30 - Afinal, o amor existe?

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Dias depois

- Sol, o molho - Dylan grita e corre até às panelas.

- Como que eu vou mexer três panelas ao mesmo tempo? - pergunto cruzando os braços na altura do peito.

Dylan joga água na panela que estava queimando e se vira para mim com um sorriso no rosto.

- Eu disse que eu não sei cozinhar - reviro os olhos saindo da cozinha.

- Tudo é com tempo, eu por exemplo acabei de matar três rosas suas mas, com o tempo isso não vai acontecer - diz lavando as mãos, paro no meio do caminho e me viro encarando meu namorado.

- O que você fez? - caminho em sua direção, e pela sua reação eu não devo estar com minha melhor cara.

- Foi sem querer - ele da um passo para trás - Amor, calma.

- Você matou minhas rosas? - ele da um sorriso nervoso e começa a correr para longe de mim.

Sem perder tempo vou atrás dele, Dylan vai para trás do sofá ficando longe o suficiente de mim, fazendo o móvel como barreira de proteção.

- Me diz que não foram as brancas - fecho os olhos respirando fundo.

- Amor, foi sem querer - ele diz - Você queimou meu molho então tecnicamente estamos quites.

Em seu momento de distração eu aproveitei para me aproximar, quando ele percebeu eu já estava em cima dele estapeando seu peito.

Dylan segura meus braços e sorri convencido.

- Me solta - rosno.

- Não vai rolar.

Em um gesto rápido, ele me derruba no sofá ficando por cima de mim ainda segurando meus braços. Seus olhos se encontram com os meus e um sorriso se forma em seu rosto.

Um beijo calmo é deixado em meus lábios, ele mordiscou meu lábio inferior fazendo um sorriso se curvar em meu rosto.

- Desculpa - ele diz baixo.

- Hum? - resmungo ainda de olhos fechados.

- Isso foi um sim? - perguntou beijando todo o meu rosto com intervalos de sorrisos.

- Talvez - sorrio.

- Te amo - ele beija a ponta do meu nariz o apertando de leve em seguida.

- Eu também te amo.

Ouço passos na escada.

- Vão pro quarto, ninguém quer ver isso - Steve diz chamando minha atenção.

- Cala boca - jogo uma almofada nele fazendo Dylan sair de cima de mim.

- Cadê o almoço? - ele pergunta devolvendo a almofada em mim

- Vamos ter que pedir pizza - Dylan pega o telefone.

- Deixa eu adivinhar? Sol queimou - ele diz fazendo Dylan gargalhar.

- Vocês são chatos hein? - me levanto.

- Mas você nos ama - os dois dizem juntos.

Reviro os olhos pegando o controle da tevê e ligando a mesma.

Amava mesmo.

[...]

Eu não acreditava no amor, eu tinha desistido de sonhar com esse sentimento quando vi o último suspiro dela. O que eu não sabia era que aquele último suspiro foi uma das maiores provas de amor da minha vida.

Eu estava confusa, com medo. Medo de me entregar e de relembrar os piores momentos da minha vida. Na verdade eu acho que meu medo era da superação, pois superar dói mas é necessário. Por isso eu preferia me fechar a esse sentimento, me privar.

O medo do amor nunca existiu, mas a dor sempre esteve ali.

Eu estava confusa quando ele chegou, com aquele jeito fofo, foi me transformando aos poucos. Por mais que minha razão implorava para ir com calma, o meu coração pedia para eu mergulhar de cabeça.

Dylan suportou toda a minha indecisão, foi com calma e respeitou meu tempo. Ele trouxe a luz que faltava em meu coração.

Conversou com meus maiores medos e me fez sorri de novo, me deu sorrisos sinceros, frio na barriga e fez meus olhos ganharem brilho outra vez.

Ele me fez acreditar no amor novamente.

Eu me entreguei, me permiti a sentir aquela sensação de ser amada.

Achava que já estava bom, eu acreditava no amor, e estava feliz. Não poderia ficar melhor, mas a vida me presenteou em duplo. Ela fez uma surpresa, e me mostrou o amor que eu nunca pude experimentar e achei que nunca iria. Tom, meu pai. O verdadeiro exemplo de amor.

Mesmo com todas as dificuldades e dores o amor sempre esteve com ele. Mesmo sabendo que a pessoa que ele amava estava morta ele não se importou e foi gentil em dividir ele comigo.

Ele poderia ter colocado a culpa em mim, poderia ter falado que eu era a culpada pela a morte de minha mãe. Mas não, ele abriu os braços e me acolheu como filha.

Eu achava que o amor era apenas um sentimento de carinho e demostração de afeto que se desenvolvem entre duas pessoas. Mas não, ele é bem que isso. Ele é complexo, e apesar de ter apenas quatro letras, ele não se baseia em apenas carinho e afeto.

Não existe amor, se não tem confiança, respeito, dedicação e principalmente paciência.

Você vai saber que é a pessoa certa até quando os piores manias dela se tornam lindas aos seus olhos. Quando você fazer de tudo para ver aquele sorriso maravilhoso..

Eu achei o meu. E todos merecem conhecer o seu.

Não estou falando de paixão, namorado(a), companheiro(a). Estou falando de amor.

Aprendi que amor não é apenas de sangue ou o que envolve atração. Amor é aquele que se importa e cuida.

Eu, Sol Backer Collins acredito no amor.

Fim

Até a próxima...

Uma Chance Para O Amor |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora