Capítulo 3- Noite da família

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-Bia-

Sabem que dia é hoje? Isso mesmo, noite da família!!! Eu amo a noite da família, o motivo é óbvio, nós reunimos nossa família, não toda ela, porque fazer isso toda quarta-feira seria meio cansativo, já que cada um mora em um lugar diferente, mas quando digo família quero dizer quem mora comigo. Como eu consigo complicar uma coisa tão fácil de explicar? Enfim, nós fazemos essa noite porque meu pai é médico cirurgião então ele quase sempre está de plantão e essa é uma das únicas noites que ele não está, assim aproveitamos para ver um filme e se aventurar na cozinha. Hoje vamos fazer tacos! Eu amo comida mexicana, mas antes temos que ir no mercado comprar os ingredientes, então let's go!

- Lu? Já estamos indo? - Fui até o quarto dos meus pais, até porque já eram cinco horas e dez minutos e o tempo corre.

- Oi querida! Já estamos indo sim, eu só tenho que achar meu tênis branc.......- Nesse momento a Lu achou o tênis dela, mas acho que ele não era mais usável- Aí meu deus, Fofucho você comeu meu tênis! Eu não acredito! – Já não consegue segurar mais a risada. Lu me olhou com um olhar mortal – Você ri até ele comer seus livros. 

- Ele não vai comer não, a porta do meu quarto vai ficar bem fechada- Dou uma risada- E eu disse que deveríamos ter pego outro gato e não um cachorro, mas como todo mundo faz o que a Valentina quer- Reviro os olhos.

- Não faça isso, até você concordou quando ela olhou com aquela carinha pedindo um cachorrinho, porque já tínhamos um gatinho- Ela solta uma risada- Uau, ela sabe nosso ponto fraco – Lu faz uma cara de assustada, mas depois começa a rir e eu a acompanho.

Certo, pausa na história que vou explicar esse momento. Nós temos um gato, na verdade ele é mais meu, o nome dele é Sallen. Que foi? Eu gosto do filme da Bruxinha Sabrina e esse é um nome lindo, tá! Enfim, aí a uns três meses atrás, Valentina cismou que nós precisávamos, queríamos e tínhamos que ter um cachorro e no fim ela realmente convenceu todo mundo. E essa é a história de como o Fofucho chegou em nossa vida e, sim esse nome é estranho, e, não, não fui eu que dei o nome, foi a Tina.

- Querida, acho melhor irmos se não esses tacos não saem hoje- Eu concordei e fui atrás dela enquanto descíamos a escada.

-Noah-

Eu estou exausto, literalmente exausto! Eu não imaginava que tínhamos tantas coisas, meu dia foi resumido em coloca caixa, tira caixa, desembala, bagunça, arruma. Meu pai teve que dar um pulo no escritório, porque ele está com um caso bem complicado e provavelmente ficará até tarde lá. E eu só penso em comida no momento.

- Mãe! Posso pedir uma pizza? - Grito do meu quarto.

-Não! – Arquei uma das sobrancelhas e fui até o quarto dela.

- Está querendo me matar de fome? - Falo com as mãos na cintura.

- Não – Ela dá uma risada – Eu tenho que comprar umas coisas que estão faltando para casa e vou dar um pulo no mercado, quer ir comigo?

- Tá bom – Melhor do que ficar em casa ouvindo meu estômago roncar.

Depois de uns dez minutos chegamos no mercado e eu fui direto para o corredor de besteiras, eu não iria passar fome. Enquanto isso minha mãe foi comprar o que ela precisava e eu fiquei esperando ela no quiosque de sorvete.

-Bia-

Nós já tínhamos pegado tudo e quando estávamos indo para o caixa eu lembrei que precisava de uma caixa organizadora, porque, sinceramente, eu era a desorganização em pessoa. Logo, fui correndo e a Lu seguiu em direção ao caixa.

Comecei a procurar a caixa e........achei! Todavia,  ela estava em uma prateleira bem alta. Tive que me esticar - como eu odeio quando quero alguma coisa e não alcanço, poxa eles não pensam nas pessoas baixinhas na hora de fazer essas prateleiras. Apesar das dificuldades venci o problema, entretanto uma coisa tinha que dar errado. No momento que relaxei e retornei à minha postura eu meio que bati em uma mulher que estava atrás de mim e, como se não bastasse, eu tropecei esbarrando em um monte de potes e derrubando quase todos.

- Meu deus, você está bem? - A mulher me perguntava, abaixando-se, porque eu estava no chão.

- Estou sim, obrigada- Disse, enquanto ela me ajudava a levantar- Nossa, desculpa-me moça, mesmo!

- Tudo bem, acidentes acontecem!

- Você está bem?

- Estou sim, querida. Fiquei tranquila- Nesse momento um funcionário chegou perguntando se estávamos bem e quando assentimos ele começou a pegar os potes comigo tendo ajudar.

- Não precisa senhorita! - Falou. 

- Não, eu ajudo, afinal isso foi culpa minha- Minha sorte é que eles eram de plástico.

 A moça que eu quase derrubei também ajudou. Quando terminamos eu me desculpei novamente e me despedi dela.

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- Nossa como você demorou- Lu disse, com a moça do caixa olhando com um olhar mortal para mim, já que eu atrasei a Lu e a caixista

- É que aconteceu um acidente- Lu arregalou os olhos e, automaticamente, veio até mim e começou a me checar.

- O que aconteceu? Você está bem? – Eu dei uma risada e sorri para ela, gosto quando ela me trata assim, as vezes esqueço que ela não é minha mãe.

- Calma Lu, isso é uma história um pouco longa, conto quando chegarmos em casa, mas eu estou bem- Solto outro riso e vejo ela com um olhar de aliviada. Nesse momento acho que a moça do caixa queria nos fuzilar com o olhar, então Lu pegou o organizador e nós fomos embora.

-Noah-

Avistei minha mãe chegando perto do quiosque....

- Como você demorou, foi fabricar a comida? - Falo brincando com ela e dando risada.

- Nossa, meu filho é tão engraçado- Ela olha com uma cara de deboche- Eu ajudei uma menina que derrubou uma torre de potes- Nesse momento fiquei confuso, mas imaginei a cena em minha mente e comecei a rir muito

- Como ela fez isso? - Falei rindo.

- Ela esbarrou em mim e acabou tropeçando - Gargalho e em resposta, minha mãe bate em meu braço - Para de rir, isso não tem graça, ela poderia ter se machucado- Fala, saindo do mercado e eu vou atrás.

- Sabe o que isso prova?

- Ahn?

- Que existe gente mais desastrada que eu- Falo rindo. 

Clichê AdolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora