Capítulo 16

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P.s.: Podem haver descrições fortes, que demonstrem violência...

Delane

Enviei uma mensagem de madrugada para Kerll, informando sobre meus planos. Estou atrás de uma árvore, junto com meu empregado, perto da cachoeira, esperando Vorn. Quando fiquei sabendo que Enola e suas amigas iam fazer um piquenique, vi que essa seria a oportunidade perfeita. A empregada da minha mãe é amiga de Rispa, a mulher que trabalha para Tokai, e foi desse modo que eu descobri sobre seu passeio. 

Eu não contava que ela ia estar junto com uma amiga antes, mas logo pensei que isso iria ajudar a obriga-la a escrever a carta para Tokai. Logo vejo Vorn chegando na cachoeira com elas. 

-Vorn, cadê minhas amigas? E os guardas? - Pergunta Enola olhando para todos os lados. 

Logo saio detrás da árvore junto com meu empregado, vejo o espanto em seu rosto. Vorn está apontando uma arma para ela e meu empregado outra.

-Ora,ora, ora, se não é a futura ex mulher de Tokai! Kkkk - falo cheia de raiva.

-O que você está fazendo aqui Delane? O que pretende? - ela pergunta, posso ver o medo em seu olhar.

-Eu vim acertar nossas contas querida! Agora você saberá do que sou capaz! - falo com ódio.

-Então essa é a vagabunda da Delane?! Sua vadia dos infernos, quando Tokai souber disso você vai se ferrar! - fala a amiga ousada de Enola.

-Até que você é corajosa, qual seu nome? Pensando bem, não quero saber, logo você estará morta, junto com sua amiguinha, pelas mãos de Kerll. Kkkkk - posso ver o medo nos olhares delas.

-Kerll? O novo líder dos Afrogs? Então é você que está traindo seu povo? - fala Enola indignada.

-Não estou traindo meu povo, estou apenas me livrando de uma pedra no meu caminho, você! Sim, eu fiz um acordo com Kerll e ele irá me ajudar a se livrar de você! Digamos que ele tem contas a acertar com Tokai, e sua vida será usada para isso… Agora, chega de conversa! Escreva uma carta para Tokai dizendo que resolveu fugir dele, invente um amante e diga que essa amiga sua te ajudou! - falo com pressa.

-Não faça isso Enola! Sua puta, você vai se arrepender! - fala a amiga de Enola.

-Cala essa boca sua Zumiana desprezível! Vorn aponte sua arma bem para a cabeça dessa idiota, agora Enola, ou você escreve essa carta ou sua amiguinha vai morrer! - falo ameaçando ela, observo seu olhar de pavor.

Ela pega o papel e começa a escrever, enquanto dito as palavras. Ela está tremendo e me pede sem parar para não machucar a amiga dela e nem ela, implora pelo filho. Gosto de vê-la rastejando aos meus pés, me dá um prazer enorme! Assim que ela termina, Vorn e o meu empregado agem rápido e apertam panos com sonífero no rosto delas. Mando eles amarrarem elas e colocarem um capuz na cabeça das duas. 

Trazemos nossos cavalos, colocamos elas em cima e logo seguimos para fronteira onde Kerll está nos esperando. Eu e meu empregado iremos seguir outro caminho antes de chegar, pois devemos estar na casa de meus tios logo para não levantar suspeitas. Só Vorn seguirá até o ponto de encontro.  

Kerll

A perda de meu pai foi muito difícil, minha mãe e irmã ficaram devastadas, eu tinha 18 anos quando aconteceu, isso foi há dois anos atrás. Meu pai era um homem cruel e sanguinário, eu não concordava com muitas atitudes suas, principalmente em batalhas. Nosso povo já sofreu muito, foram centenas de anos de escravidão, torturas e humilhações e meu pai acreditava que devíamos nos vingar por tudo e não aceitar o  tratado de paz. O ódio dele era direcionado a todas as outras raças. Eu concordava em proteger nosso povo e lutar quando fosse preciso, de um certo modo, esse sentimento de vingança também vibrava dentro de mim, mas eu não via necessidade em massacrar outras raças buscando eternamente vingar nosso passado.

O selvagem que me consquistouOnde histórias criam vida. Descubra agora