-Noah-
Depois daquela pequena discussão na escola eu meio que fiquei pensando no que a menina havia dito, será que tenho amigos de verdade? Será que a gente não é amigo só porque nós convém?
- Amor? – Eu me pronunciava
- Ahn? – Ela respondia sem tirar a atenção de suas unhas, é ela estava lixando elas. Eu estava na casa dela, porque afinal ela é minha namorada, mas parece que não liga muito, só quando estávamos em público, o que me fazia questionar mais minha pergunta. Na verdade, nosso relacionamento nem sempre foi fútil, assim podemos falar, no início era legal, mas acho que depois de um tempo as pessoas se revelam de verdade, não que ela não goste de mim, ela gosta, e é grudenta, e muito ciumenta, mas ela não se importa muito com assuntos que não sejam de seu interesse
- Nós temos amigos? – Ele fala se sentando na cama
- O que você ta falando? Claro que temos – Ela dizia sem tirar a atenção das unhas
- Não falo assim, falo amigos de verdade – Ele fala meio cabisbaixo, nessa hora a menina se vira com a cadeira
- Quem está enchendo sua cabeça com essas bobagens? – Ela o olhava
- Ninguém..... – A menina o encara - É que naquela discussão no refeitório que você não estava, uma menina me falou que nós, nosso grupo vive de aparências e não tem amigos de verdade
- Eu não sei o que aconteceu nesse dia, mas isso é tudo uma bobagem, temos amigos de verdade sim, alguns mais que outros – ela se referia a suas amigas e Alba e Vilu que ela não considerava amigas – Enfim, você tem os meninos, Carlos e Eduardo são ótimos amigos, isso é exemplificado quando entram em uma roubada, eles não te abandonam, vocês entram e saem juntos – isso não era bem verdade, tipo eles entram nas roubadas e só não saem porque a culpa é deles e eu sempre tenho que dar meu jeitinho – E outra qualquer um mataria para ser nosso amigo, agora não pense tanto – Ela começa a beija-lo
- Deu, não quero borrar minha unha! – Ela diz se afastando e novamente a segurança que me passou foi por água abaixo – Ai meu deus
- O que foi? – Ele dizia meio cabisbaixo, mas a queen nem se tocou
- Festa na casa do Greg, você vai ne? – Ela dizia respondendo alguém
- Na verdade eu não to muito afim! – Aí ela olha para ele
- Somos o casal favorito do colégio, como vou chegar sozinha? – Ela olha meio brava
-Desculpa, não to no clima de festa, e ainda é quinta! – Ela começa a mexer no celular novamente
- Que seja, eu falo que você teve um contratempo – Ela diz indo até o guarda roupa
- Então eu já vou – Eu digo se aproximando da menina, ela só se vira me dá um beijo e volta a fazer sei lá o que. Quando cheguei no andar de baixo dava para ouvir ela no telefone com as meninas perguntando o que elas iriam vestir, aiiii
Quando estava indo para casa resolvi parar em uma cafeteria, perto de casa, na minha opinião a melhor da cidade, além da comida ser boa, ela é estilosa, tem música e alguns coisas que lembram dança, deve ser porque em cima tem uma academia de dança, mas na cafeteria tinha um palco, eu já me imaginei tocando ali, seria legal para começar, mas meu pai me mataria! Eu estacionei e entrei na mesma, foi aí que me deparo com quem eu menos queria ver, Bia, não só ela, mas seu grupo todo! Eles não me viram, estavam sentados em uma mesa no canto e distraídos para notar minha presença. Eu ia comer ali, mas decidi levar para casa, não queria que eles me vissem, ainda mais sozinho, só comprovaria mais a teoria da menina!
Cheguei em casa e fui fazer algumas coisas para minha mãe, e depois de um tempo deitei na cama e aqueles pensamentos invadiram minha mente. Lembrei da Bia e dos amigos dela, no café todos estavam rindo e se divertindo, aquilo era legal, não que eu não faça isso com meus amigos, mas com eles parecia tão natural, eles podiam ser quem eles queriam .... Deu, não quero mais pensar nisso. Então peguei meu violão e fui até a varanda do meu quarto e fiquei tocando umas músicas aleatórias, era fim de tarde e estava muito lindo, já dava para ver o sol se pôr e eu fiquei imaginado como seria legal tocar naquele café.......
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Clichê Adolescente
Teen FictionBorboletas no estômago. Eu achei que nunca fosse sentir isso, talvez um nervosismo, pernas bambas, mãos suadas, mas isso não...e, principalmente, por ele, a pessoa mais inesperada. Contudo, acho que todos estamos destinados a passar por algo inesper...