25-Vocês se conhecem?

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Ok, isso foi muito estranho. Por que raios Tom falaria o nome da minha do nada? Talvez, conhecidencia.

Tento não pensar nisso.

Olho para o canto da recepção e vejo Dylan sentado em uma cadeira vermelha desconfortável e de cabeça baixa. Me aproximo lentamente me sentando ao seu lado.

Ele ergue seu olhar e sorri triste.

- Sol, você não precisa fi.. - o interrompo.

- Para com isso Dylan - passo a mão por seu rosto tirando qualquer resquício de lágrimas - Eu disse que vou ficar, eu vou ficar com você.

O puxo para um abraço e ele me beija com ternura.

- Senhor Walker? - o homem de jaleco branco aparece em nossa frente.

- Sou eu - Dylan se levanta e eu faço o mesmo.

Antes que o médico começasse a falar, Tom e Scott aparecem do nosso lado. Não pode deixar de perceber que os olhos de Tom estavam vermelhos como se ele estivesse chorando.

- Bom, a paciente teve uma parada cardíaco - Dylan aperta minha mão - Mas não se preocupe, ela já está estável mas terá que ficar no hospital para ser avaliada

- Podemos vê-la? - Dylan pergunta.

- Por poucos minutos ok? - assentimos.

Os meninos foram na frente enquanto eu ligava para minha tia avisando o que havia acontecido.

Caminho até o quarto que Grace está, bato na porta antes de entrar. Todos os homens estavam ao redor da cama olhando para o corpo imóvel da mulher.

Me aproximo parando ao lado de Dylan que olhava para a mãe enquanto segurava sua mão.

Os olhos de Grace começam a se abrir lentamente se acostumando com a luz do quarto.

- Mãe? Tudo bem? - Dylan diz sorrindo.

- Dylan - ela sorri - Não foi dessa vez que você se livrou de mim, ainda vai ter que limpar seu quarto.

O moreno se lança para cima dela em um abraço apertado enquanto falavam coisas baixas um para o outro.

Não tinha como não se emocionar com aquela cena.

- Não nos assuste assim mais - Tom diz em um tom divertido.

- Verdade tia, quem vai fazer os bolos de chocolates nas festas? - Scott diz e recebe um tapa na nunca de Tom - Aí.

- Para de falar besteira.

Os olhos de Grace se focam em mim e a mesma faz um sinal para eu me aproximar. Dylan dá espaço para mim.

- Obrigada por vir, isso prova o quando gosta do meu menino - sorrio sentindo o toque de Dylan em minha cintura - Sei que quando eu partir ele estará em boas mãos.

- Não diga isso nem brincando - digo recebendo seu sorriso.

- Todos nós vamos em bora algum dia querida, e com você aqui ao lado dele eu não sinto mais medo da minha hora - diz.

Batidas na porta fazem todos pregarem atenção em tia Luci que entra no quarto pedindo licença.

Ela cumprimenta Grace, Dylan e Scott mas quando chega em Tom ela para.

Os olhos do homem se arregalam por um instante olhando para a mulher em sua frente e logo depois se focam em mim.

- Luci? - Ele pergunta voltando a encarar.

- Tom?

Mas o que está acontecendo?

- Vocês se conhecem? - pergunto.

- Aí meu Deus - Tom passa as mãos pelos cabelos e vejo seus olhos se encherem de lágrimas.

- O que eu perdi? - Scott diz.

- Da onde vocês se conhecem? - dessa vez é Dylan que pergunta.

- Ela...ela est.. - minha tia interrompe Tom.

- Vamos conversar lá fora.

Os dois saíram da sala deixando todos sem entender nada.

Dylan tinha o cenho franzido quando olhei para ele.

- Isso tem cheiro de passado - Scott diz enquanto pegava o celular no bolso.

- É, talvez - digo quase em um susurro.

Já havia se passado dez minutos quando resolvi sair um pouco daquela sala mesmo com Dylan falando para mim ficar. Passei pelos corredores indo em direção a lanchonete mas parei assim que ouvi vozes vindo do corredor onde eu iria passar.

Tom narrando.

- Ela é filha da Suzana? - pergunto para Luci.

- Sim.

- Então, ela está viva? - pergunto sorrindo.

Ela está viva, não era possível. Meu sorriso se desmancha quando vejo o rosto de Luci não mudar a expressão.

- Você não sabe.. - ela suspira

- Não sei do que Luci?

- Tom, a Suzana ela.. ela está morta - diz já chorando.

- Foi ele? - a raiva já tomava conta de mim e aumentou quando ela apenas confirmou com a cabeça - Quantos anos Sol tem?

- Vai fazer dezoito daqui alguns meses.

Meu coração quase para ao ouvir isso.

- Ele não forçou o aborto? - pergunto.

- Como assim? - ela pergunta levantando uma sobrancelha.

Passo as mãos pelos meus cabelos ralos me virando ficando de costas.

Ela é minha filha?

- Susy estava grávida quando se casou, foi por isso que adiantaram o casamento - digo - Ela estava grávida...de mim.

- Oh meu Deus - ela fica pálida - Como eu nunca soube?

- Você tinha contato com ela? - ela nega.

- Não, quando ela casou eu estava em outro país fazendo faculdade nem passou pela minha cabeça. Eu só soube de tudo que ela passava meses antes de ela.. - lágrimas caiem - Estávamos nos preparando para fugir, ela dizia querer te achar Tom. Só concordei em ajudá-la pois te conhecia e sabia que você a amava.

Ela queria me ver, ela ia voltar pra mim.

Não consigo segurar minhas lágrimas.

- Luci, ela é minha filha - digo - Não tem outra explicação.

- Tem certeza Tom?

- Ela nem se parece com o verme.

- Que história é essa? - ouço a voz da minha provável filha.

- Sol - Luci fala baixo para a garota que está com o rosto banhado em lágrimas.

- Que história é essa da minha mãe? De mim? - ela fala soluçando.

- Vamos conversar..

- Não, não eu não consigo - ela sai correndo.

Tento ir atrás mas Luci me segura.

- Deixa ela esfriar a cabeça

Continua...

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