Capítulo 4- O começo, para ele...

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-Bia-

Todos nós estávamos na cozinha e os tacos já estavam quase prontos, então decidi contar o acontecimento de hoje....

- Eu não acredito que isso aconteceu- Meu pai ria e não era pouco. Revirei os olhos.

- Viu, depois você vem chamar a minha atenção, mas quem acabou caindo foi você- Valentina fala rindo também e eu lanço um olhar cético para ela.

- Querida, porque não pediu ajuda de alguém? - Lu pergunta. 

- Porque eu achei que alcançaria e não achei que isso aconteceria- Falo, fazendo Valentina e meu pai rirem mais.

- Parem de rir ela poderia ter se machucado- Lu diz, dando-me um beijo na testa e indo até o fogão. Nesse meio tempo,  eu mostro a língua para os dois que nem se tocaram, pois não param de rir.

Depois de um tempo nós já estávamos no sofá, vendo Frozen dois. É, pois é. Hoje é dia da Valen escolher o filme e, mesmo quando nós escolhemos, sempre acaba sendo uma coisa mais infantil, já que minha querida irmã tem cinco anos. Até que o filme é bonitinho. Está bem, ele é bem legal, eu chorei, que foi? Sou muito emotiva. Papai levou Tina para o quarto e eu fiquei ajudando Lu a arrumar a sala e a cozinha, mas o Fofucho começou a chorar - sim, ele queria passear e não era capricho, ele realmente precisava, já que Valentina não se contentou em não dar tacos para ele, eu prevejo esse cachorro uma bola daqui um ano.

- Lu, vou levar o fofucho para passear- Falo, indo em direção a porta.

- Tudo bem, mas tome cuidado, está bem escuro.

- Okay, vou só até o fim da rua- Dou um beijo em sua bochecha e pego a coleira do bonitão, o qual balançava o rabinho e, admito, aquilo ele é fofo.

- Vamos Fofucho- Começo a caminhar pela rua com o ele, o qual cheira tudo e me guia. Eu estou com fones de ouvido, curtindo a brisa gostosa que bate em meu rosto. Isso me dá uma boa sensação, de paz, acolhimento. Bem, até que...

- Vamos! – Puxo Fofucho, mas o cachorro empacou e não quer sair do lugar- Eu não acredito! Vamos, temos que ir!- O puxo, mas sem sucesso- Ótimo, Valentina quer um cachorro e eu que tenho que cuidar e, ainda por cima, fazer os caprichos dele- Olho para ele que estava com uma carinha de sono. Lhe lancei um olhar sério- Ah, vamos, por favor! Eu não acredito que estou falando com um cachorro no meio da rua- Fico parada mais um tempo, mas só faltava o cachorro dormir ali. Então me abaixei e peguei ele no colo. Fofucho é pesado, afinal já não era mais tão filhote e outra é um São Bernardo.

Chegando em casa soltei ele que subiu no sofá e capotou. Eu fiz o mesmo,  só que na minha cama.

-Noah-

Eu tinha acabado de comer e fui para meu quarto, vi meu caderno de anotações em cima da cama e meu violão, então peguei ele e fui para varanda do meu quarto. Estava sentado, dedilhando algumas cordas quando ouço um barulho, ele vem da rua, logo a observei. Era uma menina, ela estava passeando com o cachorro, parecia bonita...não, eu tenho certeza que é bonita. Estava usando um shorts de moletom, com uma regata e uma jaqueta solta. Ela possui cabelos castanhos longos, mas eles não são lisos, não totalmente, eram meio ondulados. Ela parecia estar curtindo o passei, até o cachorro parar, deixando-a brava. Nesse momento, não consigo ver seu rosto, pois estava longe e seu cabelo caia sobre ele. Então, após um tempo, ela se abaixa, o que faz seu cabelo cair ainda mais em sua face, com isso ela o coloca atrás da orelha. Ela parece calma e delicada e, por mais estranho que pareça, tenho a forte sensação de que a conheço. A estranha pega o cachorro dando meia volta e voltando pelo mesmo caminho. Eu fiquei vendo ela voltar até sumir na escuridão.

Entrei, guardei meu violão e me deitei, mas fiquei pensando naquela menina. Por que ela estava a essa hora passeando com o cachorro? Será que mora no mesmo bairro que eu? Será que mora na mesma rua? Qual será seu nome? Será que à encontraria novamente, assim podendo ver seu rosto? Por que tinha a sensação de conhece-la? Isso ficou rodeando minha mente até eu cair no sono. 

Clichê AdolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora