— Você acha que seu namorado vai acatar suas decisões desse jeito? — Dr. Carter disse enquanto eu o encarava me sentindo ainda melancólica.
— Ele não vê que sou um atraso na vida dele. — Suspirei. — Ele ainda está apaixonado. Mas e quando apenas eu amar ele?
— Você está com medo de perder outra pessoa e quer tentar afastar-se dela antes que ela vá embora?
— Talvez. — Pressionei os lábios. — Dizem que eu sou uma pessoa horrível. Por que não incorporar?
— Como você acha que ele vai ficar com sua decisão? Você vai ficar bem com isso?
— Por que você só faz perguntas difíceis?
— Se punir não vai trazer seu irmão de volta, Hana. — O rapaz disse suavemente, apoiando os cotovelos nos joelhos enquanto me encarava. — Você precisa continuar sua vida, tentar ser feliz.
— Mas eu não consigo ficar bem. — Murmurei triste. — É mais forte que eu. Por mais que eu tente sorrir, que eu brinque, eu... Já não quero mais perturbar meu namorado e fazer parecer que toda sua ajuda será em vão.
— Precisa ser paciente consigo mesma.
— Eu preciso. — Toquei meu peito. — Mas ele não.
— Ele se importa com você.
— E estou pensando assim, porque me importo com ele.
O homem sorriu um pouco. Ele nunca dizia que eu estava errada ou gritava comigo, parecia viver num auto controle para suportar seus pacientes.
— A culpa não é sua. — Ele disse. — Sabe disso, não é?
***
— Eu nem acredito que você logo mais vai se formar. — Falei enquanto a Mary tomava café olhando para o notebook.
— Nem eu. — Ela estava digitando rápido. — Hana, espera só dez minutos que já estou terminando esse trabalho.
Acabei me distraindo com as fotos da Mary e do Robert, que estavam na sala. Ela usava um anel de noivado e nunca parecia estressada ou infeliz. Uma vida de casal deveria ser como aquela.
Eu devia ter ido para casa, mas acabei encontrando a Mary na universidade e apenas a segui até sua casa. Ethan havia tentado me ligar, mas eu não consegui falar com ele. Tinha pensado seriamente em terminar com ele.
Quando Robert chegou em casa foi direto para a Mary. De fato, onde eu estava não dava para me ver. Ele a beijou, e foi um pouco engraçado porque Mary continuou concentrada no notebook.
— Espera. — Ela disse rindo e digitando. — Se eu parar vou esquecer o que preciso escrever.
— Me dê atenção. — Robert choramingou e eu não conseguia parar de assistir eles.
— Um minuto. — Ela deu um beijo nele e logo voltou para o computador.
Robert continuou ajoelhado ao seu lado enquanto ela fazia seu trabalho. Meu relacionamento me dava a mesma sensação. Senti vontade de chorar em pensar terminar com o Ethan.
— Você já falou com a Hana? — Ela disse olhando rapidamente para ele.
Robert levantou e olhou em volta. Dei um tchauzinho quando ele me avistou.
— Hana, você está bem? — Robert se aproximou me olhando como se eu fosse um fantasma. — Ethan disse hoje que você desmaiou alguns dias atrás.
Robert parecia assustado me olhando, e apesar de gostar muito dele, eu não gostei da forma como ele me olhou. Era como se estivesse lidando com alguém que cairia a qualquer momento.
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Temperamental
RomanceEu percebi que a luz que entrava pela janela do meu quarto era muito bonita e deixava o ambiente iluminado de uma forma bem especial. Percebi também que era ótimo ler no ônibus em vez de ficar olhando pela janela e fingindo estar gravando um vídeo c...