10-Ele é fofo

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Sol narrando

Eu não estava acreditando que eu estava em uma estufa. Pensei que eu iria morrer sem realizar esse sonho.

Eu sei, parece fútil mas desde de pequena sonho em entrar em uma negócio desse cheio de flores. Era o sonho da minha mãe também, e estar aqui nesse lugar de alguma forma sinto que ela está aqui, junto comigo realizando nosso sonho.

Me distancio de Dylan por completo e dou uma última olhada para trás antes de sairmos da estufa.

Pensei que íamos embora, mas ele me puxa para os fundos me dando visão de uma linda casa rústica. Olhei para ele sem entender porque estávamos ali.

Dylan puxa uma chave de seu bolso, e abre a porta de madeira a nossa frente. O primeiro cômodo era a sala, havia dois grandes sofás com uma lareira a sua frente.

Ele me puxa pra uma porta de correr, e a abre. Havia uma bancada dividindo a cozinha com a sala de jantar.

- Espero que esteja com fome - ele diz me soltando, minha barriga rouca fazendo ele dar um sorriso, talvez eu tenha corado - Acho que isso foi um sim.

Dylan caminha até a geladeira e eu me sento no banco da bancada. Eu até poderia me oferecer para ajudá-lo mas já sabem que não me dou bem com panelas.

Vejo ele pegar os ingredientes e começar a cortar algumas coisas.

- O que você vai fazer? - pergunto e ele me olha.

- Nada de mais - da de ombros - Gosta de bife com fritas? É a única coisa que tem na geladeira - sorri.

- Se você me entregar uma pedra e falar que é comida eu como - ele ri - Não tenho frescura

Enquanto Dylan preparava a comida eu observava cada movimento que ele fazia, seu cabelo estava um pouco caído sobre sua testa seu olhar de concentrado o fazia ficar muito lindo.

- Ta rindo de que? - ele para o que estava fazendo e me olha.

- Nada - digo séria e ele vem até mim ficando na minha frente.

- Ta rindo de que? - ele repete.

- Nada - respondo tentando desviar de seu olhar, ele da aquele sorrisinho de lado e aperta minha cintura fazendo cócegas.

Começo a rir tentando tirar as mãos dele de mim.

- Para - falo em meio aos risos.

Tento sair do banco mas sinto ele fazer mais cócegas, eu podia ouvir sua risada também. Coloco a mão nos seus ombros e o afasto um pouco sinto suas mãos pararem de me apertar.

Paro de rir sentindo as lágrimas saírem de meus olhos. Fazia tanto tempo que eu não ria assim.

Os olhos de Dylan se encontram com os meus, sinto algo estranho na minha barriga. Não é possível que vou dar dor de barriga aqui.

O olhar dele fica mais intenso a cada segundo que se passa, seus olhos estão me analisando igual ontem. Não consigo parar de olha-lo também, seu cabelo bagunçado, sua pele absurdamente lisa, as bochechas naturalmente vermelhas...sua boca rosada.

- Está sentido? - ele pergunta.

- O que? - ele tira as mãos da minha cintura e eu de seus ombros.

- Queimado - ele diz e arregala os olhos indo para o fogão.

[...]

- Own, ele fez isso? - Júlia pergunta após eu contar o porque de passar o dia todo fora.

Depois de almoçarmos, eu e Dylan decidimos assistir um filme, que no final se transformou em três no final.

- Aham - falo colocando uma uva na boca.

- Por que você nunca fez isso pra isso pra mim? - ela diz rindo olhando para Steve

- Você nem gosta de flores - ele diz

- Ah é mesmo - ri.

Estávamos sentados na grama do quintal da frente fazendo vários nada.
Eu estava de vela? Sim, mas já estava até acostumada.

- Mas Sol.. - Júlia diz se encostando em Steve - O que você acha do Dylan?

Vejo Steve cutucar sua cintura e ela o olhar balançando a cabeça.

- Como assim?

- Sei lá, você acha ele bonito? - ela pergunta recebendo o olhar de desaprovação do meu primo

Saquei.

- Ele é fofo - ela abre um sorriso.

Falei isso alto?

- Ah, sabia - ela diz e olha para Steve.

- Sabia do que? - pergunto me levantando.

- Sol, por que você não investe nele? Ou arruma um namorado? Você é tão bonita e ter companhia seria legal - diz e Steve me olha.

Não respondo, apenas saio dali.

Por que as pessoas acham que namorar é a solução de tudo?Por que acham que amar é a solução? Uma pessoa pode viver sozinha e ser feliz.

Não posso amar, prometi para minha mãe que não iria fazer isso. Não quero ter o mesmo destino.

Resolvo tomar um banho, ligo o chuveiro na água quente e entro de roupa e tudo. Era a única forma de eu esquecer aquela noite.

Me chingo internamente quando minha mente pensa na possibilidade de quebrar a promessa que fiz a anos atrás no túmulo da minha rainha.

Não.

A porta do banheiro se abre mostrando Steve com o rosto preocupado. Ele se aproxima de mim que estou agachada segurando minhas pernas.

- Sol - ele passa a mão nos meus cabelos.

- Por que? - sinto a lágrimas - Por que eu não podia ser uma adolescente normal que sonha em viver essa merda?

- Você nunca tentou - diz.

- E você sabe que eu tenho medo - ele me abraça sem se preocupar com a água - Eu prometi.

- Tenho certeza que ela não se importaria se fosse com a pessoa certa.

- Não quero me machucar Steve - aperto suas costas - Não quero sentir..

- Sol, não vou te obrigar a nada mas se eu fosse você experimentaria o amor - ele se separa - O verdadeiro, não aquilo...

Ele se levanta e desliga o chuveiro.

- Vá descansar um pouco - me ajuda a levantar - Você está precisando.

- Peça desculpa a Júlia, eu não queria ter saído daquele jeito.

- Você não tem culpa - beija o topo da minha cabeça e sai do banheiro me deixando sozinha com meus pensamentos.

Já na cama encarando a parede em branco do meu quarto meu pensamento voa para o meu dia que tive, para Dylan. A forma como ele me tratou, me fez rir, me mostrou lugares, cozinhou para mim e até viu filmes da Disney comigo.

Desde que o conheci, ele me trata de uma forma especial que até mesmo Steve não me trata. Só ele me faz sentir coisas estranhas que nunca nenhuma pessoa me fez sentir.

Tem algo nele, algo especial.

Contínua...

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