13-Parecem granulado

1.3K 160 42
                                    

Não respondi pois não conseguia tirar o sorriso bobo que tinha se formado no meu rosto.

Nos sentamos e começamos a fazer o trabalho que era bem fácil por sinal. Quando estávamos quase terminando dona Grace bate na porta e entra segurando uma bandeja com dois pedaços de bolo e suco de laranja.

Dylan se levantou e pegou a bandeja agradecendo sua mãe que nos deixou sozinhos novamente.

Ele colocou os lanches na cama e me chamou para se sentar na mesma de frente para ele. Peguei um prato com o bolo e levei um pedaço até a boca.

Isso tá muito bom.

Enquanto eu estava comendo, meu olhar estava fixado na parede preta com os instrumentos, principalmente no violão que tinha desenhos de planetas.

- Sabe tocar? - Dylan diz me fazendo olhar para o mesmo.

- Não - sorrio.

- Quer tentar? - nego - Vou pegar o violão.

Ele se levanta e pega o violão, coloca em seu colo e começa a dedilhar enquanto girava uns negócio da ponta.

Depois de alguns minutos ele me entrega o violão e me ajuda a colocar ele direito sobre meu colo.

Eu estava imóvel, o medo e deixar cair era imenso.

- Você vai fazer assim - ele pega minha mão e coloca meus dedos nas cordas.

- Não é melhor você tocar? - ele levanta a cabeça e nega sorrindo.

- Passa sua mão na aí - aponta pra o lugar - duas vezes para baixo e uma para cima.

Olho para ele com a sombrancelha levantada, ele se aproxima ainda mais se posicionando atrás de mim. Segura minhas mãos e faz o movimento que ele havia acabado de dizer.

- Ah eu tô tocando - falo animada e ele sorri apoiando a cabeça no meu ombro soltando as mãos lentamente.

Assim que ele tira as mãos, a "música" fica simplismente horrível e eu paro. Olho para baixo para encarar seu rostos e faço uma careta.

- É, não rolou - ele ri pegando o violão.

- Só falta prática - ele ajeita o violão em seu colo se encostando na parede - Um dia você consegue.

Dei de ombros e me encostei na parede ficando do lado de Dylan que dedilhava alguma música.

O quarto estava em silêncio, somente o som das cordas eram presentes. Encostei minha cabeça no ombro de Dylan, e não sei quando mas eu dormi.

[...]

Cheiro de menta.

Abro os olhos assustada, reconheço o quarto de Dylan e me levanto em uma pulo.

Pego meu celular e quase grito quando vejo que já é de noite. Tia Luci vai me matar.

Já estava saindo do quarto, quando ouço o barulho de porta abrindo atrás de mim.

Me viro, vendo Dylan sair de seu banheiro apenas de bermuda. Meu olhar traidor vai direto para sua barriga definida, quando percebo o que estava olhando encaro os olhos de Dylan que estavam semi cerrados.

- Eh.. eu já vou indo - abro a porta.

- Sol, espera aí - paro no meio do corredor - Sua tia meio que ligou, e avisou que vai fazer plantão no hospital hoje e Steve vai dormir na Júlia então..

- Vou ficar sozinha em casa - susurro para mim mesma e me viro para ele que estava muito perto de mim.

- Disse que você iria dormir aqui - franzi as sobrancelhas.

- Que?

- Bem é que... É que imaginei que você não quisesse ficar sozinha na sua casa ai... - sorri e coloquei a mão no peito.

- Obrigada - ele me olha jogando a cabeça pro lado - Não gosto de ficar sozinha em casa mesmo.

- Não? - nego - Por que?

- Sei lá, é estranho- digo e ele ri.

Dona Grace nos chama para jantar logo em seguidas, nem vou dizer que havia um banquete e que tudo era simplismente maravilhoso.

- Aprendeu a cozinhar com sua mãe? - pergunto.

- Tudo que eu sei é graças a ela - eles sorriem um para o outro.

Era lindo ver a relação deles, mesmo não sendo mãe e filho de sangue era possível ver o amor e o carinho que emanava deles.

- Sol, você se importa de ficar no quarto do Dylan? É porque o quarto de visitas nem cama tem. - olhei para Dylan que não tinha nenhuma expressão no rosto.

- Sem problema - sorrio mas a vontade era de sair correndo.

Depois de jantarmos, Dylan me levou em casa para pegarmos algumas roupas e logo voltamos para sua casa e fomos direto para seu quarto.

- Topa ver uma série? - Dylan pergunta após eu tomar banho, anuo e ele vai até a televisão enquanto eu me sentava na cama.

Ele se senta ao meu lado e da play.

- Friends? - pergunto.

- Gosta?

- Nunca assisti.

- Não vai se arrepender - diz sorrindo.

Devo admitir que a série era muito engraçada e tem uma história que nos prende, fazendo a gente perder a noção do tempo.

Percebo que Dylan já não olhava para a grande tela em nossa frente, ele apenas me encarava me deixando extremamente desconfortável.

- Que foi? - pergunto o encarando.

- Parecem granulado - ele diz sorrindo, levanto uma sombrancelha.

- Granulado? - pergunto.

- Sim, suas pintinhas - ele passa o polegar de forma delicada por meu nariz e debaixo dos meus olhos - Parece granulado, tipo aqueles bolos que tem um monte de pintinhas dentro dele.

Sorrio.

- Já ouvi dizer que parecem estrelas e constelação, mas granulado é novo para mim - ele sorri.

- Estrelas e constelação também servem - ele me olha não meus olhos um instante mas volta a olhar para onde seu dedo está - Mas prefiro granulado, eu gosto de granulado - susurra a última parte.

Ele desse seu dedo para minhas bochechas e meus olhos automaticamente se fecham apreciando o contato.

É incrível como um toque pode me fazer sentir tantas coisas.

Contínua...

Uma Chance Para O Amor |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora