23 - Hospital

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- Não precisa ficar nervosa Sol, é só o casamento de um familiar do garoto que você gosta onde você vai conhecer todos os seus parentes - falo me olhando no espelho - Nada demais.

Não sabia que eu poderia ficar tão nervosa indo em uma festa. E se não gostarem de mim? E se eu passar vergonha? E se...

Insegurança idiota.

Me olho uma última vez no espelho antes que a campainha toque. Desço as escadas encontrando Steve sentado no sofá, o mesmo joga um beijo no ar para mim antes de eu sair.

Abro a porta dando de cara com Dylan em uma camisa social branca e uma calça palha.

Caminhamos juntos até o carro onde sua mãe se encontrava, a mesma vestia um vestido musgo com alguns detalhes brilhosos.

Como Grace estava sentada no banco do passageiro eu entro no banco de trás sem me importar.

- Você vai amar conhecer todos Sol - Grace diz sorrindo. Vejo Dylan me olhar pelo retrovisor.

- Espero que eles gostem de mim também - digo baixo.

- Com isso não se preocupe, a família Walker é super acolhedora - ela se vira para mim - Eles vão te amar.

Sorrio.

Começo a perceber que estamos na área "nobre" da minha cidade quando vejo pelo janela apenas mansões.

Paramos em frente de uma grande casa que mais parecia um castelo.

Há algumas pessoas no gramado da frente conversando e se abraçando. Dylan para do meu lado entrelaçando nossos dedos enquanto caminhavamos para dentro da casa.

Algumas pessoas o cumprimentam com um aceno de cabeça e ele faz o mesmo.

Entramos na grande casa sozinhos, já que dona Grace ficou conversando com um grupo de mulheres lá fora.

Se eu já achava a casa grande por fora, estou encantada com o interior. Parece que estou em um daqueles livros de romances antigos com grandes casarões.

Um garoto moreno e alto que julgo ter minha idade se aproxima com uma sorriso dando um abraço de lado em Dylan que retribuí.

- E aí, cara - ele se afasta - Se esqueceu do primo favorito? - Dylan gargalha.

- Você me liga todo dia, não tem como esquecer - diz e o moreno da de ombros e me olha.

- Oh, então quer dizer que você é o sol que derreteu o coração do meu primo? - ele diz e não posso deixar de rir - Prazer me chamo Scott.

Ele estende a mão e eu a aperto.

- Me chamo o Sol - digo e ele fica sem graça.

- Juro que não era trocadilho com o seu nome, eu nem sabia - diz.

- Tudo bem - respondo.

- Vamos, vou te apresentar ao Stefan - ele diz e seguimos eles.

Enquanto seguimos para o que eu acho ser a parte exterior da casa, fomos parados por diversas tias de Dylan com os famosos comentários.

"Nossa como está grande"
" Lembra de mim?"
" Tá magrinho, tem que comer mais"

Só não fizeram a pergunta das namoradinhas pois pensaram que eu era a namorada.

Chegamos ao quintal, onde havia uma decoração das cores branca e dourado. Simples e elegante. Scott nos conduziu até uma parte mais afastada onde ficava alguns quiosques.

Ele caminhou até dois homens, um era da pele negra, olhos castanhos claros ganhavam ainda mais destaque por causa do sol do fim de tarde que refletiam neles, o outro homem devia ter quase cinquenta anos, da pele clara os olhos verdes e o cabelo loiro.

- Stefan, esse é o Dylan outro primo e essa é a garota que ele gosta, a Sol - o moreno nos cumprimenta educadamente.

- Você então é o famoso Dylan que tanto Mila fala - Stefan diz - E um prazer conhecê-los.

- Sol, esse é meu tio Tom - Dylan diz e o homem me olha pela primeira vez.

Os olhos azuis me encaram confusos por alguns segundos. Tom balança a cabeça negativamente e estende a mão apertando a minha.

- É um prazer - diz sorrindo.

Ficamos ali por um tempo conversando com eles, confesso que são todos muito acolhedores e receptivos. Menos Tom que desde que cheguei quase não ouvi sua voz.

Um aviso é dado dizendo que a cerimônia iria começar fazendo todos se sentarem em seus devidos lugares.

A noiva entra ao sol de "18 - One directon". Mila era linda, sua pele bronzeada, um vestido modelo sereia, buquê de lírios e o que mais chamava atenção nela era seus cachos azuis.

Nem vou falar que a cerimônia foi linda né?

[...]

Já estava de noite e eu jundo com Dylan havíamos fugido para o jardim que tinha na lateral da casa pois não aguentavámos mais dizer que não iríamos nos casar para as tias.

Estava sentada entre suas pernas enquanto estavamos no chão. A família de Dylan era simplismente maravilhosa, alegres e extrovertidas. Não muito diferente da minha.

- Gostou? - ele pergunta me fazendo escorar em seu peito.

- Muito - digo.

Brinco com seus dedos da mão.

- Sabia que nos meus planos era pra eu ter te beijado e não ao contrário - ele diz me fazendo rir.

- Você não parava de falar, tive que dar um jeito - dou de ombros escutando sua risada.

Ficamos em silêncio, mas não um silêncio constrangedor. Estávamos ali, apenas apreciando a presença um do outro que era o melhor que podíamos oferecer uma para o outro.

Nunca imaginei que uma pessoa poderia fazer tão bem para mim. Que estar apaixonada iria ser tão mágico.

- Dylan - Scott aparece ao nosso lado com a respiração ofegante - Sua mãe...

Não esperamos ele terminar de falar, saímos correndo em direção a casa onde dona Grace estava.

Pelo o que Scott nos contou no caminho ela começou a ter falta de ar e fortes palpitações e desmaiou. A ambulância já estava a caminho.

Por sorte havia um homem que era médico e fez o que pode ali no momento.

Depois de poucos minutos a ambulância chegou e junto com ela uma equipe de médicos. Dylan estava desesperado e eu não sabia como alcama-lo.

Ele começa a andar em direção ao seu carro mas Tom o impede.

- A onde você pensa que vai? - pergunta.

- Para o hospital, óbvio - diz e lágrimas descem por seu rosto.

- Você não vai dirigir nesse estado, me dê as chaves - Dylan entrega as chaves sem protestar.

Ando até ele que me olha com o nariz vermelho de tanto chorar, dói tanto vê-lo triste. Dylan me puxa para um abraço apertado antes de entrarmos no banco de trás já que Scott estava no de passageiro.

No caminho Dylan olha para mim com o olhar que transmite preocupação e dor. Abro os braços e ele me abraça deitando sua cabeça perto do meu pescoço.

- Vai ficar tudo bem - limpo algumas lágrimas de sua bochecha e depositando um beijo no topo de sua cabeça

- Você quer ir para sua casa? - pergunta.

- Jamais, eu vou ficar com você lá - ele levanta a cabeça para me olhar.

- Obrigada meu bem- diz com um sorriso triste.

Durante todo o caminho eu podia ver Tom me olhar pelo o retrovisor com um olhar estranho, mas não me importei. Eu estava me importando com o menino que muita vezes me ajudou mas que agora estava frágil em meus braços.

Continua...

Uma Chance Para O Amor |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora