27-Eu te amo

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Conversamos mais alguns minutos, sobre a vida que cada um teve. Tom não se casou e nem teve filho, ele disse que a culpa que sentia por não ter conseguido salvar minha mãe. Fizemos o exame naquele mesmo dia, daqui dois dias sairia o resultado e Tom prometeu manter o contato.

Grace recebeu alta, algumas recomendações foram passadas e remédios para deixa-la mais saudável.

Steve e Júlia já estavam cientes de tudo o que tinha ocorrido, e como sempre meu primo me apoiou em toda a minha decisão sobre Tom. Ele é o melhor primo que poderia ter.

O final de semana passou, então consequentemente tivemos que voltar a nossa rotina de escola. Estava mais ansiosa que o normal, afinal hoje eu saberia quem é meu pai.

Dylan segura minha mão e me conduz até a entrada da escola. Olho para Dylan que percebe a mesma coisa que eu.

A cada passo que damos, recebemos mais olhares que já recebi em toda a minha vida.

- Eu tô com o rosto sujo de pasta de dente? - ele pergunta me fazendo rir e negar.

Caminhamos até nossa sala de artes nos sentamos esperando a professora entrar. Por algum milagre Ed e Cat não vieram na aula.

Alguns murmúrios são perceptível sobre o assunto, mas não consigo entender o que está acontecendo.

O diretor Evans entra na sala chamando a atenção de todos. Seu olhar percorre por toda a classe e para quando chega em mim e Dylan.

- Dylan e Sol, podem me acompanhar? - pergunta sério.

Olho para Dylan que está mais confuso que eu. Nos levantamos e seguimos o diretor até sua sala.

Fazia um bom tempo que eu não vinha para a sala do senhor Evans, a última vez por bater em Ed. Deve ter uns cinco meses isso.

- Entrem - o diretor diz abrindo a porta.

Nos sentamos cada um em uma poltrona que tinha em frente a grande mesa de madeira onde Evans se encontrava.

- Olha, eu não fiz nada - Dylan protesta parecendo nervoso, não consigo esconder o riso.

- Não é isso, Walker - ele diz sério - Eu quero que vocês confirmem uma história.

- Sim senhor.

- Durante o baile de primavera, tivemos uma acusação de que Ed Lancaster junto com Cat Cullen, prederam Sol em uma sala e tentaram até te beijar. Isso é verdade?

Não hesito em responder.

- E sim, senhor Evans - respondo.

Vejo a decepção em seu olhar, e imagino o porquê, Lancaster e Cullen apesar de serem um pé no saco, eles eram os melhores alunos do colégio.

Ele anota algumas coisas no papel.
Ed e Cat vão ficar de suspensão durante uma semana e ainda terão que fazer trabalho voluntário para a caridade durante seis meses. Acho que vão parar de nós encher agora.

Saímos da sala e fomos em direção a arquibancada, já que o intervalo já iria começar.

- Juro, pensei que fosse por causa do murro - Dylan diz se sentando de frente para mim.

- Você nunca foi para a direção não é? - pergunto rindo.

- Aluno exemplar né? - diz debochando.

Empurro seu ombro devagar, ele nem se mexe. Apenas segura mão que estava em seu braço, entrelaçando  nossos dedos.

Ele apoia seu cotovelo no banco de cima fazendo nossas mãos de suporte para sua cabeça. Ele me olha e um sorriso de canto surgi em seus lábios.

- Que foi? - faço carinho em seu rosto com a mão livre.

- Eu te amo - diz e não posso deixar de sorrir.

A Sol de meses atrás não saberia responder isso, ou simplesmente se levantaria e sairia para o banheiro chorar. Mas, agora eu sei o que responder.

Dylan mudou minha vida, e mesmo sabendo de todas as minhas inseguras e medos me esperou e não me forçou a nada. Ele fez ao contrário, ele me mostrou e me fez sentir as coisas que ninguém jamais conseguiu despertar em mim.

Ele pegou cada pedacinho do meu coração e colou parte por parte, sem se preocupar com a demora. E ainda por cima me deu uma parte de seu coração, e eu estou disposta a dar a outra parte do meu para ele.

- Eu te amo - digo e ele sorri mostrando os dentes.

Ele não diz nada, apenas segura meu rosto com as duas mãos e me beija. E com certeza esse beijo foi diferente de todos os outros.

- Eu gostei disso, diz de novo? - pergunta colando nossas testas.

- Não acha que está pedindo de mais não? - brinco.

- Larga de ser mal - ele diz e me dá selinho.

- Eu te amo Dylan Walker - digo.

Ele se afasta colocando a mão no peito e se deitando para trás em uma cena dramática.

- Nossa eu acho que vou morrer de amor - diz rindo, acabo rindo também.

- Obrigada - ele se levanta novamente.

- Pelo o que?

- Por ter me mostrado que o amor certo - ele sorri.

- Faria tudo de novo, por você.

Continua...

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