que me consquistou

Capítulo 9

Lauren

Estou ansiosa, pois hoje é o dia de nossa viagem para o território dos Índigos, veremos Enola finalmente. Vamos de carruagem, será mais rápido, é mais ou menos umas 6 horas até lá. Tokai enviou uma escolta para nos acompanhar. Coloquei um lindo vestido, deixei meu cabelo solto e coloquei meus brincos e um lindo chale sobre o vestido. Depois que nossa situação financeira melhorou podemos nos dar o luxo de comprar coisas boas. 

Ao chegar a escolta, fomos cumprimentá-los e nos organizar na carruagem. Vi um Índigo em cima de um cavalo, estava mais afastado, ele me olhava fixamente. Ele era forte, sua pele brilhava e tinha uma linda cor de chocolate, seus olhos eram castanhos e ele tinha uma longa cicatriz em seu rosto, descia do seu olho esquerdo até seu pescoço. Seus cabelos negros e longos estavam presos numa trança e ele emanava virilidade. Senti um arrepio passar por todo meu corpo e abaixei a cabeça fingindo arrumar meu chalé. 

Ele se aproximou, falou conosco bem sério, mas foi bem educado, e continuava me olhando fixamente. Meus tios nem perceberam, pois estavam agitados com a possibilidade de rever Enola. Eu sentei na carruagem do lado da janela e aquele homem intrigante foi nos acompanhando em seu cavalo do meu lado, sempre me olhando, me avaliando, parecia até que ele podia ver cada parte do meu corpo tamanho era seu escrutínio sobre mim. Ele parecia me comer com os olhos! Meus tios foram conversando o caminho todo e eu passei a viagem toda inquieta e em silêncio. Aquele Índigo mexeu comigo, minha mente criou asas e acabei fantasiando muitas coisas e ele era o personagem principal.

Rever Enola e poder comprovar se ela estava realmente bem foi um alívio. Eu e as meninas nos culpávamos por ter sido a nossa brincadeira que a colocou nessa situação. Sabíamos que os boatos não eram verdade e temíamos que algo muito ruim tivesse acontecido com ela. Após conversarmos a tarde inteira, nos despedimos e fomos descansar na casa que Tokai nos disponibilizou, íamos jantar com eles à noite a convite de Tokai.

Durante todo o jantar, Caspian, como descobri que ele se chamava, me olhava intensamente. Ele e sua irmã, Elaya, também haviam sido convidados por Tokai. Os Zumianos não encaram uma mulher desse modo, e eu estava agitada com essa atenção. Eu me via nervosa, arrepiada e sentia tanto calor que me abanava toda hora. O que está acontecendo comigo?

Desde a morte de Robert, meu noivo, eu não olhei para nenhum homem. E agora estava me sentindo estranha perto desse Índigo. Que isso meu Deus?!

No dia seguinte, Tokai levou os meus tios para conhecer seu território e Enola convidou eu e Elaya para tomar um banho de cachoeira. Os soldados que nos acompanharam ficaram numa distância aceitável para nos dar intimidade. E ai de quem ousasse olhar uma segunda vez para Enola, Tokai parecia que iria matar qualquer um que se atrevesse. Ele sempre olhava para ela com um brilho nos olhos, eu conheço esse olhar, acho que ele a ama. Acho que Enola não percebeu e também não sei bem o que ela sente por ele. Ela não conheceu o amor, casou por conveniência, e embora o falecido marido dela fosse um bom homem, não era carinhoso, era muito formal com ela. 

Eu conheci o amor, mas não conheci a paixão… Robert era muito carinhoso, mas o máximo que fizemos foram beijos castos de boca fechada, sem muitos abraços. Robert era muito tradicional e acho que seria sempre assim comigo. Eu e Enola sempre quisemos conhecer a paixão, somos muito curiosas e as conversas que ouvíamos de algumas mulheres mais velhas que se envolviam com selvagens só fizeram despertar nosso interesse nesse assunto em particular, o sexo. 

Um dia, quando criei coragem para falar sobre isso com Robert, ele me interrompeu e me olhou com escândalo, como se tivesse crescido outra cabeça em mim. Ele ainda me disse que mulheres direitas não conversavam sobre isso, deu um beijo em minha testa e encerrou a conversa. Eu o amava, mas sei que nossa união não teria a emoção que eu sonhava.