Capítulo 8

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Felina

Eu estava meio apreensiva sobre a história do mini trote, não como se eu não quisesse, mas depois daquele comentário de segunda. Eu sentira como ela estivesse jogando na minha cara de alguma forma que tinha me abandonado. Eu sei não era essa a intenção, porém eu não conseguia controlar.

Passei o resto na semana meio fria, mas aos poucos voltamos e concordamos em fazer a festa no sábado. Eu estou precisando beber, eu não sou alcoólatra, mas sintia falta de me perder em mim mesma, da liberdade hipotética.

Eu só queria abaixar todas as minhas barreiras de vez, tem tanto tempo que eu não faço isso.

A manhã de sábado foi tranquila, não sabíamos direito o que fazer nenhuma de nós nunca fora veterana. Tentamos pesquisar algo na internet e os trotes normalmente era jogar tinta, cortar o cabelo, coisas assim.

Adora deu a ideia maravilhosa de fazermos uma guerra de tinta, por isso de tarde arrumamos toda a sala. Colocamos os móveis em um canto e botamos um plástico na televisão para não machar.

Vesti uma regata vermelha com um short curto, eu sabia que a Adora iria ficar caidinha pela minha roupa e deu certo. Mas, ela também estava maravilhosa, usava um cropped, meio velho, com umas flores e um short, maior que o meu.

Me encarou de cima a baixo, ela se controlou para não falar algo.

Eu estava com a mão cheia de tinta verde, escondendo-a atrás do corpo, corri até a Adora passando o verde em seu rosto.

- Verde defitivanente é sua cor. - Sorri, me afastando para encarar a obra. Ela riu e foi até a tinta vermelha no balcão.

Adora melou as mãos na substância e fez uma cara meio assassina. Fudeu, pensei e na hora vi o resultado de todas as tarde de malhação dela. Ela correu chegando rapidamente do outro lado da sala, agarrando minha cintura com as mãos peguentas. Me segurou com um dos braços, encarei seus olhos azuis, minhas pernas ficaram bambas só com o olhar dela, antes que qualquer coisa a mais pudesse acontecer, suas mãos se moveram para minha barriga fazendo cosquinhas.

Cai no chão com a Adora por cima, grande parte da tinta estava na minha camisa. Minha regata tinha subido um pouco deixando o começo da minha barriga de fora. Ela encarava sem nem esconder aquele pedaço de carne que estava a vista, aquela atenção inesperada causou uma sensação boa. Se passaram alguns segundos, até seus olhos azuis subirem a os meus, vi na sua pupila, desejo. Me queria e estava pedindo permissão para isso só com o olhar, senti meu corpo arrepiar.

Antes que eu pudesse racionalizar na minha decisão, acenei com a cabeça. Suas mãos que estavam na minha cintura por cima da blusa, a adentraram. Soltei um suspiro quando a tinta fria entrou em contato com meu corpo, arrepiando toda a região do abdômen.

Pousou uma mão na minha cintura fazendo um leve carinho nessa região, sua outra mão desenhava círculos em torno do meu umbigo. Em um instinto segurei seus braços, como eu queria sentir aqueles músculos, apertei, eram tão rígidos. Em contra partida, ela apertou minha cintura com as duas mãos, provalvemente aquela região estaria vermelha, não só de tinta.

Se abaixou, aproximando os lábios do meu pescoço, deixou um beijo estralado naquela região. Um som não definido saiu da minha garganta, senti seu sorriso sobre meu pescoço.

Me senti estranha, como se fosse um deja vu, eu já tinha passado por isso antes e sabia o final da história. O pé do meu estômago começou a doer, um pressentimento.

Afastei a Adora um pouco, antes que isso continuasse e eu me arrependesse.

— Eu quero beber. — Falei me levantando.

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