12- Juízo crianças

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- SOL ACORDA - ouço minha tia esmurrar a porta.

Levanto tropeçando nos meus próprios próprios pés abrindo a porta e encontrando minha tia preste a soltar fumaça pelos ouvidos.

- Oi? - digo inocente.

- O que você tá fazendo em casa Sol? - ela pergunta e eu inclino minha cabeça para o lado - Já são onze horas, você perdeu aula - arregalo os olhos.

O sono que eu estava sentindo tinha acabado de ir embora. Saio correndo pelo quarto a procura do meu celular para confirmar o horário.

11:07

- Por que Steve não me acordou?

- Ele quase derrubou sua porta Sol, seu despertador acordou a casa toda, menos você - dou um sorriso e ela acaba rindo também.

- Vem me ajudar a fazer o almoço - ela diz e eu faço uma careta - Você precisa aprender a cozinhar Sol, e quando você morar sozinha?

- Está me expulsando? - Coloco a mão no peito fingindo estar ofendida.

- Anda logo, te espero em dez minutos - diz rindo e sai do meu quarto.

Entro no banheiro e faço minhas necessidades e troco de roupa colocando um short e uma blusa branca simples com um desenho de uma et no peito direto, calço minhas pantufas e vou em direção a cozinha.

- O que a senhora vai fazer? - pergunto me sentando no balcão.

- NÓS vamos fazer lasanha - ela olha para mim - Desça daí e venha me ajudar.

Desço do balcão e ela me pede para colocar o frango na panela de pressão, e assim faço. Fechar uma panela de pressão era mais difícil que eu imaginava.

- Sol, pega o molho de tomate na geladeira - caminho até a geladeira pegando o molho.

Abro o pote e cheiro, tenho esse péssimo ato de ficar cheirando as coisas. Tia Luci faz um sinal para eu entregar o pote.

Caminho até ela mas acabo escorregando no tapete quando me assusto com o barulho da campainha.

Resultado: estou parecendo um grande tomatão.

Me levanto tentando tirar o excesso de molho do meu corpo.

- Vai lá atender a porta - minha tia diz e eu arregalo os olhos - Anda logo, não posso parar de mexer o molho branco.

Contra minha vontade, vou atender a porta. A pessoa que estiver atrás dessa porta vai ter mil e um motivos para me zuar o resto do ano.

- Dylan?! - digo assim que abro a porta.

Ele me olha de baixo para cima e vejo ele conter o riso.

- Pode rir, eu deixo - ele balança a cabeça.

- Como que isso - aponta para mim - aconteceu?

- Isso que dá quando se junta Sol e culinária - ele ri - Então, não devia estar na escola?

Ele joga a cabeça para trás parecendo se lembrar do que veio fazer aqui.

- Fui liberado mais cedo - coça sua nuca com a mão direita - Aí vi que você não foi para a aula e resolvi ver se você estava bem.

Sorri.

- Só dormi demais - ele concorda - Quer entrar?

- Não, valeu. Só queria ver se você estava bem mesmo - coloca as mãos no bolso de sua calça preta - E, pra te avisar que falei para a professora que você seria meu par no trabalho, mas se quiser fazer com outra pessoa..

- Relaxa Dylan, com quem mais eu faria? - ele ri e da de ombros.

- Pode ser na minha casa? - anuo - Te pego as três então.

Ele se despede de mim e vira as costas para ir embora, fecho a porta e sigo para o meu quarto para tomar um banho.

Por minha sorte, tia Luci me dispensou porém terei que lavar a louça depois.

[...]

- Não acha que está arrumada de mais para ir fazer um trabalho - Steve diz assim que desço as escadas.

- Sabe isso aqui? - aponto para a calça vermelha quadriculada - É pijama.

Tia Luci coloca a mão na testa se apoiando na testa.

- Se você acha isso arrumado demais tudo bem - dou de ombros e sigo para a porta quando ouço a buzina.

- Não faça nada que eu não faria - Tia Luci diz rindo.

- Qual o problema de vocês? - eles riem.

Caminho até o carro e abro a porta entrando no mesmo, no rádio estava tocando a música Classic -Mkto bem baixo.

Dylan me olha jogando a cabeça para o lado.

- O que? - pergunto e ele ri.

- Você está de pijama? - sinto minhas bochechas queimarem.

- Gostou? Última moda em Paris - ele solta uma risada gostosa.

- Amei, vou até providenciar a minha- e assim da partida no carro.

Andamos por alguns minutos até chegar em uma casa maravilhosa, sua fachada era da cinza com alguns detalhes em branco e o jardim da frente era simplesmente maravilhoso.

Sai do carro segurando minha mochila e esperei Dylan na calçada, assim que ele chegou ao meu lado fez um sinal para prosseguirmos e entramos na casa.

A sala era composta por dois sofás brancos e uma grande tevê e com a cozinha integrada.

Na cozinha havia uma mulher de cabelos grisalhos e aparentava ter mais de quarenta anos, deduzo ser a mãe de Dylan. Ela se vira para nós com um sorriso no rosto, e em suas mãos uma tigela que ela misturava.

- Olá - ela diz, eu e Dylan nós aproximamos.

- Oi - digo tímida.

- Você deve ser a famosa Sol - sorri e olhei para Dylan.

- Famosa? - olho para a senhora.

- É, Dylan fala de você vinte quatro horas por dia - vejo Dylan arregalar os olhos.

Sorrio.

- Já vamos fazer o trabalho mãe - ele diz me pegando minha mão.

- Foi uma prazer de te conhecer, senhora?

- Pode me chamar de Grace - sorri amigável.

- Foi um prazer, Grace - digo.

- O prazer foi todo meu.

Dylan me puxa para um corredor e de longe pudemos ouvir o grito de sua mãe "juízo crianças".

Entramos no quarto de Dylan, admito que pensei que seria um zona mas até que era arrumadinho.

- Amei sua mãe - falo analisando seu uma parede com três instrumentos: violão, guitarra e ukulele.

- Mas não ouça tudo que ela fala, ela inventa muita coisa - olho para ele que está organizando a escrivaninha.

- Já estava me achando por achar que você falava de mim vinte quatro horas por dia - digo em um tom divertido e ele me olha.

- Pode continuar se achando, nessa parte ela não contou mentiras - diz calmamente e volta o que estava fazendo.

Contínua...

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