Capítulo 1-Bianca Wilson

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"Todo mundo está destinado a um clichê!", li essa frase e um livro uma vez e me fez pensar: será? Bem...talvez, mas acho que comigo não, afinal não sou todo mundo! 

Okay, isso pareceu um pouco esnobe, mas é verdade, como poderia alguma coisa diferente acontecer em minha vida, sendo que eu era invisível, nerd e chata - isso são palavras do pessoal da minha sala, ou melhor, o que eles acham sobre mim-, não que eu ligue para o que os outros pensam, por que realmente não ligo, mas, voltando ao clichê, eu nunca estive tão errada, só no dia que apostei com meu pai que a Espanha ganharia e eles perderam. Pois é, fiquei decepcionada, mas meu pai me avisou, depois fiquei devendo um açaí para ele, o que até foi legal, porque fomos na sorveteria....... Puts acho que tenho defict de atenção, volta para o assunto Bianca e se concentra.

-Bianca!- Meu deus, que grito- Bianca, Bianca, Biaaaaa- A bichinha é pequena, mas grita hein...

-Que foi Valentina? – Ela demorou para responder, então fui até seu quarto. Quando estava na porta ela deu outro grito.

- Preciso de ajuda! – Acho que fiquei surda agora!

- Não grita, eu estou aqui – Quando vi ela estava em cima de uma cadeira, bem esticada, tentando pegar uma caixa no armário e sem sucesso, já que ela tem menos de um metro e meio de altura, não que eu seja muito alta, mas é que ela tem só cinco anos – Valentina você não pode fazer isso. Vai que você cai, porque não pediu ajuda para a Lu ou para mim?

- Estou pedindo agora ué- A bichinha tem a língua afiada também. Mas enfim...fui correndo, peguei ela no colo e coloquei em cima da cama, depois peguei a tal caixa dando na mão dela.

Nesse momento ela já ia sair do quarto saltitando, contudo.....

- Eu posso saber o que tem aí dentro? – Arquei uma das sobrancelhas.

- Fantasias! – Agora eu estava totalmente confusa e acho que ela percebeu - É que estou indo na casa da Sofia e vamos brincar de princesa, aí eu vim pegar as fantasias- Nessa hora olhei com uma cara brava para Tina, porque ela quase se estabanou no chão, estourou meus tímpanos, por uma fantasia. 

De novo ela percebeu, veio até mim, dando-me um beijo na bochecha e saindo saltitando. Está bem, eu não conseguia ficar brava com aquela garotinha, afinal, vocês já viram a carinha dela? 

Volto para meu quarto e continuo a escrever - sim eu tenho um diário e estou escrevendo nele -, mas não o chamo assim, para mim ele é como um guarda memorias, entendi?

Minha concentração já estava ruim, agora então, depois desse episódio com minha irmã eu nem lembrava mais meu raciocínio, resumindo li tudo que escrevi e aí.......... nós estávamos falando do clichê né? Então, minha vida virou um clichê ambulante sem eu nem perceber, começou quando eu tinha dez anos, eu acho, talvez outras coisas tenham acontecido, mas a minha memória é terrível quando quer, enfim...minha mãe descobriu que estava grávida da minha irmã, porém tinha uma coisa que meus pais não me contaram, era uma gravidez de risco e sim, ela morreu no parto. Nossa é estranho falar disso abertamente, achei que fosse me afetar, mas acho que já não afeta tanto, só me deixa com saudade, muita saudade...

Todavia, agora não é o momento para tristeza, aqui é o lugar das memorias e quero que elas sejam felizes. Voltando, eu não fui aquelas irmãs que culpa a outra pela morte da mãe, eu fui exatamente ao contrário. Acho que a Valentina me liga com minha mãe, apesar de ela não se parecer nada com ela, visto que tem o jeito destemido dela, sem medo, e eu amo tanto aquela baixinha, cuido dela como uma filha. E tenho certeza que você se perguntou, nosso como nosso pai cuidou delas? Fácil, com ajuda de minha avó e Luciana. Minha avó veio morar com a gente para ajudar a cuidar da Valen e de mim, mas mais da Valen e na época do ocorrido eu fazia aula de balé e minha antiga professora - digo antiga porquê ela só dava aula até os alunos de sete anos-, sempre foi minha melhor amiga e ela estava a par de tudo e depois de dois anos ela e meu pai se aproximaram e...BUM! Casamento. Pois é, mas eu não fiquei mal, achei bom, gostava da Lu e queria ver meu pai feliz. Hoje a Lu não é só minha amiga, é minha segunda mãe, ela me entende como ninguém. Entretanto, agora eu tenho que ir, porque acabei de escutar a porta abrir e provavelmente é meu pai. Eu tenho que ajudar ele com o jantar, já que a Lu vai ter que dar um pulo no café e na academia, então beijinhos... 

Clichê AdolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora