Uma Chance Para O Amor |Concluída|

16- neve

Um grupo de pessoas responsáveis pelo jornal da escola aprece na nossa frente segurando várias pastas em suas mãos. Judi, uma das líderes toma frente e abre sua pasta pegando quatro folhetos.

- Oi gente - ele nos cumprimenta - Como devem saber o baile está próximo, será daqui algumas semanas e como todo ano tem um tema. Foi muito difícil, mas esse ano decidimos que será Hollywood. Será nível premiação de um Óscar. Conto com a presença de todos - ela diz a última parte olhando para Dylan e entrega os folhetos para nós.

- Pela primeira vez não é tema castelo de gelo - falo olhando a folha.

- Como são os bailes daqui? Na minha antiga escola era uma bosta - Dylan diz sorrindo.

- Não faço a mínima ideia, nunca fui em um - digo.

- Por que não quis - Steve diz.

- Mas esse ano você vai. - Dylan e o sinal toca nos fazendo levantar.

Steve e Júlia sairam na frente me deixando com Dylan.

- Não, eu não vou.

- Eu não vou sozinho, então você vai - ele diz sorrindo enquanto caminhavamos em direção a sala.

- Que? Você.. - paro no meio do caminho.

- Sim - ele se vira pra mim - Estou te convidando para ser minha acompanhante, você aceita?

- Vou pensar no seu caso - sorrio convencida e ele rola os olhos.

Paramos em frente a nossa aula de física e entramos para aguardar a professora entrar.

Ed se senta ao meu lado me encarando. Tento ignorar o fato dele estar aparentemente abalado.

- Você quer se mudar de lugar? - Dylan fala baixo perto do meu ouvido.

Apenas balanço a cabeça negativamente e a professa entra na sala dando início as aulas.

Por incrível que parece Ed passou toda a aula quieto, as vezes olhava para mim mas logo desviava, não fez nenhuma gracinha e até fez as atividades propostas.

As aulas acabam, Ed é o primeiro a sair da sala. Dylan apenas o me olha e eu dou de ombros seguindo para fora da escola.

Paraliso assim que coloco o pés na calçada, o vento gelado balança meus cabelos me fazendo soltar um sorriso. Olho para Dylan ao meu lado que sorri para a cena.

- Está nevando - digo animada.

- Uau, é mais bonito do que eu imaginava - ele diz e me olha.

- Espera você nunca viu neve? - pergunto e ele nega - O que estamos fazendo aqui então?

Pego sua mão e o levo para o meio do estacionamento que já estava praticamente vazio. Ele olha para cima e fecha os olhos sentindo os pequenos flocos caindo sobre seu rosto.

Seu olhar é desviado para mim assim que sente uma bola de neve em suas costas, coloco as mãos para trás fingindo estar disfarçando. Ouço sua risada e logo depois um impacto no meu braço.

- Tá declarada a guerra? - pergunto pegando mais um pouco de neve no chão.

- Que comece a.. - não o deixo terminar a frase jogando o gelo em seu rosto.

Sorrio convencida.

O mundo estava parecendo aquelas cenas de filme onde as pessoas estão felizes, e a única que coisa que se mostra são os sorrisos ao som de alguma música.

Quando fomos perceber, Júlia e Steve já estavam conosco nessa mini guerra.

Aproveito que Dylan está de costas para mim e me aproximo dele sem fazer barulho e em um gesto rápido puxo a gola de seu moletom colocando um quantidade significativa dos pequenos flocos congelantes em suas costas.

Ele solta um gritinho que me faz rir enquanto o mesmo se sacudia para a neve sair de sua costa. Ele se vira para mim com um olhar de dar medo, o pior era que nem dava pra correr pois o chão estava escorregadio.

Dou pequenos passos para trás enquanto ele dava passos precisos em minha direção.

- Dylan - digo quando ele se aproxima de mim - Sou nova demais para morrer.

- Quem disse que vou te matar? - bato minhas costas em uma árvore de sete copas que tinha ali.

- Foi só uma brincadeirinha - falo baixo sentindo sua respiração em meu rosto.

Ele sorri para mim, e me mostra a mão cheia dos flocos brancos.

- DYLAN - ouço a voz estridente da Cat.

Olhamos para o lado vendo Cat na entrada da escola. Ele volta a olhar para mim e se afasta um pouco soltando a neve no chão enquanto revirava os olhos.

- Você pode me dar uma carona? - ela pergunta e Ed aparece ao seu lado com as mãos no bolso na calça.

- Foi mal, já vou levar Sol - franzi as sobrancelhas - Acho que o Ed pode te levar.

- Mas o Steve.. - olho para onde o deixamos e não o vejo.

- Que Steve? - Dylan pergunta com um sorriso.

Olho novamente para Cat que conversava perto de Ed, o mesmo confirma o que ela diz e faz um sinal para entrarem na escola.

- Por que não quis dar corona pra ela? É até caminho da minha casa - digo.

- Ed pode levar ela com certeza - responde me olhando.

Me sentia sufocada, precisava perguntar.

- O que vocês estavam conversando no refeitório mais cedo? - me arrependo de perguntar, quando ele cerra os olhos em mim com um sorriso de lado.

- Ela veio se "declarar" para mim - não deveria, mas eu me senti mal - Falou que estava apaixonada por mim, tentei ser o mais gentil possível mas ela não entende.

- E?

- E aí eu falei a verdade - jogo minha cabeça pro lado.

- Que verdade?

Desde quando eu sou tão curiosa?

- Que eu não gosto dela e nem quero nada com ela - tento esconder meu sorriso - Por que eu sou apaixonado e quero outra garota.

Nessa hora as paranóias começaram a surgir em minha mente conturbada. Talvez ele não tenha dito isso a ela porque Cat não se rebaixaria a esse nível de levar um fora e ainda pedir uma carona.

Talvez ele só tenha dito isso pra mim porque eu não gosto da loira oxigenada.

Ou talvez eu tenha que admitir que fiquei com um leve ciúme.

Mas algo me incomodava, sentia meu coração gritar, se isso é possível. Ele queria e não sei o motivo dessa desejo, ele queria que eu fosse a garota que Dylan diz estar apaixonado. Por mais que ele não saiba o que é ser amado.

Continua...