11-Ele nunca olharia para você.

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- Por estamos aqui Dylan? - pergunto.

Dylan me obrigou a lanchar com ele no refeitório, apesar de eu falar que não queria.

- Temos que nos socializar - me puxa para para a mesa onde estão Steve e Júlia.

- Temos? - ele me olha e faz cara de cachorro abandonado.

- Só dessa vez?- reviro os olhos e anuo.

Nos sentamos junto com Steve e Júlia que estavam nos olhando com um sorriso no rosto.

- Só você mesmo para colocar na cabeça dessa aí, que o lugar certo de lanchar é aqui - Júlia diz rindo.

- O que tem contra a arquibancada? - falo e ela cruzo os braços.

- Você só fica lá pra ver os gatinhos jogando - ela diz e Steve a olha.

- Gatinhos? - pergunta colocando a mão na cintura.

- Eu namoro mas não sou cega - ela da um beijo na sua bochecha - Por isso, você é mais gato de todos.

Faço uma careta e Dylan sorri para mim.

Comemos conversando sobre assuntos aleatório, e tenho que admitir que foi bem mais legal que eu imaginava. Talvez eu posso me acostumar com esse tanto de gente enquanto eu como.

O sinal toca indicando o fim do intervalo, Dylan me leva para minha sala e se despede de mim com um beijo na bochecha. Confesso que achei meio estranho esse ato, mas não tão estranho quanto a sensação de brasa quente na minha pele onde ele tocou.

No meio da última aula me dá uma vontade absurda de ir no banheiro, peço licença e saio da sala. Vou praticamente correndo, não gostava de ir no banheiro da escola e faço de tudo para não ir.

Após me aliviar, resolvo ir beber água. Viro o corredor e me aproximo do bebedouro, me inclino e bebo a água até sentir alguém se aproximar de mim no mesmo momento me levanto dando de cara com Cat.

Ela me olha com o olhar sínico de sempre. Dou passos para sair dali mas sua mão segura meu pulso com força me fazendo encarar seu rosto.

- Quer dizer que o patinho feio está namorando? - ela pergunta e eu franzi o cenho.

- Do que você está falando doida? - pergunto e ele ri sem graça.

- Não de faça de desentendida, todos já estão sabendo do seu romance com o onze do hockey - rio.

- Não estou namorando com o Dylan, se é isso que você quer saber - ela me solta e se aproxima de mim.

Se fosse outra pessoa até acharia que ela queria me beijar.

- Não? - nego - Suspeitava mesmo, você nunca teria chance com ele mesmo.

- E você teria? - pergunto, ela olha para trás de mim e ri sem mostrar os dentes.

- Não foi você que beijou ele, foi? - ela diz.

Uma sensação estranha toma conta de mim, mas não era boa igual a de mais cedo. Não, essa era ruim. Por que eu estou...chateada?

- Solzinha, se você acha mesma que ele algum dia sentiria algo por você esquece - passa a mão por meus cabelos me fazendo desviar- Ele nunca olharia pra você dessa forma - desvio meu olhar - Você nunca teria chance com ele.

- A única que não teria chance comigo aqui, é você - ouço sua voz.

Olho para trás e vejo Dylan que desvia o olhar de Cat para mim, me viro novamente para Cat. É notável sua frustração em seu rosto.

- Vou para a aula - e assim saio dali.

Eu não conseguia ficar lá. E eu nem sei o por quê daquilo, eu sentia meu coração apertar no meu peito, e meia olhos se arderem.

Flashbacks de todas as sensações passam por minha cabeça, e o pior é quem fazem elas despertarem é o Dylan.

Volto para a sala e me sento. Meu corpo está ali, mas minha mente não. Ela está confusa não sabe o que está acontecendo e a merda do meu coração não para de bater rápido.

Assim que o ouço o sinal de finalização das aulas sou a primeira a sair da sala, vou direto para o estacionamento e me sento no capô do carro do Steve esperando ele chegar.

- Sol? - escuto a voz do cara que está atormentando meus pensamentos.

Olho para o lado vendo ele se aproximar de mim, forço um sorriso.

- Tá tudo bem? - ele pergunta parando na minha frente.

- Por que não estaria? - vejo ele respirar fundo.

- Você saiu de lá.. - o interrompo.

- Já estava a muito tempo fora da sala - digo desviando o olhar.

Eu não sei mentir, já que na minha escola os professores estão pouco se importando para o tempo que você fica fora da escola.

- Sol, eu e a Cat.. - o interrompo de novo, ele revira os olhos

- Sabe, eu sei que falo mal dela mas não precisa fingir que não tem nada com ela na minha frente e.. - dessa vez ele que me interrompe com uma risada sem humor.

- Eu e ela não temos nada - olho para o lado.

Estou me sentindo uma trouxa por ter falado isso para ele, Dylan não deve explicação de nada. Mas a sensação que senti quando ouvi ela dizer que eles já tinham se beijado foi a mesma quando vejo meu primo dando moral para as outras primas.

Ciúmes.

Não, não é ciúme.

- Ah - foi a única coisa que consegui dizer, ainda estava tentando processar o que estava acontecendo.

- Acha mesmo que eu esconderia de você se eu tivesse tendo alguma coisa com alguém? - ele pergunta se aproximando de mim colocando as mãos no capô ficando cada uma de um lado do eu corpo.

Eu não conseguia respirar, eu esqueci como que respira!!

Ah qual é Sol, não é a primeira vez que vocês ficam próximos um do outro.

Seus olhos penetram o meu me fazendo ficar paralisada. Era impressionante como meu corpo reagia a ele.

- Atrapalho? - ouço a voz Steve.

Dylan se afasta lentamente de mim, sem tirar seus olhos dos meus.

Solto a respiração.

Desço, ficando de pé e antes de ir pra a porta do carro meus olhos procuram os olhos de Dylan que me olhavam atentamente.

Entro me sentando e colocando o cinto vendo Dylan ir na direção de Steve, os dois conversam um pouco em tom baixo, não deixando eu ouvir.

Steve finalmente entra no carro e me olha cerrando os olhos.

- Que foi? - pergunto e ele balança a cabeça ligando o carro e indo em direção para casa.

Continua...

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